Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
Os membros do Partido dos Trabalhadores previram, logo após o lançamento de Márcio Macedo a pré-candidato à Prefeitura da Aracaju, que não haveria nenhum impedimento em romper com o prefeito Edvaldo Nogueira (sem partido) e manter-se na base aliada ao Governo do Estado, mesmo que o governador Belivaldo Chagas (PSD) mantivesse apoio absoluto à reeleição e se distanciasse do PT na disputa eleitoral da Capital.
O próprio Márcio Macedo – pré-candidato do PT – disse isso, lembrando que em vários outros municípios esse mesmo quadro se repetiria, sem que houvesse qualquer desgaste na relação entre siglas divergentes nas disputas pelas Prefeituras, com a participação em bloco vinculado diretamente ao Governo do Estado. Está se dando assim e até o momento não se tem certeza que a mesma regra serve para a Capital.
Domingo, na procissão em São Cristóvão, percebeu-se o quadro que o PT previu. Partidos aliados ao Governo estavam em posições diferentes em relação aos pré-candidatos a prefeito do município, sem que houvesse qualquer trauma às posições adotadas em relação à aliança estadual. Todos viram que integrantes da cúpula de vários partidos aliados estavam divididos – mas sem perder o vínculo – em suas posições eleitorais, com candidaturas opostas, defendendo projetos diferentes.
E esse quadro vai se alastrar por todo Estado, deixando claro que o compromisso de uma base aliada se reduz exclusivamente ao pleito estadual e voltado para posições de Governo em período não eleitoral. Não vai dar muito para o eleitor entender quando, durante o processo de campanha, acontecer discursos contra o Governo em palanques apoiados por candidatos da base de apoio, tendo como base que o grupo só é coeso na defesa de posições adotadas pelo Palácio dos Despachos.
De qualquer forma, segundo avaliação de aliados que permanecem com os mesmos objetivos em Aracaju, a dissensão na Capital é diferente das que ocorrem no interior, em razão das dimensões políticas e da participação nas administrações de Aracaju e do Estado. De fato, é uma situação diferente em termos de força por concepção de comando dentro de uma unidade mais firme e coesa. O processo eleitoral começa agora com as janelas para troca de partidos, mas vai se aprofundar com as conversas futuras para registro e fixação de candidaturas.
Retrato do pleito
A procissão do Senhor dos Passos, domingo, em São Cristóvão, revelou uma fotografia de como será as próximas eleições municipais em Sergipe.
*** Haverá uma manutenção de alianças em Aracaju, mas nas demais cidades, cada líder partidário vai seguir o rumo que lhe dê maior força política.
O quadro meio turvo
Vejam o quadro: acompanhavam o governador Belivaldo Chagas (PSD), o prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana (MDB), o deputado federal Fábio Reis (MDB), o deputado federal João Daniel (PT), o presidente da Câmara, vereador Paulo Junho (sem partido) e demais vereadores aliados.
*** Acompanharam o ex-prefeito Armando Batalha (PP), o deputado federal Laércio Oliveira (PP), o vereador Leandro Renovação, o ex-governador Albano Franco, além de representantes do Podemos.
*** Acompanhavam o ex-pré-candidato a prefeito, conhecido por Betão do Povo (PTC), o vice-prefeito Adilson Jr., os deputados federais Fábio Henrique (PDT) e Fábio Mitidieri (PSD), o ex-deputado federal Adelson Barreto e quatro vereadores.
Avaliação do momento
Um político regional fez uma avaliação desse cenário: “Marcos Santana faz razoável gestão em comparação a seus antecessores, entretanto é péssimo na articulação política”.
*** E continua: “Armando tem um histórico, tenta se articular bem e pode inclusive ter o apoio do DEM, mesmo que haja conversas para a legenda voltar-se para apoio ao prefeito Marcos Santana”.
Marcou presença
A pré-candidata Daniele Garcia (Cidadania) também foi a São Cristóvão para marcar presença política, já que mora lá muita gente que vota em Aracaju.
*** Ela esteve acompanhada de deputados estaduais do partido e do senador Alessandro Vieira.
Gilson no PSD
O prefeito de Estância, Gilson Andrade, filia-se ao PSD dia 20. Pesaram na escolha da nova legenda a atuação do partido no Estado e os amigos que integram a sigla.
*** Um deles, o ex-deputado estadual Luís Mitidieri, de quem Gilson é amigo e colega como médico. Os dois tiveram conversas antes.
*** A escolha do vice acontecerá “lá para junho” e inclusive pode se manter Adriana Leite, do PRB. As conversas estão ocorrendo também com outros partidos.
