A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) promoveu, na terça-feira, 30, uma audiência pública para apresentar o Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) à comunidade dos bairros afetados pelas intervenções na região da obra do Complexo Viário Maria do Carmo Alves, executada pelo Governo do Estado de Sergipe. O encontro teve como objetivo detalhar os principais pontos do documento referente aos impactos socioambientais e na mobilidade urbana.
A apresentação se deu em duas etapas. No primeiro momento o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura, Luiz Roberto, apresentou os aspectos técnicos e sociais do projeto. Em seguida, a reunião foi conduzida por Valdson Costa, geógrafo da Ambientec, empresa responsável pelo projeto, que expôs, os estudos que avaliam os impactos sociais, ambientais e urbanísticos decorrentes da obra, além de esclarecer dúvidas dos moradores sobre medidas preventivas e compensatórias. Ao fim das discussões, a proposta foi colocada em votação e aprovada pela maioria dos presentes.
O RIV é um instrumento essencial de planejamento, pois busca equilibrar desenvolvimento urbano e preservação ambiental, assegurando que a população local tenha voz ativa em todo o processo. Durante a reunião, a secretária municipal do Meio Ambiente, Emília Golzio, reforçou que a participação dos moradores é fundamental para o êxito da atividade. “Quando ouvimos a comunidade, conseguimos avaliar e, se necessário, promover mudanças ainda em tempo hábil, garantindo que a obra seja implementada de forma mais adequada através do RIV. Ouvir a população é um direito previsto em lei, e o nosso papel é justamente esse: aproximar cada vez mais os cidadãos do processo de decisão”, afirmou.
Sobre as medidas compensatórias sugeridas pela Sema que visam equilibrar a execução da obra com a conservação ambiental, ficou estabelecido que serão anexados 87,4 hectares ao Parque do Poxim ampliando a área protegida. Além disso, está prevista a implantação de melhorias na Rua Marcelo Eduardo Cabral, com piso intertravado, ciclovia e arborização, além do cercamento do Parque do Poxim, com base de concreto e gradil, para evitar ocupações irregulares e reforçar a preservação do espaço.
Os moradores também debateram os impactos das mudanças na região. José Reis, presidente da associação de moradores do bairro Coroa do Meio, destacou a importância de ações conjuntas. “A obra vai ser positiva, mas é preciso que se atente aos pescadores e marisqueiras. O que vão propor para nós? Quero saber o que vão fazer, pois mudou bastante o mar e a renda das famílias com a pouca atividade. No mais, torço para que dê tudo certo”. Já Jessyka Lima, ressaltou sua opinião quanto à obra de forma enfática. “Eu achei a proposta interessante, mas o que a gente espera é que seja realmente executada. Moro próximo da chegada da ponte e isso já afeta diretamente a mim e à minha família. Sinceramente espero que funcione de verdade e que as intervenções tragam o mínimo de impacto possível para o nosso dia a dia, tanto de motoristas quanto de ciclistas e pedestres”, concluiu.
Texto e foto AAN