Aracaju, 18 de julho de 2025
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Capela na Vila do Forró destaca tradições juninas e turismo religioso

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A capela erguida pelo Governo de Sergipe na Vila do Forró, na Orla da Atalaia, em Aracaju, é símbolo da religiosidade, um dos aspectos dos festejos juninos sergipanos. Nesse sentido, refere-se às tradições em homenagem aos santos da Igreja Católica – Santo Antônio, São João e São Pedro – celebrados em atos religiosos e culturais em todo o Nordeste durante o mês de junho.

Além disso, a igrejinha na cidade cenográfica, que continua aberta ao público até o dia 27 de julho, contribui também para enaltecer o turismo religioso no estado.

Na fachada da capela, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençoa e dá as boas-vindas aos visitantes. No interior da construção, há outros elementos característicos da religião católica, como imagens de Nossa Senhora de Fátima, dos santos juninos, de Jesus crucificado, entre outros objetos sacros. Já os bancos de madeira, típicos em igrejas, convidam as pessoas a fazerem uma pequena pausa para orar. Algumas delas pedem a bênção do Padre Belga, que está sempre acompanhado pela Freira Iris, ambos personagens representados, respectivamente, pelos atores Gariolando Silva e Márcia Iris Alves.

Foi o caso do gerente administrativo Marcelo da Cunha e da esposa dele, a diretora escolar Daniela Yuri Cunha. Estreando em Sergipe, o casal vindo de São Paulo, que estava acompanhado da aposentada Maria Evangelista de Sousa, prima de Daniela, ficou encantado com a capelinha e só saiu de lá depois de receber a ‘benção’ da dupla.

“Eu fiquei emocionada de verdade. No começo, o que me chamou a atenção foi a capelinha e a imagem de Nossa Senhora Aparecida, porque sou devota dela. Mas quando entramos, fomos surpreendidos com a benção do padre. Confesso que será inesquecível. Nunca pensei que fosse acontecer um fato desses. Foi muito especial. Com certeza, vai marcar nossa estadia aqui. É uma lembrança que vamos levar para sempre”, afirmou Daniela, que é paulistana.

Já Marcelo comentou que se surpreendeu ao se deparar com a capelinha e destacou a representatividade dela no contexto junino. “Achei muito legal, pois remete à cultura nordestina e, nesse período, ao forró, ao São João. Por isso, fomos logo tirar uma foto. E o que mais chamou nossa atenção foi a hospitalidade da ‘freira’ e do ‘padre’. Não imaginávamos isso”, declarou Marcelo, pernambucano que mora na capital paulista.

A professora Tânia Santos, de Aracaju, também se mostrou encantada com a capela e ressaltou todo o simbolismo religioso que fica em evidência no período junino. Segundo ela, a igrejinha na festa junina é uma espécie de lembrete sobre o turismo religioso de Sergipe e sugere aos turistas conhecerem o que o estado tem nesse âmbito. “É importante, principalmente, para renovar a fé das pessoas”, opinou Tânia, que estava acompanhada das irmãs Telma e Tenilza Santos e dos sobrinhos Aline e Alex Teles.

O Padre Belga comentou que, este ano, a capela recebeu a visita da imagem de Nossa Senhora Divina Pastora, padroeira de Sergipe. “Me emocionei muito. Me lembra do meu tempo de escola, no Diocesano de Propriá. E, aqui, o que mais me chama atenção é como as pessoas vêm em busca da bênção. Eu junto as mãos do casal, dou a bênção e peço para dar um selinho. Eles ficam impressionados, e eu fico feliz, porque isso toca as pessoas de verdade. E a cidade cenográfica traz esse retrato vivo do interior nordestino, com a casa de São João, a fogueira, a igrejinha. É tudo inspirado nas tradições criadas pelos padres desde o século XVI. A religiosidade está viva aqui, de forma leve, acolhedora, sem ofender. É só alegria e fé!”, assegurou o ‘Padre Belga’.

Turismo religioso

Vale destacar que o turismo religioso é importante indutor do desenvolvimento regional em Sergipe. Entre os inúmeros roteiros, destaque para a Romaria do Senhor dos Passos, em São Cristóvão, durante a Quaresma. Já Laranjeiras chama a atenção para a Semana Santa, Festa de Reis e a tradicional Festa do Padroeiro Sagrado Coração de Jesus. Além das festividades voltadas ao catolicismo, há celebrações ligadas às religiões de matrizes africanas, muito fortes também naquele município.

Outro exemplo é o turismo religioso em Divina Pastora, no leste do estado, marcado pela tradicional peregrinação. O evento católico acontece sempre no mês de outubro, quando os fiéis saem do município de Riachuelo e de outras cidades com destino ao Santuário de Divina Pastora construído no século XIX e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).

Foto: Laudicéia Fernandes

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