O Fórum em Defesa da Grande Aracaju, em reunião na noite desta segunda, 5, discutiu a possível saída da Câmara de Vereadores do Centro para o Bairro Coroa do Meio.
Embora reconheçam que o esvaziamento dos Centros das grandes cidades é um fenômeno que ocorre em todo o país, os técnicos do Fórum se debruçaram sobre o tema visando apontar alternativas que dialogue com todos os segmentos envolvidos e que priorize verdadeiramente o Centro e os bairros do entorno.
Segundo concluíram os militantes, há muitos anos o Centro de Aracaju vem sendo esvaziado, começando pel classe média, que à procura de mais segurança e até mesmo de mais conforto, migra para condomínios, para bairros litorâneos ou mesmo para as cidades vizinhas.
Além da classe média, o próprio Poder Público, em vários níveis e em várias esferas, deixou o Centro, como a Prefeitura Municipal, o Governo do Estado, o Ministério Público Estadual e grande parte do Tribunal de Justiça.
Outro fenômeno analisado pelo Fórum em Defesa da Grande Aracaju e que, de certa forma, contribui para o esvaziamento do Centro da capital sergipana é a descentralização do comércio, dos escritórios de profissionais liberais e de consultórios. O surgimento dos shoppings centers e a setorização das atividades comerciais, fizeram com que grande parte dos comerciantes também abandonasse o Centro da cidade.
A possibilidade de mudança de imóvel pela Câmara Municipal, dentro da justificativa apresentada pela Presidência da Casa, não deixa de ser uma boa idéia, à medida que a intenção é melhorar o acesso do verdadeiro dono daquele parlamento, que é o povo. Assim, se o novo prédio visa reduzir as restrições de acesso e de permanência da população, o Fórum entende que é uma oportunidade.
No entanto, o Fórum se preocupa que a solução apresentada seja levar o parlamento para uma extremidade da cidade, deixando o Centro que é eqüidistante para os demais bairros.
O Fórum em Defesa da Grande Aracaju concluiu que somente a somação de esforços, envolvendo toda a sociedade civil, Igreja, Poder Público e comerciantes pode apontar caminhos para atrair as pessoas para o Centro da cidade.
Assim, os integrantes do Fórum entenderam como fundamental o estabelecimento de um diálogo amplo e transparente, analisando não somente o caso da mudança ou não da sede da Câmara Municipal, como também outros aspectos da cultura, educação, transporte, saúde, comércio e moradia.
Entre as decisões tomadas na reunião desta segunda, o Fórum em Defesa da Grande Aracaju pretende ampliar o debate com outros segmentos da sociedade; agendar audiência com a Presidência da Câmara Municipal de Aracaju, levando uma pauta inicial que contemple a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Centro, para ser um espaço permanente de discussão; realização, por iniciativa da Mesa Diretora da Câmara, de um seminário o mais amplo possível, envolvendo a sociedade e que a Câmara solicite o estudo do Banco Mundial, apresentado em julho do ano passado, em parceria com EMURB, com soluções para a revitalização do Centro de Aracaju.
Por José Firmo – foto arquivo