Aracaju, 30 de abril de 2025
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Melodramas Romanescos: mostra de cinema leva clássicos e raridades

Mostra Melodramas Romanescos

De 13 a 18 de maio, Sergipe recebe a 3ª edição da Mostra Cineclube Cinemateca UFS, que este ano tem como tema “Melodramas Romanescos – O Desejo e Suas Ruínas”. A programação propõe uma imersão estética e emocional em um dos gêneros mais potentes e subestimados do cinema: o melodrama. Com sessões gratuitas em São Cristóvão e Aracaju, a Mostra exibe 12 filmes, promove debates e oferece uma oficina formativa, reunindo obras de nomes consagrados e raridades do cinema brasileiro.

Entre os destaques estão Imitação da Vida (1959), marco do cinema clássico hollywoodiano dirigido por Douglas Sirk, Felizes Juntos (1997), de Wong Kar-Wai, e Phoenix (2014), drama histórico dirigido pelo alemão Christian Petzold. Também ganham espaço filmes pouco exibidos no Brasil, como A Mulher Que Inventou o Amor (1980), dirigido por Jean Garrett, e A Negra… (1966), do cineasta senegalês Ousmane Sembène.

O recorte curatorial coloca em evidência narrativas de personagens que vivem à margem, amores impossíveis e o confronto entre pulsões individuais e estruturas sociais repressoras. “Apesar de parecer antiquado e distante, o melodrama está em quase tudo que assistimos, está na vida pública e também na vida privada. Ele ainda é o modo principal de investigar nossas emoções, nossos sistemas morais, nossos tabus, nossos desejos. No melodrama romanesco, essas coisas são vistas por dentro e então criticadas ao limite. A partir daí é possível ver o que sobrevive”, explica o pesquisador e curador Victor Cardoso, que também conduz a oficina formativa nos dias 13 e 14 de maio, na Cinemateca da UFS.

A Mostra ocupa dois espaços: a Universidade Federal de Sergipe (São Cristóvão), com sessões no auditório do Did. VI e ao ar livre na pista de atletismo, e o Espaço Cultural Yázigi (Aracaju). A proposta é ampliar o acesso ao cinema de repertório e fortalecer o debate sobre formas de sensibilidade que escapam à lógica comercial do circuito audiovisual.

A sessão mais simbólica acontece no fim de tarde do dia 16 de maio, na pista da UFS, com a exibição ao ar livre de dois clássicos: Os Guarda-Chuvas do Amor (Jacques Demy) e Imitação da Vida. A experiência reforça o compromisso da Mostra com o cinema como linguagem pública e coletiva, integrando paisagem, tempo e afeto.

A Mostra Melodramas Romanescos é uma realização da Cinemateca UFS e da Estação Filmes, com recursos da Lei Complementar n.º 195/2022 — Lei Paulo Gustavo, através do edital Audiovisual Tarcísio Duarte, executado pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (FUNCAP/SE).

Programação completa

@cinematecaufs

13 e 14 de maio – Terça e quarta

Local: Cinemateca — UFS

10h às 12h — Oficina O que são Melodramas Romanescos?

Ministrante: Victor Cardoso

15 de maio – Quinta

Local: Sala de Projeção — Did VI (sala 101) — UFS

10h — A Mulher Que Inventou o Amor (Jean Garrett, Brasil, 1980, 100 min)

11h40 — Debate com Victor Cardoso e Rafael Maurício

17h — Phoenix (Christian Petzold, Alemanha/França/Polônia, 2014, 98 min)

19h — O Casamento de Maria Braun (Rainer Werner Fassbinder, Alemanha, 1979, 120 min)

16 de maio – Sexta

Local: Sala de Projeção — Did VI (sala 101) — UFS

10h — Compasso de Espera (Antunes Filho, Brasil, 1973, 93 min)

11h35 — Debate com integrantes da Cinemateca

Local: Pista de Atletismo — UFS (sessão ao ar livre)

17h — Os Guarda-Chuvas do Amor (Jacques Demy, França/Alemanha, 1964, 92 min)

19h — Imitação da Vida (Douglas Sirk, EUA, 1959, 125 min)

17 de maio – Sábado

Local: Espaço Cultural Yázigi

Rua Vereador João Calazans, 494, bairro 13 de Julho

14h — Carta de uma Desconhecida (Max Ophüls, EUA, 1948, 87 min)

17h — A Negra… (Ousmane Sembène, Senegal/França, 1966, 65 min)

19h — A Prisioneira (Chantal Akerman, Bélgica/França, 2000, 118 min)

18 de maio – Domingo

Local: Espaço Cultural Yázigi

14h — Losing Ground (Kathleen Collins, EUA, 1982, 86 min)

17h — Bom Dia, Tristeza (Otto Preminger, EUA/Reino Unido, 1958, 94 min)

19h — Felizes Juntos (Wong Kar-Wai, Argentina/Hong Kong/Japão/Coreia do Sul, 1997, 96 min)

Texto Ayalla Anjo

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