Aracaju, 29 de junho de 2025
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Artesanato sergipano ganha destaque e encanta público na Vila do Forró, em Aracaju

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Na Vila do Forró, na Orla da Atalaia, não é apenas o som da sanfona que chama a atenção dos frequentadores. Quem passeia pelo espaço também se encanta com as cores, texturas e histórias contadas através do artesanato sergipano. As barracas montadas ao longo da Vila revelam um universo de tradição e criatividade, onde cada peça carrega a identidade de quem a produz.

Dos bordados delicados às esculturas em madeira, passando por peças de palha, cerâmica, crochê e pintura, os trabalhos apresentados refletem a diversidade cultural do estado e o talento de artesãos de todas as regiões. Muitos deles passam meses se preparando para os festejos juninos, desenvolvendo coleções temáticas, buscando novas técnicas e apostando em materiais que valorizam a cultura nordestina.

Com mãos que contam histórias e preservam tradições, Izabel Siqueira representa o legado da renda irlandesa na Vila do Forró. Artesã de Divina Pastora, município sergipano conhecido por manter viva essa técnica centenária, ela conta que aprendeu o ofício com a mãe, que por sua vez herdou os ensinamentos da avó. Para Izabel, participar da Vila é motivo de orgulho e uma forma concreta de valorização da cultura local.

“É muito importante ter esse espaço para mostrar nosso trabalho. A renda irlandesa é parte da nossa identidade, e aqui conseguimos levar isso para as pessoas. Além disso, o movimento tem sido muito bom e está ajudando bastante no nosso sustento. Toda renda extra que entra faz diferença pra quem vive da arte”, destaca.

Para Daiane Flor, estar na Vila do Forró vai além da venda: é também sobre troca, acolhimento e reconhecimento. Artesã sergipana, ela destaca a importância de espaços como esse, que oferecem visibilidade ao trabalho manual e promovem conexões com públicos diversos.

“Quem é artista, de alguma forma, quer mostrar sua arte e também viver dela. Aqui, além de vender, a gente tem contato com pessoas de fora, com outras culturas e costumes. Isso é valioso não só pelo dinheiro, mas também pela troca de experiências. O espaço é acolhedor e faz a gente se sentir valorizado”, pontua.

Com estampas que exaltam o Nordeste, Laires Pedral celebra a visibilidade que o artesanato sergipano tem conquistado na Vila do Forró. Empresária de uma loja especializada em camisas, chapéus e outros itens com identidade regional, ela destaca a beleza e o acolhimento do espaço, além do orgulho de ver seus produtos ganhando o mundo.

“O espaço está lindo, confortável e muito agradável. Dá orgulho saber que um turista leva minha camisa pra outro estado, até pra outro país. Isso é muito mais do que uma venda, é levar um pedacinho de Sergipe com ele. As vendas estão ótimas, e o Governo do Estado está de parabéns por promover essa valorização da nossa cultura”, afirma.

Encantamento geral

Entre as peças confeccionadas à mão e em grupos, destacam-se as bolsas e cestas de palha, símbolo da tradição artesanal sergipana que resgata técnicas passadas de geração em geração. Também chamam atenção elementos que remetem ao sertão, às festas populares e à religiosidade local, com detalhes que atraem olhares curiosos, despertam memórias afetivas e reforçam o orgulho de uma cultura viva e plural.

Quem visita o espaço reconhece esse valor cultural e artesanal. Muitos aproveitam para adquirir uma lembrança feita à mão, valorizando o trabalho local e contribuindo diretamente com os pequenos empreendedores. Além de movimentar a economia durante os festejos, o artesanato fortalece conexões e reafirma o São João como uma festa de identidade, pertencimento e celebração da cultura popular sergipana.

Encantada com a riqueza cultural de Sergipe, a analista de eventos Marília Borges, de São Paulo, escolheu o estado para viver seu primeiro São João nordestino. Ao lado do marido, Victor Leão, e do filho Leonardo, de 2 anos, ela conta que a família pesquisou bastante antes de decidir e fez a escolha certa ao desembarcar no ‘país do forró’.

“Estamos apaixonados! O espaço da Vila é lindo e acolhedor, mas o que mais me encantou foi a área do artesanato. Não sei nem o que levar, porque é tudo muito bonito e bem-feito. Se fosse escolher algo para dar de presente em São Paulo, com certeza levaria uma peça bem autêntica, daquelas que representam de verdade a identidade de Sergipe”, destacou.

Valorização da cultura local também passa pelo olhar do público sergipano. Para Isabele Paixão, servidora pública e frequentadora da Vila do Forró, reconhecer e prestigiar os talentos da terra é essencial para fortalecer a identidade do estado. Encantada com a beleza e a delicadeza das peças expostas no espaço do artesanato, ela destacou a importância de apoiar quem é “da casa”.

“Me apaixonei por um caju de madeira, que é a cara de Aracaju. São peças como essa que mostram o quanto nosso artesanato é rico. Artistas como Bebeto Souza e Beto Pezão, que foi muito bem representado esse ano, merecem todo reconhecimento. Precisamos valorizar o que é nosso”, afirmou.

Direto do interior da Bahia, a professora Mônica Lopes veio de Itabuna para rever familiares em Aracaju e aproveitou a visita para conhecer a Vila do Forró ao lado da mãe, Dona Áurea, de 89 anos. Encantada com o espaço e com a receptividade sergipana, ela destacou o cuidado com cada detalhe da estrutura montada, especialmente a área dedicada ao artesanato.

“Tudo aqui é muito lindo e caprichado. O espaço do artesanato é encantador, e o melhor é ser recebida com tanta beleza e sorrisos. É uma experiência que emociona. O turista chega e se sente acolhido, e isso faz toda a diferença”, afirmou.

A sergipana Cláudia Bernardes também aproveitou os dias após o São João para curtir a Vila do Forró ao lado da irmã, Etiene Leandro. Passeando pelos stands de artesanato, ela se mostrou impressionada com a beleza e o cuidado das peças expostas.“Esperei passar o dia de São João para vir com mais calma, e valeu a pena. As peças são encantadoras, feitas com um capricho que impressiona. Dá orgulho ver tanto talento reunido aqui”, afirmou.

País do Forró

O Arraiá do Povo e a Vila do Forró são uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e do Banese, em parceria com o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O projeto conta com o apoio da Energisa, Aperipê TV, Netiz, TV Atalaia, Prefeitura de Aracaju, FM Sergipe e TV Sergipe; e com o patrocínio da Eneva, Iguá Saneamento, Maratá, GBarbosa, Sergas, Deso, Pisolar, Celi Engenharia, Rede Primavera Saúde, SEGV e Indra.

Foto : Diego Souza

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