Aracaju, 14 de maio de 2024
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Maria Eduarda, uma estrela do futebol feminino sergipano, agora brilhando lá fora

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O fomento que a Prefeitura de Aracaju tem dado ao esporte, através de ações da Secretaria da Juventude e do Esporte (Sejesp), acaba por abrir caminhos que permitem que a juventude sergipana seja destaque, também, fora de Sergipe. A história que vamos contar a seguir revela um pouco disso.

Maria, como já é próprio do nome, é obstinada e forte. Com 1,55m de altura, a Maria dessa matéria se destaca com a bola de futebol nos pés. Este ano, já jogou numa competição realizada pela Secretaria da Juventude e do Esporte de Aracaju (Sejesp) em maio e, mais recentemente, disputou um campeonato realizado pela Central Única das Favelas (CUFA), também apoiado pela Sejesp.

Aos 14 anos de idade, Maria já sabe quem é sua principal fonte de inspiração para insistir no caminho do esporte. “Marta é uma inspiração de mulher. Ela é uma rainha do futebol, que saiu do interior e tem histórias a contar”, diz. “Igual às mulheres que jogam futebol aqui em Sergipe, igual a mim”, compara reflexiva a menina do bairro Santos Dumont.

Dudinha, como é chamada pelos mais próximos, tem também outra inspiração no futebol: sua mãe. Lucilene Vieira da Silva jogava futebol amador há 22 anos. Mas reconhece que, naquela época, não existiam os privilégios e reconhecimento que sua filha, atualmente, usufrui nessa trajetória. “Muitas viam aquilo só como brincadeira. Hoje não. Essas meninas hoje estão sendo reconhecidas e estão ganhando apoio nessa caminhada”, diz, ressaltando a importância de diversas pessoas que cruzaram o caminho de sua filha e acreditaram nela.

Foi dominando o pé esquerdo e ocupando a posição de meio-campo que Maria Eduarda Vieira Guedes garantiu, ao lado das colegas de time, o título de vice campeã  da Taça Cidade de Aracaju de Futebol Feminino, em maio deste ano.

A adolescente sempre recebeu o incentivo de toda sua família. Desde pequena, brinca com a bola de futebol nos pés e tem, dentro de casa, seus maiores fãs.

É também com o apoio dessa família que, agora, ela dá seus primeiros passos no futebol distante de sua terra natal. ‘Eu jogo desde pequenininha, e é o meu avô que me treina desde sempre”, conta com orgulho. “Essa experiência que vou ter agora é muito boa. O sonho de qualquer menina que joga futebol, né?”, pondera ainda a menina que está prestes a viajar para Porto Alegre, onde integrará o time Internacional durante o Brasileirão Sub 14, na Liga Conmebol, que durará 15 dias. Mesmo sendo a sua primeira experiência viajando sozinha, ela não demonstra nenhum medo. “Medo eu não tenho, não. Só estou muito ansiosa mesmo”, reflete.

Para seu técnico, Jailson Oliveira, Maria Eduarda é muito talentosa. “O grau de habilidade da Dudinha é tão grande que ela, inclusive, passa a assumir a titularidade nas categorias adultas como meia-esquerda e camisa dez”, comenta. “Raramente acontece isso. Uma jogadora com esse grau de talento”, afirma o treinador que a acompanha desde 2017, após abertura da categoria de base na Escolinha Bola de Ouro, onde é o diretor.

Maria tem trabalhado há muitos anos nesse sonho e, por isso, Jailson sente que ela está pronta para integrar o time colorado no sul do Brasil. “A base do futebol feminino do Internacional é muito forte e alcançou um bom destaque no último ano”, conta ainda o treinador. “Se ganhar essa competição, ela volta pra Aracaju para depois viajar para Orlando, nos Estados Unidos, onde também jogará com o Internacional, representando o Brasil numa espécie de Libertadores da categoria de base”, comenta. Os planos para 2020, no entanto, incluem a certeza de que Maria Eduarda integrará, de uma vez, a equipe do Internacional. “A expectativa que a gente tem é que ela continue se destacando, mostrando o futebol que ela sabe jogar, como uma garotinha que desponta talento, jogando um futebol alegre e legitimamente brasileiro”, vislumbra Jailson. “Esperamos que ela feche uma grande temporada em 2020 e que, com isso, consiga uma convocação de base para a seleção brasileira”, diz o técnico da Escolinha Bola de Ouro.

Outra pessoa que acompanha a trajetória de Dudinha é Luiz Carlos Bossa Nova, coordenador de Esportes e Inclusão da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp). Para ele, ela é uma estrela sergipana do futebol que precisará dobrar sua dedicação. “Nesse momento, Maria Eduarda vai fazer parte de uma constelação e, para se destacar no cenário nacional, precisará se dedicar o dobro”, comenta. Através de competições realizadas e fomentadas pela secretaria, a atleta teve oportunidade para se destacar no cenário local. “É o terceiro ano que ela é destaque em nossas competições. Temos dado evidência e incentivo ao futebol feminino”, diz o coordenador a respeito do desempenho da jogadora, tanto na parte técnica quanto disciplinar.

Exercendo o papel de mãe, Lucilene aconselha Maria Eduarda sempre que pode. “Eu sempre digo a ela que eu sei que as lutas são árduas, e que existem pessoas boas e ruins no caminho. Mas é um sonho e ela tem que seguir em frente sabendo que aqui ela tem a fortaleza dela, a família e a casa dela”, conta. “Digo sempre a ela para se esforçar e que não queira ser melhor que ninguém, mas que dê sempre o seu melhor, porque é através disso que os resultados virão”, conclui.

Maria Eduarda, ainda tão jovem, já se consagra como uma estrela do futebol feminino sergipano, fazendo história e chamando a atenção de todos para uma pauta que, apesar de haver registros históricos desde os anos 20, só agora tem ganhado o espaço e visibilidade que realmente merece.

Fonte e foto assessoria

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