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Edital para uso do Terminal Pesqueiro de Aracaju sai até dezembro

EXPO PESCA DIA 01

Anúncio foi feito pela secretária Nacional da Aquicultura, Tereza Nelma, durante solenidade de abertura da Expo Pesca & Aquicultura 2023. Obra de construção do novo terminal foi iniciada em 2015.

O edital para a escolha do investidor que receberá a concessão para uso do Terminal Pesqueiro de Aracaju deverá ser publicado até dezembro deste ano. Essa foi a estimativa dada pela secretária Nacional da Aquicultura, Tereza Nelma, durante a solenidade de abertura da Expo Pesca & Aquicultura 2023, realizada na manhã desta quarta-feira, 13, no Centro de Convenções AM Malls Sergipe. Tereza Nelma contou, ainda, que além de Aracaju, outros três terminais pesqueiros no país estão em situação semelhante.

A construção do novo terminal teve investimento total de R$ 14 milhões. A obra contou com a participação do governo Federal, foi iniciada em 2015, tinha previsão de entrega para 2017,mas foi paralisada em 2016. Após finalizada a obra, houve licitação em março de 2022 para a ocupação do espaço, mas foi deserta, ou seja, não houve interessado em gerenciar o local, motivo pelo qual ainda continua sem uso.

“O Ministério da Pesca & Aquicultura está muito comprometido em resolver a situação desses terminais, em fazer com que as concessões aconteçam. Por isso, aqui no estado, o TCU, o MPA, o governo do Estado e a Superintendência da Pesca e Aquicultura refizeram todo o edital, que já foi autorizado pelo TCU, e acreditamos que até dezembro ele seja lançado, para que a nova concessão aconteça, pois o terminal é muito importante para a economia sergipana”, frisa a secretária Tereza Nelma.

Importância da Expo Pesca

Tereza Nelma classificou a Expo Pesca & Aquicultura como um excelente e importante evento para a economia local, regional e do país, e destacou o fato de ser o único da região Nordeste para debater a cadeia produtiva pesqueira. Além da Expo Pesca, o outro evento existente é a Feira Nacional do Camarão (Fenacam), no Ceará, que trata somente dessa espécie.

“Temos a necessidade de debater o setor, porque a pesca e a aquicultura são ferramentas importantes para alavancar a economia. Os gestores precisam entender que a pesca artesanal faz parte da vida, mas que tem um limite, principalmente em virtude da pesca desordenada no mundo. A aquicultura é um futuro presente e não estacionou como a pesca, porque quem a controla é o homem ao criar o peixe, o camarão, os moluscos, a rã, entre outras espécies”, explica Tereza Nelma.

De acordo com a secretária, ainda é preciso ajustar cenários para que políticas públicas possam ser implantadas, como resolver questões relativas às licenças; e ter acesso a dados oficiais sobre a quantidade exata de aquicultores no Brasil.

“Precisamos da ajuda dos estados e municípios para sabermos quantos são e onde estão. O único dado oficial que temos é do IBGE, que afirma serem 230 mil aquicultores no país, porém, registrados nos sistemas oficiais temos apenas 11.834, portanto, há uma disparidade enorme, e sem dados corretos, temos o risco de não implantarmos as políticas públicas necessárias”, frisa Tereza Nelma.

Política e investimento são necessários

A secretária Nacional da Aquicultura disse, ainda, que recentemente o setor obteve dois grandes avanços. O primeiro foi a inclusão da aquicultura no Brasil Sem Fome, já reconhecendo a importância para a política de segurança alimentar. “Você sabia que a carne branca é a que mais tem proteínas, que hoje temos pouca oferta de proteínas no mundo e uma demanda muito grande de fome? Por isso precisamos investir na aquicultura, para que possamos, realmente, combater a fome no país e no mundo”, disse.

O segundo avanço, ocorrido em julho deste ano, após grande articulação no Congresso Nacional, foi a inclusão da aquicultura no texto final da reforma tributária, garantindo isonomia da ração. Até então, os pescados pagavam 100% de PIS e COFINS sobre a ração, enquanto aves e suínos eram isentos. Essa paridade fornecerá um alívio para o setor e possibilitará que avance, pois o pagamento de tributos representava um gargalo no desenvolvimento aquícola.

“Hoje, o valor da ração chega a equivaler a 70% do preço da produção, sendo um insumo muito relevante no custo final. Estamos confiantes de que o Projeto de Lei que está em tramitação, e que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, também será aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Lula. A aquicultura é uma grande ferramenta de trabalho e de mudança de realidade, mas, para isso, duas coisas são fundamentais: decisão política e investimento”, reforça Tereza Nelma.

A Expo Pesca & Aquicultura

De hoje até o dia 15, o Centro de Convenções AM Malls Sergipe será o palco para as discussões sobre a cadeia pesqueira do Nordeste, com foco para os estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. No sábado, dia 16, acontecerá a visita técnica ao laboratório da Codevasf, em parceria com a UFAL, onde são realizados estudos e desenvolvimento do camarão-pitu, para repovoamento do Velho Chico.

A Expo Pesca está reunindo autoridades, pesquisadores, estudantes, professores e vários outros atores da pesca e aquicultura da região SEALBA. Estão presentes no evento representantes dos governos de Sergipe, Alagoas e Bahia, da Codevasf, Embrapa, UFAL, UFS, e demais entidades apoiadoras, patrocinadoras e expositoras.

Foto assessoria

Por Andréa Moura

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