Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
O advogado Adir Machado Bandeira chama a atenção do discurso da ministra Marina Silva, terça-feira, em Brasília sobre a questão da mulher e bate-boca com senadores. Diz Adir em seu Artigo: “Há momentos na história política em que não é mais possível o silêncio. Não se trata de escolher lados partidários, ideológicos ou de governo. Trata-se de algo muito mais profundo, mais grave e mais urgente: o dever de defender a dignidade, o respeito e os pilares básicos da democracia.
O que assistimos no Senado Federal, com as agressões direcionadas à ministra Marina Silva, não é apenas uma afronta a ela enquanto integrante do governo. É uma afronta a todas as mulheres que ousam ocupar espaços de poder, que se recusam a abaixar a cabeça e que, mesmo enfrentando uma estrutura historicamente patriarcal, continuam firmes, altivas e preparadas para exercer com excelência suas funções públicas.
Não é novidade que, quando uma mulher ocupa uma cadeira onde historicamente só se sentaram homens, o desconforto de muitos aflora. A crítica técnica, legítima e saudável para a democracia, cede lugar a ataques desqualifica dores, que não se voltam ao conteúdo, mas ao gênero, à existência e à ousadia de ser mulher em espaços de decisão.
O que fizeram com Marina não é um episódio isolado. É expressão de uma misógina estrutural que perpassa os partidos, os poderes e as instituições. Marina Silva, mulher, negra, de origem humilde, ambientalista, vencedora em um país que não costuma perdoar quem ousa vencer sendo quem ela é, tornou-se alvo não por seus argumentos, mas por ser quem é.
O episódio de repercussão nacional envolvendo pessoa pública de projeção internacional serve inclusive para não minimizarmos os ataques são feitos em todo canto deste país, a exemplo dos ataques e perseguições orquestrados às Deputadas Kit Lima e Linda Brasil, Deputadas em Sergipe, quando, ao invés de debaterem suas propostas e atuações, fazendo a crítica política legítima, parte da sociedade, muito bem enraizada no poder, opta por atacá-las pessoalmente, desqualificá-las e constrangê-las.
“A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.”
Inspirado nesta parte da famosa “Carta da Prisão de Birmingham” escrita por Martin Luther King Jr. em 16 de abril de 1963, enquanto estava preso por participar de protestos pacíficos contra a segregação racial, voltarei em novo artigo a tratar do que ocorre em Sergipe. Por ora, relembro que o contexto da frase de King é extremamente poderoso: ele alertava que não podemos considerar um problema como local, isolado ou irrelevante, porque onde quer que haja injustiça, ela ameaça todo o tecido da sociedade e da humanidade. O silêncio ou a omissão diante da injustiça em qualquer lugar equivale a ser cúmplice dela em toda parte.
Clima na Câmara
O clima esquentou na Câmara Municipal, após o vereador Ricardo Vasconcelos (PSD), fazer pronunciamento indignado com a postura da Comunicação da gestão de Emília Corrêa (PL).
*** Ricardo critica assessores que estariam desqualificando os vereadores sempre que fazem pronunciamentos críticos ou denúncias relacionadas à administração municipal.
Vai a deputado
Ricardo vai começar a aparecer com maior frequência, porque é candidato a deputado estadual e tem bom relacionamento político tanto com Emília, quanto com Fábio.
*** Ricardo ainda faz campanha discreta, mas se prepara para a Assembleia e tem chances de eleger-se.
Federação PP/UB
A Federação firmada pelo União Brasil e Progressistas ainda não foi assinada pelo TSE, mas já está a caminho disso.
*** Em Sergipe, um dos parlamentares disse que a Federação terá comando dividido entre André Moura (UB) e Laércio Oliveira (PP).
Rogério e a chapa
Comentário que circulou numa conversa política entre lideranças: Rogério Carvalho é candidato ao Senado (naturalmente), mas o seu partido não tem ninguém disputando o Governo.
*** Isso dificulta para formação da chapa e resultado do pleito. Um deles disse que Rogério tentará se acomodar entre o grupo de Fábio Mitidieri e Valmir de Francisquinho, caso Valmir ultrapasse as dificuldades jurídicas.
Francisquinho se excede
Em discurso no Interior o prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho blefa: “A gente tem dois governadores: um que foi eleito pelo povo e outro dado pela caneta”.
*** Não é bom Francisquinho falar isso, porque lembra que ele foi impedido de ser candidato pela Justiça Eleitoral.
Sobre apoio o Senado
Mas o prefeito Francisquinho não fala em lançamento de candidato a Senado e chegou a dizer em uma cidade do interior que não apoia Rogério Carvalho (PT).
*** Sobre o ex-prefeito Adailton, Francisquinho diz que é um nome, mas vamos avaliar mais à frente. Anuncia dois candidatos a deputado estadual.
Certo marasmo
Vê-se um certo marasmo no cenário político de Sergipe. Isso não quer dizer que a fogueira não esteja queimando silenciosamente a lenha por baixo. O deputado federal Rodrigo Valadares se anuncia pré-candidato ao Senado empunhando a bandeira do bolsonarismo radical.
Rodrigo foi sendo reconhecido pela prefeita Emília Corrêa como um forte aliado na campanha vitoriosa ao lado da vereadora Moana, a ponto de receber de presente a forte Secretaria de Ação Social.
Tom de apoio eleitoral
Todavia, não se viu, até o momento, de Emília para Rodrigo, um afago tão importante, com tom de apoio eleitoral como o já feito ao pré-candidato Eduardo Amorim.
Sabe-se que são duas vagas. Mas o senador só se elege em um bloco com candidato a governador, daí a possibilidade de Rodrigo manter-se deputado.