Aracaju, 23 de abril de 2024
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Sergipe registra sétima doação de múltiplos órgãos de 2021

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O momento de dor se transformou em esperança nesta quinta, 09, no Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho. A família de Danúbia Conceição autorizou a doação de órgãos após a constatação da morte encefálica da jovem que teve um traumatismo crânio encefálico (TCE) após um acidente. Danúbia morava no município de Carira.

Os órgãos da jovem serão transplantados em vários estados brasileiros. Segundo o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Benito Fernandez, o fígado vai para o Distrito federal, os rins para Pernambuco e as córneas serão transplantadas aqui em Sergipe.

Benito Fernandez, destaca a importância do doador declarar seu desejo de doar os órgãos aos parentes. “A lei estabelece que cônjuges ou parentes até segundo grau são os responsáveis em autorizar a doação de órgãos. Por isso, é importante conversar com os familiares sobre o desejo de ser doador porque facilita muito a decisão da família”, destacou.

Benito ainda destaca que esse momento, mesmo diante de muita dor, pode ressignificar a morte dando nova oportunidade de vida para as pessoas que estão na fila de transplantes. “Hoje, no Brasil, temos 46 mil pessoas na fila de transplantes. A gente tenta despertar nas pessoas que hoje pode doar, mas depois pode precisar receber de alguém. Sem o doador a gente não pode fazer nada”, disse.

Quando há um paciente com suspeita de morte encefálica, a equipe médica informa para a Central de Transplantes que há um possível doador. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) vai até o local, acompanha o diagnóstico, acolhe a família e dá a oportunidade da doação. Segundo Benito, com a autorização da doação, alguns exames são realizados. “Fazemos exames sorológicos, RTPCR para Covid-19 e a avaliação de cada órgão para saber a viabilidade do transplante. Estando tudo bem, marcamos a captação e fazemos a oferta dos órgãos para as equipes de transplantes. O coração e o pulmão, por exemplo, só podem ficar quatro horas fora do corpo. Tudo tem que ser feito de forma rápida para que o receptor seja preparado pra receber o órgão”, explicou.

A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos, Janaína de Almeida Santos, destaca o trabalho desenvolvido na captação. “A OPO é responsável pelo fechamento do protocolo de morte encefálica. Quando os pacientes são viáveis para a doação de órgãos, acompanhamos todo o processo até a entrega dos órgãos aos seus destinos”, destacou.

Janaína ainda destaca que a pandemia da Covid-19 trouxe uma redução significativa nas doações de órgãos. Em 2019 foram 18 captações, em 2020 houve uma redução para 11 captações.

Fonte e foto SES

 

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