Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
A condenação do ex-deputado federal André Moura (PSC) deixou o mundo político de Sergipe triste, abalado e reflexivo. Não havia expectativa de que isso acontecesse e até se tinha certeza de sua absolvição. A causa vem de 2004, quando ele foi prefeito de Pirambu e o Ministério Público não conseguiu comprovar os crimes. Desse período para cá, André foi líder do Governo Temer, secretário do ex-governador do Rio, Wilson Witzel, continua à frente da Representação do Rio de Janeiro, e em todas essas atividades o seu nome não foi envolvido em qualquer ato suspeito.
Durante todo o período que passou na Câmara Federal realizou um mandato sem se ater a partidos e nem radicalizar em ideologias. Ajudou a todos os municípios independente dos prefeitos terem ou não votado nele. Uma ação diferente por Sergipe porque achava que fora eleito para trabalhar por todos. Perdeu para o Senado nas eleições de 2018, é verdade, mas era hoje um nome bem avaliado para disputar o mesmo mandato, com chances altíssimas de chegar ao congresso em 2022. Nesse atual momento de formação de chapas, todos os candidatos que aparecem para candidatar-se ao Governo, gostaria de tê-lo na chapa majoritária para disputa da vaga de senador.
Setores mais radicais das oposições diretas a André Mouras, inclusive por questões pessoais e rixas paroquiais, comemoraram através de insultos nos grupos sociais. Coisa pequena, que não engrandece a atividade política, principalmente em momentos de muita tristeza e frustração. Natural que isso aconteça, porque muitos esbanjam felicidade com a perda de outros. E isso deve continuar por algum tempo, mesmo que André, em razão da condenação, não tenha perdido o apoio e admiração das milhares de pessoas que ele ajudou através do seu trabalho parlamentar, assim como de políticos que não o abandonarão.
Membros da base aliada ao governador Belivaldo Chagas (PSD), que nesse momento o ex-deputado federal André Moura frequentava, reconhecem que existem prejuízos com a condenação pelo STF. Admitem que André seja um grande quadro e ninguém tem dúvida de que continuará vinculado ao grupo político que dá apoio ao Governo. Admitem que ele tenha a alternativa de colocar a filha como candidata à deputada federal “e vamos todos se solidarizar com ele, reunir o grupo e ver como será rearrumado”.
Um dos integrantes do bloco considerou que a reunião da base, prevista para os próximos meses, “deverá atrasar um pouco. Agora é bom aguardar os acontecimentos, avaliar as reações de todos os setores políticos e esperar a decisão que o governador vai tomar em relação ao que se refere à chapa majoritária”.
A maioria da aliança tem certeza que as alternativas não são iguais, mas são próximas e devem ser superadas. Um fato desse realmente abala qualquer agrupamento, mas há certeza que o grupo terá sabedoria para colocar tudo nos seus devidos lugares, tendo em vista uma campanha que não será fácil. Um detalhe: André Moura estava ganhando de 4X0 no início do julgamento. Teve quem divulgasse sua absolvição com esse placar, porque lhe faltava apenas um voto. Houve um intervalo e o próprio André pediu calma na empolgação. Tinha razão: no retorno à sessão, a maioria dos ministros acompanhou a divergência aberta pelo ministro Nunes Marques, indicado recentemente por Jair Bolsonaro para o STF, que defendeu a condenação de Moura e virou o placar para 6X4. Foi o fim momentâneo de um sonho…
STF condena André
A condenação do ex-deputado federal André Moura pelo Supremo, ontem, surpreendeu pela reviravolta que houve no julgamento, através dos ministros.
*** André somava 4 votos a zero que lhe era favorável, mas diante da euforia, o próprio André pediu que fosse esperada a votação dos outros seis ministros.
*** Quando retornaram do intervalo, os seis ministros votaram pela condenação, dando um placar de 6×4.
Relator absolve
O relator, ministro Gilmar Mendes, avaliou que o Ministério Público não conseguiu comprovar os crimes. “Em virtude disso, entendo que não há outra alternativa que não a absolvição por falta de provas”, afirmou o ministro.
*** A maioria dos ministros, no entanto, acompanhou a divergência aberta pelo ministro Nunes Marques, que defendeu a condenação de Moura.
Sob efeito do baque
Um influente membro da base aliada, perguntado sobre o caso André Moura, respondeu rápido: “ainda estamos sob o efeito do baque”.
