Depois de 45 anos de sua realização, a tradicional Festa do Vaqueiro, na cidade de Porto da Folha, alto sertão de Sergipe, que aconteceria neste final de semana, foi interrompida por decisão de liminar do juiz Cláudio Pacheco, que proibia show com bandas que foram contratadas para o evento.

Até às 17 horas desta sexta-feira (23), a população ainda esperava uma decisão da Justiça, que poderia derrubar a liminar através de um novo recurso que contestava,  inclusive, decisão monocrática do desembargador Ricardo Múcio que manteve a suspensão dos festejos.

Como não houve uma nova decisão judicial revertendo a liminar, a festa foi suspensa em definitivo, o que causou revolta à população, principalmente aos comerciantes de bares que se prepararam para atender a milhares de pessoas que visitavam Porto da Folha durante os festejos, que iria desta sexta até domingo.

A suspensão da festa deu prejuízo não apenas aos donos de bar, mas aos ambulantes e a algumas pessoas que alugaram casas a visitantes durante o período. Na sexta-feira à noite, os moradores da cidade fizeram tendas nas portas de suas casas e ligaram paredões de som, para não passarem em branco. Quem foi para a festa deixou Porto da Folha logo cedo, assim que soube da decisão final sobre a suspensão.

Neste sábado (24) pela manhã haverá a corrida do boi no mato promovida, por uma entidade ligada aos vaqueiros, com a provável presença de uma banda de forró de pé de serra. A Festa do Vaqueiro de Porto da Folha é uma tradição no sertão sergipano, que atrai centenas de vaqueiros de vários Estados do Nordeste. No domingo (25) haverá a Missa do Vaqueiro e a premiação dos vencedores da corrida do boi no mato.

A festa foi suspensa pelo juiz Cláudio Pacheco, em razão das dificuldades financeiras que passa a Prefeitura do município, que tem à frente do Dr. Albino. Há atrasos nos salários dos servidores, problemas na Educação e na Saúde e uma série de problemas criados pela má condução da cidade.

Segundo informação da Prefeitura, os gastos na Festa do Vaqueiro pelo município seria de apenas R$ 41 mil, porque tinha a participação da iniciativa privada. A festa é cultural e teve início em 1970 e foi interrompida este ano por decisão judicial.