Oh Velho Chico! Rio antigo de história!
Mas seu rastro, ó querido
Deixa vida e sentido
Pelo sertão percorrido, por este Brasil afora!
Inaugurado no dia 1º de julho às margens do Velho Chico, o Memorial do São Francisco nasceu com o propósito de tornar-se um símbolo de preservação das manifestações culturais da comunidade ribeirinha sanfranciscana. A iniciativa para a construção do espaço partiu da Academia Propriaense de Letras, Ciências, Artes e Desportos (APLCAD), que teve o apoio e a colaboração do Museu da Gente Sergipana, da prefeitura do município de Propriá e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O memorial, além de abraçar o objetivo de transformar-se em uma instituição museal de referência em valorização do patrimônio material e imaterial da região, também pretende estimular na população o reconhecimento das suas origens. De acordo com o coordenador geral do projeto, Geraldo Freitas, é de suma importância o resgate dessa identidade. “O memorial surgiu também para resgatar o sentimento de pertencimento da comunidade à região, para que a população local reconheça suas raízes. Pois o baixo São Francisco é uma região rica de costumes e tradições”, comentou ele.
O Museu da Gente Sergipana desempenhou um papel fundamental na concretização do espaço. O supervisor da instituição, Carlos Viana, e o educador Acássio Santos atuaram durante uma semana no processo de organização de acervo, montagem da exposição e na orientação de atendimento ao público. Para Carlos, a parceria do museu com o memorial reflete um comprometimento em auxiliar outros ambientes culturais que estão começando e que pretendem se estabelecer. “Eles tinham toda a estrutura, faltava apenas a parte técnica. Nossa participação foi com esse objetivo de organizar o acervo que estava um pouco disperso. O Museu da Gente Sergipana cumpre um papel muito interessante nesse sentido de ajudar outras instituições voltadas para a preservação do patrimônio cultural”, disse o supervisor.
Para a diretora administrativa do Instituto Banese, Leila Santana Cruz, é necessário que o museu, por sua experiência técnica e com o público, estimule e incentive a criação de espaços que enalteçam e mantenham viva a cultura popular sergipana. “O papel do museu foi fundamental para eles porque auxiliou na parte técnica de organização de conteúdo e também no que diz respeito ao atendimento da população. O Museu da Gente Sergipana não está preocupado apenas com o público que o visita, mas em contribuir com o acesso do público a mais espaços culturais em Sergipe”, afirma.
Como pretensão futura, o coordenador geral do memorial destaca a necessidade da formação de um colegiado que além de gerar uma programação fixa de conteúdo, também estabeleça um vínculo entre a instituição e a comunidade. Para que dessa forma a comunidade do Baixo São Francisco sinta-se participante da sua história e atue de forma cooperativa na preservação e valorização das suas tradições.
Da assessoria