Aracaju, 29 de março de 2024

Alessandro Vieira defende que a CPI da Covid-19 dure o tempo que for necessário

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O senador Alessandro Vieira (Cidadania) defendeu nesta terça-feira (14) que a CPI da Covid dure o tempo que for necessário – e não, necessariamente, acabe em setembro como tem proposto o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Entre as dificuldades encontradas hoje pelos membros da CPI está a falta de acesso aos documentos* e a *necessidade de ouvir importantes depoimentos. “Nosso prazo maior vai até início de novembro”, reiterou Vieira, diante do colegiado. Renan Calheiros tem afirmado que pretende apresentar o relatório final sobre os trabalhos da comissão e a sugestão de indiciamento dos potenciais culpados no dia 24 de setembro.

Alessandro Vieira disse que está difícil para senadores acessarem documentos e que falta ouvir importantes depoentes que precisam esclarecer denúncias recebidas pela CPI. O senador Alessandro Vieira a prorrogação do trabalho da CPI da Covid, para não prejudicar o andamento de apurações cruciais para o indiciamento dos responsáveis. “Essa CPI tem muita coisa pra fazer. Eu sei que o relator tem objetivos claros com relação a prazo”, disse Vieira, “mas é fundamental, segundo ele, que a CPI execute essa missão crucial de cobrar das autoridades sua responsabilidade. É muito fácil jogar pedra. Mas tem hora que é preciso carregar a pedra”, ensinou Alessandro Vieira.

“Essa CPI tem desafios marcantes e talvez o mais importante, do ponto de vista da estratégia da investigação, é não perder os caminhos”, apontou Alessandro Vieira. “Na apuração que fazemos aqui, das ações e omissões do governo federal, durante a pandemia, muito claramente esbarramos num esquema de grande lavagem de dinheiro, de drenagem de recursos públicos, de corrupção”, apontou o senador. “Mas a CPI não conta com as ferramentas adequadas para dar andamento a uma investigação dessas até o final. O que ela pode fazer, e está fazendo, é colocar muita luz sobre uma realidade”, explicou.

O senador, que é delegado da Polícia Civil em Sergipe, afirmou que “essa CPI não foi a única que recebeu os relatórios de inteligência do Coaf” (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), mostrando operações milionárias suspeitas, mas também as autoridades, como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, a quem cabe tomar providências. “Tudo isso está sendo mapeado pela CPI para ser encaminhado aos órgãos competentes: empresas povoadas por laranjas, fantasmas, contas de passagem, todo o roteiro típico de uma grande esquema de lavagem”, disse disse o senador. “A corrupção não é de esquerda, nem de direita, é um comportamento humano que passa pela falta de atividade, na omissão dos órgãos de controle”.

A reação do senador ocorreu após inquirir o depoente do dia, o *advogado e empresário Marcos Tolentino*, que prestou depoimento à comissão, mas, amparado numa decisão do Supremo, esquivou-se a maior parte do tempo em responder. Tolentino nega, mas ele é considerado pela cúpula da comissão o “sócio oculto” do FIB Bank instituição que emitiu carta-fiança para a contratação, pela Precisa Medicamentos, para a compra de lote da vacina indiana Covaxin. O contrato da Precisa com o Ministério da Saúde para o fornecimento das vacinas acabou encerrado após denúncias de irregularidades.

 

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