Com a temporada de Carnaval se aproximando, surge a necessidade de repensar nossos hábitos para garantir que essa celebração não deixe um rastro negativo no ambiente urbano. Nesse aspecto, a sustentabilidade ganha destaque como uma pauta crucial para a preservação dos espaços públicos e o planejamento urbano, conforme destaca Camila de Castro, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Design de Interiores do Centro Universitário Estácio de Sergipe.

Segundo a especialista, um dos principais desafios enfrentados nos grandes eventos carnavalescos é a quantidade exorbitante de resíduos deixados para trás. De modo a minimizar este impacto, pequenas ações são essenciais para um carnaval com menos lixo. “Iniciativas simples como levar copos de casa e o uso de glitter biodegradável têm ganhado espaço e se revelado eficazes na redução do impacto ambiental”, explica Camila. “Ao adotar a prática de levar o próprio copo, os foliões não apenas reduzem a quantidade de plástico descartável, mas também contribuem para diminuir a sobrecarga nos serviços de limpeza urbana. O glitter biodegradável, por sua vez, proporciona o brilho característico sem comprometer os ecossistemas aquáticos, uma vez que se decompõe de maneira mais sustentável”, complementa.

Outra alternativa para um Carnaval mais sustentável é também o uso de confetes feitos de folhas secas, ao invés dos tradicionais feitos de papel ou de plástico. “Essa opção eco amigável contribui para a redução do impacto ambiental associado às festividades carnavalescas. Isso significa que, quando descartados, eles se decompõem naturalmente, minimizando o impacto ambiental e contribuindo para a preservação dos ecossistemas”, reforça a profissional.

Camila destaca ainda que o cuidado com o meio ambiente durante o Carnaval vai além da conscientização individual e está intrinsecamente ligado ao urbanismo e ao planejamento das cidades. “A produção desenfreada de lixo durante a festividade pode ter consequências diretas nos espaços públicos e na infraestrutura urbana”, conta a arquiteta. “Um dos problemas mais evidentes é a relação entre o lixo produzido e as enchentes nas cidades. O acúmulo de resíduos, muitas vezes descartados de maneira inadequada, pode obstruir os sistemas de drenagem, contribuindo para inundações. Essa interação entre o excesso de lixo e as enchentes destaca a importância de práticas sustentáveis não apenas para a preservação ambiental, mas também para a segurança e funcionalidade das cidades”.

Ou seja, a sustentabilidade no Carnaval não é apenas uma escolha individual, mas um compromisso coletivo que impacta diretamente a qualidade de vida nas cidades. “Ao adotar práticas conscientes, como a redução do uso de plástico e a escolha de materiais biodegradáveis, os foliões se tornam agentes de transformação urbana. Neste Carnaval, vamos celebrar não apenas a alegria, mas também a consciência ambiental”, finaliza Camila.

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Ascom Estácio Sergipe