*** Sugeriu que deixe passar o efeito desse baque “para podermos friamente ver o que se faz. Claro que nós não vamos perder o grupo de liderado por André”.
*** E mais: “temos de encontrar uma maneira de, conversando com ele, fazer uma rearrumação, naturalmente sem excluí-lo desse processo”.
*** – Mas primeiro vamos nos recuperar do susto, pra gente raciocinar melhor, disse.
Está bem tranquilo
Um deputado estadual também da base aliada disse que lamenta muito a decisão do Supremo em relação a André Moura, mas garante que não provocou uma desarrumação para a formação da chapa.
*** – Entretanto é preciso por o pé no freio e se reunir mais adiante para repensar os fatos e manter o projeto da formação de chapa, sem alterações.
*** O governador Belivaldo Chagas tem tranquilidade para segurar a unidade e formar a chapa majoritária sem receios.
Frente de Oposição
Presidente regional do PT, deputado federal João Daniel, disse ontem que o senador Rogério Carvalho, pré-candidato a governador, vai liderar um “projeto novo de oposição em Sergipe”.
*** Não declarou com quais legendas, mas disse que será com qualquer sigla que deseje participar dessa jornada.
*** Citou, rapidamente, o Psol, PSB, Solidariedade, entre outros.
Reunião da Executiva
Nesta sexta-feira, está marcada reunião da Executiva Estadual do PT, mas falta confirmação da presença do senador Rogério Carvalho e da vice-governadora Eliane Aquino, que se encontra em Maceió.
*** No encontro serão discutidas a campanha, a formação ampla da frente de posição, além das ações que serão desenvolvidas em pré-campanha.
*** O PT está formando uma chapa forte para disputar a Câmara Federal com 12 nomes.
Em São Cristóvão
O prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana (MDB), deixa claro que vai apoiar o senador Rogério Carvalho (PT) ao Governo do Estado.
*** Diz que ainda não pensou em um nome ao Senado.
*** Marcos vai apoiar dois nomes para deputado federal: Sérgio Reis (MDB) e João Daniel (PT). Para estadual o seu vice Paulo Júnior.
Cidadania e Podemos
O Cidadania e Podemos podem se compor para lançamento de chapa majoritária, caso o senador Alessandro Vieira (Cidadania) mantenha sua candidatura a presidente.
*** Um integrante do partido disse que a decisão do senador ocorrerá no final de outubro, para que o Cidadania adote uma posição em relação ao pleito de 2022.
*** Caso Alessandro mantenha o propósito da terceira via, haverá proposta ao empresário Milton Andrade (PL) para ele ser o candidato a governador e Daniele Garcia disputar o Senado.
*** Nesse caso, Milton trocaria o PL pelo Cidadania, para não formar uma chapa puro sangue, já que Daniele é Podemos.
Frente de Esquerda
Em congresso nacional, o Psol abriu oportunidade de formação de uma Frente de Esquerda com o PT, mas sem descartar a possibilidade de candidatura própria a presidente.
*** Segundo Henri Clay (Psol) a decisão vale para os Estados e essa articulação, para formação da Frente de Esquerda, vai até abril. Caso não seja montada o Psol terá candidaturas próprias.
Um giro pelas redes
Eumano Silva – Senador Girão defendeu Hang com veemência. No final cobrou a fatura: sem cerimônias, pediu lojas e patrocínio do empresário para times do Ceará.
Carta Capital – Justiça rejeita mais uma vez tentativa do Ministério Público Federal de reabrir o caso do sítio de Atibaia.
Francisco Castro – Presidente Jair Bolsonaro diz que o Lula quer que a economia brasileira seja igual à da China.
Band Jornalismo – O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse hoje que estuda medidas para tentar frear a alta no preço dos combustíveis.
Capital Político – Governo e mercado querem a estabilidade a qualquer custo. A população, se ouvida, preferiria o crescimento, mesmo que ele tenha o seu preço.
Francisco Castro – A Petrobras irá pagar R$ 300 milhões às famílias de baixa renda para terem acesso a gás de cozinha.
Makardi – “Queria ver se você faria isso com a mãe do Paulo Gustavo aqui, mas com o Luciano Hang você faz”, diz Flávio Bolsonaro para Renan Calheiros.
Revista Fórum – Juiz que negou benefício à criança com doença grave recebeu R$ 113 mil só em auxílios.