O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira, 3, no Encontro de Alto Nível para preparação da 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), que ocorrerá, em Sevilha, na Espanha, entre 30 de junho e 3 de julho. Participaram do encontro preparatórios, que se deu de forma virtual, os presidentes Pedro Sanches (Espanha), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Abdel Fattar El-Sisi (Egito), Yamandú Orsi (Uruguai) e William Ruto (Quênia), além de vice-presidentes e ministros de outros países.
“Em momentos de crise global como este que vivemos, precisamos agir com sabedoria e senso de urgência. Em 2024, enquanto a economia mundial cresceu 3,2%, houve uma diminuição de 7,1% na ajuda oficial ao desenvolvimento oferecida pelos países mais ricos. Ao mesmo tempo, as despesas militares aumentaram 9,4%, alcançando a cifra estarrecedora de 2,7 trilhões de dólares”, afirmou o ministro brasileiro.
Neste contexto, alertou Márcio Macêdo, “sem financiamento, os acordos não passarão de declarações de boas intenções”. “Para evitar que isso aconteça, precisamos reconhecer que o elevado custo da dívida dos países em desenvolvimento constitui o maior obstáculo à realização dos nossos objetivos de desenvolvimento compartilhados”, disse. Ele completou ainda que “enquanto os países mais pobres recebem apenas 200 bilhões de dólares por ano em ajuda oficial de desenvolvimento, eles pagam 1,4 trilhão de dólares em serviços da dívida”. “Essa situação é moralmente inaceitável e economicamente insustentável”.
Assim, o ministro afirmou que a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento representa “oportunidade singular para discutirmos essas e outras questões”. “Mas temos de ir mais além. Precisamos nos unir para assegurar que a governança financeira internacional seja mais representativa, para criar um mecanismo de resolução da dívida no âmbito das Nações Unidas e para garantir emissões anuais de direitos especiais de saque pelo Fundo Monetário Internacional”, declarou.
A conferência, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), abordará questões novas e emergentes, bem como a necessidade urgente de implementar integralmente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e apoiará a reforma da arquitetura financeira internacional.
Por Valter Lima – Foto: Graccho/SGPR