Aracaju, 12 de setembro de 2025
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Sem anistia pra golpista, Grito dos Excluídos pauta democracia e soberania nacional

grito dos excluidos e das excluidas 4

“Sem anistia e sem perdão! Eu quero ver Bolsonaro na prisão!”, essas foram as palavras que ecoaram em todo o trajeto do 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas, no dia 7 de setembro, pelas ruas de Aracaju-Sergipe, e que foram contagiando de alegria a população presente na Avenida Barão de Maruim.

Através de um cabo-de-guerra, o movimento estudantil denunciou as forças políticas em disputa no Brasil e em Sergipe. Durante o percurso, a juventude encenou a prisão de Bolsonaro, necessária para respaldar a democracia brasileira.

Segundo Roberto Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SE), o 31º grito dos excluídos teve um significado importante porque estamos com um julgamento no STF onde aquelas pessoas que planejaram e coordenaram um golpe de estado, com assassinato do presidente da república, democraticamente eleito pelo povo brasileiro, Lula, e assassinato do ministro do STF, Alexandre Moraes.

“Imaginem, companheiros o que iria acontecer conosco que estamos nas lutas defendendo a classe trabalhadores? Nós, lideranças sindicais, estudantis, partidárias de esquerda imagine o que aconteceria conosco se este golpe se concretizasse? Por isso a defesa da casa comum e a defesa da nossa democracia é a mensagem maior deste Grito dos Excluídos e Excluídas, pois quando defendemos a democracia, defendemos o nosso direito de nos manifestar e de lutar por dias melhores para a classe trabalhadora”, discursou o professor Roberto Silva na abertura do protesto.

“Quem tenta golpe tem que ser preso, tem que ser punido”, acrescentou a jornalista Carol Rejane, vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SE), tendo em mãos o cartaz ‘Pelo fim da jornada 6×1’, na luta por melhores condições de trabalho e pelo direito à vida além do trabalho para toda a classe trabalhadora brasileira.

“Muitas mães e pais trabalham neste domingo de feriado. A gente precisa da redução da jornada de trabalho, a gente precisa do fim da jornada 6×1, a gente precisa de reforma agrária pra ter soberania alimentar porque quem produz a comida que a gente come é o pequeno agricultor. A gente precisa de moradia digna. Lutar pela soberania brasileira é lutar por todos esses direitos”, declarou Carol Rejane.

Com o tema ‘Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia’, o 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas ocupou as ruas do Centro de Aracaju levando uma mensagem de luta em defesa da democracia, da soberania nacional, a luta contra a criminalização do movimento sindical em Sergipe, a luta por moradia digna, pela reforma agrária, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário, pelo fim da escala 6×1, pela taxação das grandes fortunas, por políticas para a população em situação de rua, contra o Arcabouço Fiscal, contra a Reforma Administrativa e pela revogação das Reformas Trabalhista e da Previdência.

ATO INTER-RELIGIOSO

Na Praça da Catedral Metropolitana, aconteceu o Ato Inter-religioso, guiado pelo pastor Assis, pelo Pai de Santo Andison e pelo professor Jorgeval do CEBI-SE (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos). Para representar os povos indígenas, Anhangá Luz Tupinambá, proferiu palavras de luta contra a exclusão dos povos indígenas.

“Não existe planeta sem povos originários. Não existe meio ambiente sem povos originários. A gente vê que as pessoas se esqueceram de onde vieram. Porque no Brasil se o seu pai é de origem europeia, a sua mãe é de origem indígena. E nós, que tivemos a nossa família assassinada e destruída pela ganância de quem tomou nossas terras, ainda somos o povo que morre defendendo o meio ambiente, que era para todos defenderem. Demarcação já”, discursou Anhangá Luz Tupinambá.

Durante todo o trajeto, o Bloco Afro do Descidão dos Quilombolas levou a beleza e a força da cultura afrobrasileira para o 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas.

SOBERANIA SOB ATAQUE

Neste 7 de setembro, o professor Dudu, dirigente da CUT e do SINTESE, alertou que a soberania nacional brasileira está sob ataque.

“O governo Trump aplica uma prática econômica como se o Brasil fosse uma colônia. Enquanto parte dos brasileiros apoia ser subjulgado pelo governo americano, Lula dá um exemplo fantástico aplicando a lei da reciprocidade. Denunciamos o grande empresário brasileiro, seja do agro, da indústria, ou seja do comércio. Eles sabem que o grande causador do problema é a família Bolsonaro que está prejudicando a economia brasileira. mas esses empresários jamais fazem uma crítica a Bolsonaro e a seus filhos, eles preferem criticar Lula, então o povo brasileiro tem a obrigação moral de defender a reação de Lula contra esse colonialismo que os americanos querem impor ao Brasil e que os brasileiros nós não vamos aceitar”, declarou o professor Dudu.

Sobre a temática da soberania, o presidente da CUT/SE, Roberto Silva, declarou que: “a soberania e a democracia ocorrem quando há o respeito à educação pública de qualidade, com o respeito aos professores, com um SUS que garanta a saúde pública e atendimento ao povo sergipano. Soberania se dá com o direito à água e ao saneamento básico. E a privatização da água gerou um problema grave para o povo de Sergipe. Só este ano, os sergipanos já sofrem com 3 reajustes na conta de água”, criticou Roberto.

A presidenta da FETAM, Vanessa Ferreira, falou em nome dos servidores públicos municipais de Sergipe para ressaltar que a democracia e a soberania nacional dependem de serviço público fortalecido, pois os servidores são a porta de entrada para todas as políticas públicas destinadas à população brasileira.

Dirigente da CUT e do SINTECT/SE (Correios), Jean Marcel criticou a ala do Congresso Nacional brasileiro que só se preocupa em salvar Bolsonaro. “O povo brasileiro quer o fim da escala 6×1, quer a redução do imposto para todos os trabalhadores e quer a taxação dos super-ricos. Os representantes do povo no Congresso nacional precisam ouvir a população e assim fazer funcionar a nossa democracia”.

Texto e foto Iracema Corso

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