Aracaju, 20 de abril de 2024
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Parkinson: Entenda como funciona a doença que acomete José Serra

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No início do mês de agosto, o senador do estado de São Paulo, José Serra, de 79 anos, foi diagnosticado com a doença de Parkinson. Ainda em estágio inicial, o senador pediu afastamento do cargo e deverá permanecer de licença pelos próximos quatro meses para focar no seu tratamento médico. Mas, afinal, o que é a doença de Parkinson?

De acordo com o médico especialista em Neurocirurgia, professor do curso de Medicina da Universidade Tiradentes e diretor corporativo da área da Saúde do Grupo Tiradentes, Dr. Hesmoney Ramos de Santa Rosa, a doença de Parkinson é um distúrbio neurológico do movimento, progressivo e degenerativo causada pela degeneração de uma pequena parte do cérebro chamada substância nigra. Conforme morrem os neurônios nessa substância, o cérebro torna-se privado do químico dopamina.

O Dr. Hesmoney explica que embora sua incidência seja muito mais comum em pessoas acima de 60 anos, o número de pessoas mais jovens diagnosticadas com a doença está aumentando. O tremor involuntário em uma das mãos geralmente liga o sinal de alerta para a doença de Parkinson, mas, existem outros sintomas que devem ser observados que podem indicar o começo da manifestação da doença no corpo. “Ansiedade, depressão, em alguns casos a perda de olfato, distúrbios do sono e intestinais como a constipação, podem acontecer à medida que a doença progride”, disse.

Outros sintomas como movimentos lentos, passos curtos, rigidez muscular, diminuição da coordenação motora, fatos que podem aumentar a chances de quedas à própria altura. “Também é importante notar mudanças na escrita, na caligrafia, especialmente em assinaturas. O médico precisa ficar atento a essas mudanças sutis que podem ser o diferencial na hora do diagnóstico precoce do Parkinson”, reitera Dr. Hesmoney.

A doença de Parkinson não tem cura, mas existem diversos tratamentos que evitam a progressão rápida da doença. Através de medicamentos, atividades físicas e aeróbicas e até intervenções cirúrgicas, é possível que o paciente possua uma qualidade de vida melhor mesmo convivendo com a doença. “Utilizamos terapias alternativas como atividades físicas constantes, principalmente atividades aeróbicas, para que o paciente possa melhorar sua circulação e a oxigenação do seu cérebro. Também é importante  atividades que mexem com a coordenação motora e que reforçam a musculatura através de exercícios com pequenas cargas como natação e hidroginástica, sempre com a supervisão de profissionais”, explica o Professor.

Já os medicamentos são utilizados em diferentes fases da doença e precisam ser regularmente ajustados, por isso, é necessário o acompanhamento dos pacientes junto a um neurologista. Além disso, existem ainda as cirurgias funcionais, que mesmo ainda com resultados menos animadores, podem ser fundamentais em pacientes com dificuldade de exercer atividades simples do dia a dia como levantar os braços ou caminhar.

Para prevenir o Parkinson, o Dr. Hesmoney afirma que não existe um método 100% eficaz, mas que diversas medidas podem ser tomadas a fim de evitar o aparecimento da doença como exercícios físicos regulares, boa hidratação, alimentação saudável livre de agrotóxicos e controle de doenças como a diabetes e colesterol alto. “Também existem alguns medicamentos que, usados a longo prazo e sem prescrição médica, podem contribuir com o aparecimento da doença. Pacientes que possuem uma grande quantidade de traumas na cabeça ao longo da vida como jogadores de futebol americano, por exemplo, precisam ficar atentos. Não temos a fórmula para a prevenção total do Parkinson, mas podemos, pelo menos, retardar o início da doença em pessoas com predisposição”, completa Dr. Hesmoney.

Assessoria de Imprensa

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