Durante todo o mês de junho, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), por meio da Diretoria de Inclusão e Direitos Humanos (DIDH), intensificou as ações da Blitz dos Direitos Humanos em diversos espaços públicos de grande circulação em Aracaju.
Parte da Campanha de Combate ao Trabalho Infantil promovida pelo Governo de Sergipe, a blitz esteve presente nos principais festejos juninos da capital, como o Arraiá do Povo, a Vila do Forró, a Rua de São João e, mais recentemente, na noite da última terça-feira, 24, no Forró Caju.
A programação especial também incluiu ações em locais como os mercados centrais, onde comerciantes e frequentadores foram abordados com orientações sobre os riscos do trabalho infantil e os canais de denúncia. Com distribuição de panfletos, adesivos e conversas diretas com o público, a blitz reforçou o compromisso do Estado com a proteção da infância em ambientes que, apesar da festa, ainda apresentam riscos de exploração.
A secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, destacou que as festas são um momento estratégico para mobilizar a sociedade, mas o trabalho da SEASIC acontece o ano inteiro. “A infância precisa ser vivida com dignidade, com acesso ao cuidado, ao brincar, à escola e ao afeto. As festas juninas são uma oportunidade de levar essa mensagem para mais gente, mas nossas equipes atuam durante todo o ano para proteger crianças e adolescentes. Não podemos naturalizar nenhuma forma de exploração. A sociedade precisa estar atenta e disposta a proteger”, reforçou a secretária.
A coordenadora de Políticas Públicas para Crianças e Adolescentes da Seasic, Adriana Morais, explicou que o trabalho infantil, muitas vezes invisibilizado em meio à cultura popular, deixa marcas profundas. “Muitas pessoas acham comum ver crianças ajudando na barraca, vendendo produtos ou ficando sozinha em ambientes inseguros. Mas isso é uma violação. Estamos aqui para alertar que trabalhar na infância compromete o desenvolvimento físico, emocional e escolar dessas crianças. Toda vez que a gente informa, a gente protege”, afirmou.
Para a diretora de Inclusão e Direitos Humanos da SEASIC, Isabel Ferreira, a campanha tem se fortalecido porque escuta o público, dialoga com diferentes realidades e se adapta a cada espaço. “Neste mês, a blitz esteve em vários pontos da cidade, com públicos diversos — turistas, ambulantes, feirantes, famílias inteiras. Cada lugar tem uma dinâmica, e por isso nosso trabalho é sempre de escuta e de orientação. Nosso compromisso é com o direito de existir, e isso começa protegendo quem é mais vulnerável: as nossas crianças e adolescentes”, sublinhou.
Percepção do público
No Arraiá do Povo, o comerciante Gilvan dos Santos também aprovou a iniciativa: “Eu trabalho há anos com barraca e sei como é difícil deixar os filhos em casa. Por isso é bom ver o governo falando sobre isso e orientando. Já vi muita criança ajudando aqui, e não é seguro”.
A paulista Daniela da Silva, que veio a Aracaju com as filhas, contou que ficou feliz com a ação na Rua de São João: “Eu achei lindo ver isso no meio da festa. A criança tem que brincar, estudar e ser respeitada. A gente precisa ver mais campanhas assim no Brasil”.
Canais de denúncia
Casos de trabalho infantil podem ser denunciados de forma anônima pelo Disque 100, canal nacional da Ouvidoria de Direitos Humanos.
Foto: Ascom/Seasic