Afagos políticos
Numa conversa informal, a pré-candidata a prefeito pelo DEM, Georlize Teles, disse à amiga vereadora Emília Corrêa: “se você fosse candidata a prefeita eu me sentiria muito honrada em ser sua vice”.
*** Emília respondeu que a recíproca seria verdadeira. Georlize e Emília são amigas de muitos anos e se entendem muito bem.
*** Mas isso fica apenas no afago. Emília já disse que se não fosse candidata à prefeita disputaria a reeleição. E é o que vai acontecer.
Com Valadares
Georlize Teles também conversou com o pré-candidato a prefeito do PSB, Valadares Filho, durante um café da manhã no sábado, no hotel Del Canto.
*** Trataram sobre uma composição política e Valadares colocou a vice à disposição de Georlize, embora isso seja uma decisão partidária.
*** Os dois voltaram a se encontrar casualmente no café da manhã do Mercado do Augusto Franco.
Caso não avance…
Informação de um membro influente do PT: “entre setores do partido a conversa é de que se Márcio Macedo não deslanchar como candidato a prefeito, poderá ser trocado por outro nome, embora ainda não se vislumbre quem”.
*** Um outro integrante do partido desmente e diz que essa conversa não existe dentro do partido e que Márcio vai até o final.
*** Informou que a Direção Nacional do partido bancará duas pesquisas em Aracaju: uma agora e outra mais adiante, para acompanhar o planejamento da campanha.
Candidato em Glória
Serginho Oliveira mantém o anúncio de sua pré-candidatura a prefeito de Glória e já tem apoio do bloco da situação, vereadores, ex-prefeitos e do grupo Nativille, liderado pela empresaria Jânia, irmã da deputada Janier Mota.
*** O comentário da cidade é que Sérgio pode recuar, indicar outra irmã de Jânia, chamada Cida, e ser o vice. Cida é inquilina de Sérgio em Glória.
Papo entre amigos
Os deputados federais Laércio Oliveira (PP), Fabio Reis (MDB), Fábio Mitidieri (PSD) e o empresário Fernando Carvalho, presidente estadual do PP, almoçaram juntos e bateram um papo longo.
*** Trataram sobre diversos assuntos e, claro, não poderiam deixar de falar sobre a política de várias regiões do Estado.
Jackson e o Prós
O ex-governador Jackson Barreto (MDB) já retornou da viagem que fez durante o carnaval. Circula a informação que JB deixará o partido logo após as eleições.
*** Jackson trabalha visivelmente para fortalecer o Pros e pegar o caminho da legenda, que considera de centro esquerda.
Vieira no Cidadania
O sargento Vieira filiou-se ao Cidadania e se põe como pré-candidato a vereador por Aracaju pela legenda. A filiação aconteceu na sexta-feira ao lado da delegada Daniele Garcia e do senador Alessandro Vieira.
*** Antes de filiar-se, Vieira conversou com o deputado Gilmar Carvalho e disse-lhe que o Cidadania era seu caminho. Gilmar o apoiou na hora.
Um bom bate papo
Cidades se agitam – Agitação em cidades de interior para formação de chapas proporcionais e definição de pré-candidatos às Prefeituras.
Novos filiados – Este final de semana, várias lideranças estaduais viajaram a cidades de interior para conquistar novos feriados para suas legendas.
Com Avante – Quinta-feira, o presidente nacional do Avante, deputado Luís Tibet, vem a Aracaju para um evento às 16 horas, na sede do partido, à Rua Zaqueu Brandão, 70.
Almeida retorna – Mesmo sem partido, o ex-senador Almeida Lima retorna à internet para fazer críticas à administração e mostrar que vai disputar a Prefeitura de Aracaju.
Mais filiações – O presidente regional do DEM, José Carlos Machado, tem percorrido o interior e faz novas filiações no partido.
Será vidraça – Está claro que na campanha municipal em Aracaju o prefeito Edvaldo Nogueira será vidraça e os demais concorrentes o estilingue.
Maior unidade – A bancada de mulheres na Assembleia Legislativa querem mais poder. Está certo, mais é preciso que exibam maior unidade.
Desfazer conquista – Regina Duarte vai desfazer o que conquistou como atriz à frente da Secretaria da Cultura. Pode se transformar na “namoradinha do Governo Bolsonaro”.
Apenas simpatia – Homenagear mãe, filhas e esposas no Dia da Mulher não significa que condena o machismo. Apenas se revela simpático e amoroso com a família.