Aracaju, 24 de abril de 2024
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Moda Sustentável vira alternativa para consumidores

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Modelo de consumo de roupas e acessórios sustentáveis vem crescendo nos últimos anos e já é tendência entre a população mundial

De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), a indústria têxtil é uma das quatro indústrias que mais consomem recursos naturais. Os gastos com água, utilização de produtos químicos e também discussões éticas em torno do consumo de roupas feitas por lojas com acusações de trabalho escravo fazem com que muitas pessoas busquem novas alternativas para um consumo mais sustentável e consciente.

O consumo de moda sustentável é baseado em reduzir os poluentes usados na fabricação das peças, procurar recursos que garantam a durabilidade de uma peça sem retirar matéria-prima da natureza, reduzir o desperdício de tecidos e água da indústria têxtil e usar a criatividade com a reutilização e customização de roupas antigas. O professor do curso de Design de Moda da Universidade Tiradentes, Manoel Dantas Macedo Filho, explica que o interesse social em uma moda mais sustentável vem crescendo.

“Vejo, principalmente em vários fóruns da área, que esse interesse é sim, cada vez maior, especialmente no público jovem que já percebe mais facilmente que a sustentabilidade está em toda parte, incluindo as roupas e acessórios que podem, de alguma maneira, valorizar a sua identidade e promover boas ideias para o mundo”, disse.

Manoel reitera que a produção de moda pode se efetivar de várias maneiras, tanto em projetos mais intimistas e artesanais, valorizando as customizações e reusos que se associam à responsabilidade social, até os projetos das grandes marcas apoiadas na produção industrial. “Nos dois casos podemos levar em consideração as questões da sustentabilidade e, muito embora seja um passo mais do que necessário, alguns investimentos precisam ser feitos, pensando em maquinários, logísticas otimizadas, embalagens biodegradáveis, insumos diferenciados e estratégias de descarte, o que pode acarretar em preços mais salgados para o consumidor. Porém, claro, é um esforço mais do que necessário e que, a médio e longo prazo, vai trazer benefícios para todos”.

Para Manoel, o setor da moda deve se associar totalmente a essa demanda social. “A ética social deve estar sempre referenciando a sustentabilidade, e não o produto, para que a marca possa mostrar suas reais intenções alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável e, se possível, contribuindo para organismos que, antes da indústria, já lutavam por esses ideais”, completa.

Já o consumidor consciente que deseja investir em moda sustentável deve pesquisar as marcas que realmente demonstram responsabilidade social. Não é tarefa simples, mas é possível procurar produtos que seguem regras na sua manufatura que cuidam da natureza e, em alguns casos, podemos procurar informações de procedência. E, como não custa difundir esses conceitos novamente, vamos procurar cada vez mais reciclar, reutilizar, reduzir, reaproveitar e até repensar o consumo da moda”.

Assessoria de Imprensa

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