Aracaju, 28 de março de 2024

Paróquia de Estância completa 190 anos de criação nesta segunda

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O clero e os paroquianos de Estância, da paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, vão festejar nessa segunda-feira, 25, os 190 anos da criação dessa paróquia.

No final da missa deste domingo, 25, pela manhã, que foi transmitida pela rádio comunitária Mar Azul FM, direto da Catedral Diocesana, o administrador diocesano, padre Humberto Silva, falou sobre essa data, e disse que nesta segunda-feira, haverá a celebração de uma missa pela passagem dessa data importante. A missa começará às 19h, na Catedral Diocesana.

Na missa da noite, o padre Messias reforçou o aviso, e disse ainda, que as comemorações maiores dessa data, serão durante o novenário da festa da excelsa padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe, que começará em dezembro.

VEJA HISTÓRICO DA PARÓQUIA

Com a transferência da sede da Vila de Santa Luzia do Rio Real (hoje Santa Luzia do Itanhy) para Estância em 25 de outubro de 1831, foi criada a Freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe que teve como seu primeiro Vigário, o Pe. Miguel Teixeira de Araújo Santos.

Neste período, toda a Região de Sergipe era assistida pela Diocese de São Salvador da Bahia que tinha sido criada em 25 de fevereiro de 1551 no governo de Tomé de Souza. Passaram-se os anos, muitos fatos aconteceram no Brasil, passando de Colônia a Império e depois República, a província de Sergipe ficou independente da Bahia, mas sua população continuou sendo assistida religiosamente pela Arquidiocese de São Salvador que tinha sido elevada a esta categoria em 16 de novembro de 1676. Somente em 03 de janeiro de 1910 pela Carta Apostólica do Papa Pio X, “Divina Disponente” que foi criada a Diocese de Aracaju que teve como primeiro Bispo, D. José Thomas Gomes da Silva que tomou posse da Diocese em 4 de dezembro de 1911. Com isso a paróquia de Estância deixou de pertencer a Arquidiocese de São Salvador fazendo parte da recém criada Diocese de Sergipe, pois, ela abrangia todo o Estado.

Depois de 50 anos, no dia 30 de abril de 1960, através da Bula “Ecclesiarum Omnium” do Papa João XXIII, foram criadas as Dioceses de Estância e Propriá com a Província Eclesiástica de Aracaju (Arquidiocese). Com essa decisão a Paróquia de Estância foi elevada à categoria de Diocese passando ser a sede diocesana. Convém destacar que uns dos itens que levou a autoridade eclesiástica a escolher Estância para ser a sede da Diocese foi a construção da BR 101 que iria facilitar a locomoção do Bispo para os centros maiores (Aracaju e Salvador). De acordo com as normas da Igreja, tendo em vista que as Dioceses de Estância e Propriá foram criadas na mesma data, a instalação em Estância deveria ter ocorrido em 09 de outubro do mesmo ano, que foi o que aconteceu com a de Propriá, 16 de outubro, uma questão de ordem alfabética. Mas qual a razão dessa inversão de instalação? Porque o religioso (bispo) escolhido para Estância renunciou a sua sagração episcopal faltando poucos dias para a posse e outro Bispo foi nomeado em janeiro do ano seguinte.

Até o momento três Bispos já passaram por Estância. Seguindo a cronologia dos governos ou pastoreios episcopais da Diocese, o primeiro Bispo de Estância foi Dom José Bezerra Coutinho que tomou posse em 14 de abril de 1961 (data da instalação) exercendo seu episcopado até 1986. O segundo Bispo foi Dom Hildebrando Mendes Costa que tomou posse em 14 de maio de 1986 e ficou até 2003. O terceiro Bispo foi Dom Marco Eugênio de Galrão Leite de Almeida que tomou posse em 22 de agosto de 2003 e ficou até 2013. O Bispo atual é Dom Giovanni Crippa, que tomou posse em 24 d e agosto de 2014, só que antes tinha ficado como administrador até ser nomeado pelo Papa. A Diocese conta com uma população aproximadamente de 600 mil habitantes e é formada por vinte e sete paróquias que estão instaladas em 16 municípios em uma área territorial de 6.736 km².

A criação da Diocese de Estância foi um marco histórico para Estância e para a região sul do Estado, tanto nos campos: religioso;  vieram mais sacerdotes, um despertar para as vocações sacerdotais, o povo aprofundou mais a fé, surgiram novos movimentos e pastorais, os jovens se organizaram em grupos, em maio de 1962, surgiu a URJE (União Redentora da Juventude Estanciana) que serviu de incentivo para os jovens de outras paróquias;  social; no início da década de 1960 em Estância só tinha um Sindicato do operariado do setor têxtil e uma Associação Comercial controlada pela elite local, com isso o homem do campo descobriu a necessidade de ter um órgão para defender a classe, em 05 de setembro de 1962 foi fundado o Sindicato Rural da Estância que serviu de incentivo para o homem do campo de toda região; econômico; em 19 de dezembro de 1968, foi criada a COOPAME (Cooperativa Agrícola Mista de Estância) que facilitou o escoamento da produção agrícola de vários municípios da Região Sul e incentivou a fundação de várias colônias agrícolas na região; educacional; no caso particular de Estância, só existiam dois cursos em nível médio, um para o magistério (só para o sexo feminino) e o de técnico em contabilidade (para ambos os sexos), nesse contexto é fundado o Instituto Diocesano com o curso científico que muito auxiliou os jovens que desejavam ingressar na Universidade.

A faculdade de criar dioceses é exclusiva do Papa, porém, para que esse ato aconteça existem trabalhos de pesquisas ou estudos para observar a necessidade real do surgimento de uma nova Igreja particular (diocese) para melhor atender espiritualmente uma região. Esse levantamento, deve comprovar razões pastorais e o crescimento demográfico a fim de que o pastoreio do povo de Deus seja mais eficaz com a presença de um Bispo. No caso particular de Estância, no final dos anos cinquenta aconteceram várias reuniões com a comunidade eclesial, inclusive com a presença do Bispo de Aracaju, Dom Vicente Távora. O Padre José Paes de Santiago, vigário da época, liderou o movimento pró criação da Diocese que envolveu vários setores da sociedade estanciana, inclusive f oram rea lizadas várias campanhas para aquisição de uma residência episcopal e aquisição de outros itens necessários para uma sede episcopal. Depois de muito trabalho e a comprovação da viabilidade pastoral, econômica e social, a comunidade estanciana foi premiada com a criação da Diocese de Estância.

Finalmente depois de sessenta anos, não devemos esquecer de parabenizar todos aqueles que contribuíram direto e indiretamente com a criação da Diocese de Estância.  (J. Cruz).

A Tribuna Cultural

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