Aracaju, 26 de julho de 2025
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Brinquedoteca transforma rotina de crianças internadas no HU-UFS

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Um ambiente hospitalar mais leve, acolhedor e cheio de cor. Assim tem sido a experiência de crianças internadas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), graças a um projeto de extensão desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). A iniciativa amplia o acesso a atividades lúdicas na brinquedoteca da unidade, com impacto positivo na saúde emocional dos pequenos pacientes e de seus familiares.

O projeto, aprovado em junho pela Pró-Reitoria de Extensão da UFS, tem como foco a humanização da assistência hospitalar. A proposta é capacitar estudantes de cursos da área da saúde para atuarem junto às crianças hospitalizadas, ampliando o horário de funcionamento da brinquedoteca e oferecendo uma programação diversificada. Entre as atividades estão contação de histórias, oficinas de arte, brinquedos instrucionais, além de sessões de cinema e teatro.

Para as crianças que não podem se deslocar até a brinquedoteca, o hospital também encontrou uma solução. “Temos um catálogo itinerante que visa atender as crianças impossibilitadas de utilizar o espaço da brinquedoteca”, explica Rosemar Mendes, enfermeira da Divisão de Gestão do Cuidado do HU-UFS.

De acordo com o psicólogo da Unidade de Atenção Psicossocial, Jakson Cerqueira, a ludicidade reduz os efeitos negativos da hospitalização, proporcionando momentos de repouso e alívio para a criança e para os pais. Ele destaca que essas ações ajudam a transformar a percepção sobre o hospital, que “deixa de ser visto como um local de dor e sofrimento e passa a ser reconhecido também como um espaço de vida, recuperação da saúde e interações humanas positivas”.

“O brincar é a ocupação principal da criança, não é um mero passatempo. Ao brincar, ela coloca em exercício o estágio sensório-motor e aprende ação e reação”, afirma o psicólogo, ao ressaltar a importância das atividades lúdicas no processo de desenvolvimento e recuperação infantil.

Acolhimento de mães e filhos

Para as mães, o espaço também se tornou um importante ponto de apoio emocional. Iranildes Moura, mãe do pequeno Heitor, de quatro anos, que é autista, destaca a importância da brinquedoteca para o bem-estar do filho. “Só tenho a agradecer ao hospital universitário, que acolheu meu filho e que faz com que ele fique um pouco mais calmo e brinque. As crianças e as mães se sentem acolhidas na brinquedoteca”, garante.

Jaile Silva, mãe da paciente Brenda Gabriela, também vê no projeto um alívio em meio à internação. “O espaço é muito agradável, uma sala de distração e entretenimento para as crianças enquanto estão internadas. Aqui elas têm aquele momento para poder vir brincar e interagir com outras crianças, com as mães e com as tias da salinha”, relata.

Direito garantido por lei

A iniciativa segue uma série de marcos legais que asseguram o direito ao brincar mesmo em ambientes hospitalares. A brinquedoteca do HU-UFS atende à Lei nº 11.104/2005, que determina a obrigatoriedade desse tipo de espaço em hospitais com atendimento pediátrico, e à Resolução nº 41/1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que trata dos direitos da criança hospitalizada à recreação.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Declaração dos Direitos da Criança da ONU/UNICEF e, mais recentemente, a Lei nº 15.145/2025, que instituiu o Dia Nacional do Brincar, reforçam o reconhecimento do brincar como um direito fundamental da infância.

Sobre a Ebserh

O HU-UFS faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Texto e foto Ailton Rocha

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