Obra de Lineu Lins segue imortalizada em acervo na Universidade Tiradentes.
Ontem, 20, faleceu na cidade de Aracaju, o renomado fotógrafo sergipano Lineu Lins, aos 84 anos, responsável pela documentação fotográfica de importantes fatos e acontecimentos no estado. Somente na Universidade Tiradentes (Unit), há um acervo com mais de 25 mil itens que imortaliza sua história.
Para o reitor da Unit, Jouberto Uchôa de Mendonça, a importância de Lineu vai além dos registros históricos. “Ele foi um homem à frente de seu tempo e que muito contribuiu com a nossa história e identidade cultural com seus registros históricos de uma Aracaju antiga que muita gente viveu e que a juventude precisa sempre conhecer para entender seu presente. Temos a alegria de termos sido escolhidos para abrigar mais de 25 mil itens de seu acervo na Biblioteca Central da Unit, uma dádiva para a sociedade que hoje lamenta, profundamente, sua partida”, reflete Uchôa.
Cristal Carvalho, filha de Lineu Lins, afirma, com emoção, a dedicação do seu pai à profissão. “Meu pai vivia pela família e pela arte de fotografar. A fotografia não era apenas registro, era a forma como ele enxergava o mundo e como queria mostrar aos outros o que via”, relata.
A história contada pelas imagens de Lineu seguirá imortal por meio de seu acervo que está sob os cuidados da Unit. Com uma vasta coleção que apresenta a Aracaju do século XX à atualidade, Lineu estabelece um elo entre o passado e o presente, sendo fonte de inspiração para jovens estudantes e fotógrafos. Rony Rei do Nascimento Silva, professor doutor do curso de História da Unit, reafirma Lineu como um dos grandes nomes da fotografia sergipana.
“Sob seu olhar humanista, ele registrou o cotidiano de pessoas simples, eventos políticos, visitas de autoridades, artistas e intelectuais. Também temos o registro da a arquitetura da capital e do nosso interior. Por toda a sua majestosa história, é conferido a Lineu Lins um lugar de autoridade na nossa lembrança e na nossa memória”, conta.
Marcos Wandir, diretor do Sistema Integrado de Bibliotecas da Unit, explica que o acervo permite que alunos da instituição conheçam aspectos importantes da cidade. “A fotografia é uma arte, mas também é uma ciência, que se aprende e que se admira. Muitos trabalhos de conclusão de curso terão esse acervo como referência em suas pesquisas. A biblioteca sede tem um laboratório de Imagens Lineu Lins e todo acervo de imagens está sendo inserido no Pergamum para facilitar o acesso”, reitera.
O velório aconteceu até às 16hs desta segunda-feira, 21, no Osaf, em Itaporanga, 436, centro da capital. A família informou que o corpo será cremado.
Foto assessoria
Por Raquel Teixeira