Aracaju, 28 de abril de 2024
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Grande Recife registra pontos de alagamento após chuvas

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Apesar do volume de chuvas registrado na madrugada deste sábado (22) ser menor que o da sexta-feira (21), a Região Metropolitana do Recife segue com diversos pontos de alagamentos. Parte do bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, continua inacessível, com moradores utilizando jangadas para sair de casa. (Veja vídeo acima)

Até as 10h deste sábado, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) registrou 49 milímetros de chuva no Recife, na altura do bairro da Imbiribeira, nas últimas 24 horas. No Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, foram 43,74 milímetros. Na Muribeca, choveu 20,83 milímetros nas últimas 24 horas.

O secretário de Defesa Civil de Jaboatão, coronel Marcos Antônio, explicou que a prefeitura está fazendo um trabalho de monitoramento junto a Apac. “Tivemos uma baixa [do nível] do Rio Jaboatão. A região da Muribeca é uma área recorrente de alagamento por ser mais baixa. Quando chove, o nível do rio sobe e não tem como drenar”, explica o secretário.

A previsão da Apac para este sábado é de tempo nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva de forma isolada ao longo do dia com intensidade de fraca a moderada no Grande Recife.

Bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, seguia alagado neste sábado (22) (Foto: Reprodução/TV Globo)Bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, seguia alagado neste sábado (22) (Foto: Reprodução/TV Globo)

Bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, seguia alagado neste sábado (22) (Foto: Reprodução/TV Globo)

Na Muribeca, moram cerca de 26 mil pessoas. Na sexta-feira (21), o Rio Jaboatão transbordou e fechou a entrada do bairro. O acesso normalizou neste sábado, mas inúmeros moradores seguem ilhados. Imagens feitas pelo Globo Cop mostram jangadas improvisadas. Ao todo, 75 pessoas estão abrigadas pela prefeitura do município.

“Entramos em contato com a Apac e eles estavam repassando para a gente o nível da calha [do rio]. Chegou a subir dois metros. Fomos ao local, para falar com as pessoas, mas algumas famílias não quiseram sair”, aponta o secretário, ressaltando que as equipes estão nas ruas fazendo vistorias e colocando lonas nas partes de morro da cidade.

Ainda há registros de ruas alagadas em diversos bairros de Ipojuca. Moradores de Porto de Galinhas enviaram mensagens ao WhatsApp da Globo reclamando das ruas tomadas pela água. O balanço mais recente do Governo de Pernambuco aponta para 415 desabrigados e 369 desalojados devido as chuvas das sexta. Incluindo os afetados pelas chuvas de maio, o número chega a 7.915 pessoas fora de suas casas.

Moradores reclamam de ruas alagadas em Porto de Galinhas, em Ipojuca, neste sábado (22) (Foto: Cléo Santos/WhatsApp)Moradores reclamam de ruas alagadas em Porto de Galinhas, em Ipojuca, neste sábado (22) (Foto: Cléo Santos/WhatsApp)

Moradores reclamam de ruas alagadas em Porto de Galinhas, em Ipojuca, neste sábado (22) (Foto: Cléo Santos/WhatsApp)

Prejuízo

A água invadiu a oficina de Patrício da Silva e ficou na altura da cintura. Ele conta que perdeu tudo e vai ter que dar um jeito para que seus clientes não fiquem no prejuízo também. “Não funcionada mais nada. Tudo terá que ser feito de novo. Perdi tudo, ferramenta, máquina de solda, tudo que tinha aqui já era. Vou trabalhar para tentar arrumar dinheiro e reembolsar meus clientes”.

Ana Lúcia Viana também diz que a chuva destruíu tudo dentro de casa. “Armário, cama, fogão, celular. Essa chuva nos pegou de surpresa, eu ainda estou surpresa com o que aconteceu”, lamenta.

Maior chuva do ano

Desde as 5h da quinta-feira (20) até as 17h de sexta-feira (21), o acumulado de chuvas no Recife foi de 130 milímetros, volume esperado para dez dias, de acordo com a média histórica do mês de julho, que é de 385 milímetros. Segundo a Defesa Civil da capital, essa é considerada a maior chuva do ano na cidade.

A Defesa Civil orientou os moradores das áreas de risco do Recife a deixarem suas casas e procurarem abrigo em locais seguros. O alerta foi emitido na sexta via SMS para 22 mil famílias cadastradas em áreas de risco. A Defesa Civil do Recife mantém um plantão 24 horas e pode ser acionada através do 0800 081 3400. A ligação é gratuita.

Chuva alaga ruas e faz rios transbordarem no Grande Recife e na Mata Sul

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Situação no estado

De acordo com o governo do estado, equipes da Operação Prontidão, iniciada desde as chuvas de maio, foram acionadas nesta sexta (21) para dar assistência aos municípios mais atingidos, como Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros, Ribeirão, Gameleira, Escada, Primavera, Bonito, Barra de Guabiraba, Cortês, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

Somente na sexta (21), foram registrados 61 deslizamentos, 23 pontos de alagamentos, 415 desabrigados e 369 desalojados no estado devido às chuvas. O estado também fez a entrega de 620 cestas básicas e 684 colchões para essas pessoas.

Desde o mês de maio, o governo havia decretado estado de emergência em 27 municípios: Amaraji, Água Preta, Barra de Guabiraba, Belém de Maria, Catende, Cortês, Jaqueira, Maraial, Palmares, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito do Sul, Barreiros, Gameleira, Caruaru, Ipojuca, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Primavera, Quipapá, Sirinhaém, Tamadaré, Xexéu, São José da Coroa Grande, Bonito e Escada.

Nesta sexta (21), Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, foi o município que registrou o maior volume de chuvas, com 110 milímetros, em 12 horas. Em 24 horas, a cidade acumulou 195 milímetros, o equivalente ao esperado para 21 dias, de acordo com a Apac. Além de Ipojuca, Escada contabilizou 84 milímetros, Sirinhaém registrou 59 milímetros, Ribeirão teve 54 milímetros e Rio Formoso notificou 53 milímetros. Todas essas cidades ficam na Mata Sul pernambucana.

Por G1 PE

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