Mais de 700 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Os dados são do estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos” realizado em 2021 pelo UNFPA em parceria com o UNICEF.
Pensando nesse fator que mexe diretamente com a dignidade de tantas jovens mulheres, a candidata a deputada estadual Raquel Tavares (Progressistas) tem como uma de suas propostas para a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) a Lei de Criação Permanente de Combate à Pobreza Menstrual.
“O objetivo é fomentar o desenvolvimento de ações políticas de promoção à saúde menstrual através da distribuição gratuita de absorventes e outros itens de higiene básica em escolas e em unidades de saúde para mulheres em estado de vulnerabilidade social e para estudantes da rede de ensino pública a fim de promover a dignidade menstrual de mulheres pobres na forma da lei e demais ações”, explica Raquel.
Ainda de acordo com a pesquisa da UNFPA/UNICEF, o contraste entre a precariedade menstrual e a escassez de dados se mostra ainda mais preocupante se associado ao alarmante cenário brasileiro onde cerca de 13,6 milhões de habitantes (cerca de 6,5% da população) vivem em condições de extrema pobreza, sobrevivendo com menos de U$ 1,90 por dia (o equivalente a R$ 151,00 por mês segundo cotação vigente em 2019) e cerca de 51,5 milhões de pessoas estão abaixo da linha de pobreza (1 a cada 4 brasileiros vivendo com menos de R$ 436,00 ao mês).
“Portanto se faz uma necessidade mais que urgente pensarmos em políticas públicas que façam este enfrentamento da pobreza e da redução das desigualdades e não tenho dúvida de que isso passa pelo tratamento da problemática da pobreza menstrual e seu impacto na vida de tantas meninas e mulheres”, analisou a candidata.
Foto assessoroa
Por Miza Tâmara