Aracaju, 19 de abril de 2024
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Irrigação pública dá suporte a viveiros de mudas e plantas ornamentais em Lagarto

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Situados às margens da rodoviária SE-270 ou nas suas redondezas, os empreendimentos estão inseridos dentro do Perímetro Irrigado Piauí, do Governo do Estado, e recebem a mesma água fornecida aos lotes que cultivam lavouras ou pomares pela Cohidro, vinculada à Seagri

Além da agricultura e da pecuária, em que as plantações irrigadas mantêm a alimentação dos animais, outra atividade econômica que a irrigação pública permite em Lagarto, Centro-Sul sergipano, é a de viveiros de produção e comercialização de mudas de espécies frutíferas, plantas para casa e jardim e até de árvores adultas. É o exemplo da palmeira real, vendida em tamanho ideal para projetos de paisagismo ou embelezamento de vias públicas, atendendo clientes de dentro e fora do estado. Situados às margens da rodoviária SE-270 ou nas suas redondezas, os empreendimentos estão inseridos dentro do Perímetro Irrigado Piauí, do Governo do Estado, e recebem a mesma água fornecida aos lotes que cultivam lavouras ou pomares pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).

No lote de Marcos de Carvalho, no perímetro Piauí, depois de cultivá-las por 4 ou 5 anos acontece o incrível processo de colheita, embalagem e embarque da palmeira imperial adulta. “Vendo para Sergipe e para outros estados como Bahia e Alagoas. É para paisagismo em chácaras, fazendas, prefeituras. Eu trabalho com palmeiras, plantas ornamentais, reflorestamento, citrus e frutíferas, neste lote e em outro”, informou o irrigante dono do viveiro. Ele pondera que o tempo de vida que a palmeira é colhida, para replantar em outro lugar, vai depender do que foi encomendado para atender ao projeto de paisagismo. “O tempo que ela fica plantada, é de acordo com o porte que o cliente vai querer. Depois que arranca, ela tem um período de 5 a 4 dias [para replantar] e tem que molhar desde o início, manter molhada todos os dias”, recomenda.

Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, este é mais um ramo do empreendedorismo que surgiu dentro dos Perímetros Irrigados do Governo Estado, e que promove a diversidade de produção. “Geralmente é um tipo de irrigante que, em espaços pequenos, consegue dar uma finalidade comercial para seu lote irrigado e obtém lucro para o sustento da sua família e a dos seus empregados, envolvidos no processo de produção agrícola e na venda das plantas. O viveirista tem uma gama de clientes, inclusive, na própria agricultura. Lagarto está no Centro-Sul, que junto da região do Sul Sergipano, abriga o polo citrícola sergipano, com muitos clientes para quem os vários viveiristas irrigantes do perímetro Piauí produzem mudas e borbulhas de cítricos com alto padrão de qualidade em estufas”, argumentou.

Antônio Batista está no Perímetro Irrigado Piauí desde a sua fundação, em 1987. “Então eu ‘nasci’ junto com ela, com a Cohidro. Com o apoio dos técnicos, dos engenheiros e com esse pedaço de terra, foi surgindo alguma coisa melhor para mim. Então eu fui plantando, alugando terra e hoje, graças a Deus já estou na minha propriedade”. Toinho de Estevão, como o agricultor é mais conhecido, diz que a viabilidade do seu negócio se deu através da irrigação pública. “Foi muito importante para nós da região. Aqui supre quase mil hectares, todo mundo produz e todo mundo tem barriga cheia. Só não tem barriga cheia quem vai se deitar e dormir, mas quem quiser trabalhar e viver nessa região aqui, não passa fome”, avisa Seu Antônio.

O agricultor tem uma grande variedade de espécies em seu viveiro irrigado com a água fornecida pela Cohidro. Entre tentativas, erros e acertos, Toinho de Estevão chegou às espécies que têm mais mercado em Lagarto e em outras cidades. Ao mesmo tempo, ele cultivou as suas preferências, contudo, algumas das plantas são de estimação. “Lutei com várias plantas, foi o maracujá irrigado, acerola, coco verde, sapoti. Muda de laranja, também produzo e entrei também, há uns 25 anos atrás, com mudas de palmeiras. Então, é o meu predileto hoje, é o que eu mais gosto e faço com o maior amor da minha vida. Eu plantei aqui uns 30 pés de coco, e aí nasceu um coqueiro com três pés [três troncos]. Então eu deixei ele, isso foi em 2000 e até hoje ele está produzindo bastante coco”, conta o irrigante de Lagarto.

Ascom Cohidro – foto: Fernando Augusto

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