Aracaju, 1 de julho de 2025
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Professor Bittencourt destaca o protagonismo feminino e chama atenção para a violência contra a mulher

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Na semana de comemorações pelo dia internacional da mulher, o vereador Professor Bittencourt (PCdoB) utilizou a tribuna na sessão desta quinta-feira, 10, para destacar a importância do protagonismo feminino e abordar outras duas temáticas relevantes que envolvem as mulheres.

“Precisamos cada vez mais tratar dessa temática, que é um papel de todos nós, todos os seres humanos que se dizem minimamente civilizados. É, sobretudo, um papel da seara política. É preciso que a democracia, a liberdade, as interlocuções e os debates existam plenamente. Tratar da pauta do protagonismo feminino, da saúde da mulher e da inserção da mesma na política, diz respeito a todos nós. Essa é uma temática muito delicada, porque é uma temática de natureza histórica, cultural, política, muito arraigada”, destacou.

Em seu discurso, o parlamentar também enfatizou a temática do aborto, que recentemente foi amplamente discutida na Câmara Municipal de Aracaju.

“A questão do aborto é um tema muito delicado, eu não tenho autoridade nenhuma para dizer o que a mulher fará com o corpo dela. Eu tenho empatia diante das dores e das delícias de ser mulher, mas quero chamar a atenção para quando nós, homens, cometemos abortos diariamente”.

“O aborto do homem é o abandono da criança. A criança já está posta e o homem abandona a criança, abandona a mulher. Quantos de nós cometemos o aborto diariamente, e aí não é para o feto, é para aquele que olha e vê a mãe violentada, agredida, apanhando. Aquele que vê e não tem a referência de pai. Precisamos olhar Ainda em sua fala, Bittencourt comentou os dados do levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado na última segunda-feira, 07. No ano passado, o Brasil registou um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas. Ao todo, foram registrados 56.098 boletins de ocorrência de estupros, incluindo vulneráveis, apenas do sexo feminino. A taxa média de estupros e estupros de vulneráveis foi de 51,8 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino.

“Enquanto estamos falando aqui, a cada dez minutos uma mulher é estuprada, e às vezes, as coisas são naturalizadas e as mulheres são culpabilizadas pelo estupro, porque vestem a roupa ‘x’ ou ‘y’, ou porque estavam em determinado lugar e em tal hora. Além de ser a vítima da violência, que é o estupro, ela ainda é acusada de ter provocado o estupro por conta da roupa que estava vestindo”.

Finalizando o seu discurso, o parlamentar enfatizou que “o pior lugar para a mulher é a casa dela, o maior agressor das mulheres são os seus companheiros. Esse é um grande debate, pois não há justiça sem que efetivamente as mulheres se sintam incorporadas e que o agressor delas sejam exemplarmente punidos”, finalizou.

Por David Rodrigues

Foto: Gilton Rosas

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