Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
Por mais que o jogo político seja feito de estratégias, alianças e disputas narrativas, há momentos em que a ausência de articulação beira o amadorismo. É o que se observa hoje na oposição sergipana, que parece incapaz de se unir em torno de um projeto majoritário competitivo para 2026. Enquanto isso, o governo de Fábio Mitidieri navega em águas tranquilas, com base sólida e nomes prontos para a disputa. A oposição em Sergipe sofre de um mal crônico: a pulverização de lideranças e a falta de um eixo comum. Valmir de Francisquinho, Emília Corrêa, Thiago de Joaldo e outros nomes centralizam o debate público, mas sem convergência. Cada qual com seu grupo, sua estratégia e, sobretudo, suas vaidades. O resultado? Um campo político desarticulado, sem musculatura para enfrentar a situação.
Na realidade está tudo muito embolado. Não há projeto, não há narrativa unificadora, não há coordenação. E sem isso, não há chapa viável. Do outro lado, o governo estadual vive um momento de conforto raro. Mitidieri, com boa aprovação, já trabalha na montagem da chapa majoritária com aliados fiéis e estrutura consolidada. A ausência de uma oposição forte permite ao governo ditar o ritmo da pré-campanha, escolher nomes com calma e até testar cenários sem pressão. A vantagem é tamanha que já se fala em “eleição por W.O.” – uma metáfora cruel, mas precisa, para ilustrar o vácuo oposicionista, que acumula bons nomes nos seus quadros, capazes de disputar o pleito de forma ferrenha, mas mantém um absoluto desentendimento que atrapalha.
Para se ter uma ideia, até mesmo o PT, que sempre esteve na oposição, está querendo pegar carona no grupo aliado ao Governo. Diante disso, o maior prejudicado nesse cenário não é só a oposição, mas o eleitor. A democracia se fortalece no confronto de idéias, na pluralidade de projetos e na alternância de poder. Quando um grupo político se acomoda por falta de concorrência, o risco é a estagnação institucional e o enfraquecimento do debate público. A oposição precisa entender que não basta criticar o governo nas redes sociais ou em entrevistas pontuais. É preciso construir pontes, abrir mão de protagonismos e apresentar uma alternativa concreta. Caso contrário, 2026 será apenas uma formalidade, e não uma escolha.
Mitidieri e teste de popularidade
Avaliando o Pré-Caju, um político ainda indeciso quanto à candidatura em 2026, admitiu que o governador Fábio Mitidieri (PSD) teve um bom teste de popularidade.
*** E acrescentou: “Quando foi chamado pelo cantor sergipano Natanzinho para subir ao trio, Mitidieri não teve nenhuma hostilidade”.
*** O político admitiu, ainda, que Fábio Mitidieri tem um perfil popular “e vai bem junto ao povo”.
Bloco tem quatro nomes ao Senado
O ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) considera que se entrosou muito com o povo no Pré-Caju, com a recíproca sendo verdadeira. Está muito animado.
*** Disse que seu nome é bem aceito para o Senado e faz avaliação disso na posição que se coloca nas pesquisas de opinião pública de vários municípios.
*** Edvaldo diz que é aliado do governador Mitidieri e sua candidatura tem apoio do bloco, que terá quatro nomes: o dele, o de André Moura, o de Alessandro Vieira e o de Rogério Carvalho, porque o PT quer compor com o Governo.
Assessor é demitido por preconceito
O assessor da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro, de nome Vitor, foi demitido do cargo por preconceito a nordestinos que exercem funções importantes no Estado, como o ex-deputado federal André Moura (União).
*** Vitor se dizia doutor, com formatura na Universidade do Rio, e criticou André Moura, por ser nordestino e ocupar a Secretaria de Governo do Rio, quando no Estado havia muita gente capaz – inclusive ele – de assumir a Pasta.
*** André em março fará sete anos que auxilia o Governo do Rio e lamentou a ira do assessor contra os nordestinos, “num preconceito claro e lamentável”.
Fábio continua acreditando em André
Fábio Mitidieri (PSD) saiu em defesa pública do pré-candidato ao Senado, André Moura. Ao comentar recentes menções ao aliado, ele classificou o episódio como “agressões sem provas” e ratificou sua aliança política.
*** O governador destacou o histórico do ex-deputado federal como articulador de recursos federais para Sergipe, como um ativo inegável: “até que se prove o contrário, continuo acreditando na idoneidade dele e vou estar com ele”.
Jeferson bem cotado para vice
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jeferson Andrade (PSD) disse ontem que não tem como confirmar sua candidatura a vice-governador em 2026.
*** Jeferson acrescenta que está esperando a decisão do governador com o grupo.
*** Entretanto, um dos seus aliados diz que o nome de Jeferson está posto a vice e que é bem visto pelo grupo político, pelos eleitores e indiretamente pelo próprio governador, que ainda não anunciou chapa majoritária.
Rodrigo diz que acusação é surreal
Sobre a acusação de que pode facilitar o PCC, afrouxando às movimentações financeiras da facção com Criptomoedas, o deputado Rodrigo Valadares disse que “isso é surreal”.
*** Rodrigo disse ainda que “querer associar nosso nome e do deputado Derrite ao crime organizado é absurdo, surreal e leviano”.
*** Rodrigo explicou que “o PDL apresentado visa única e exclusivamente barrar a tentativa do governo de aumento de impostos sobre ‘stablecoins’, um tipo de criptomoeda”.
*** E conclui: “minha atuação sempre foi e será pautada pelo combate ao crime organizado, muito diferente deste Governo que protege as facções”.
Eduardo apoia Itamar para suplente
O ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) confirma que vai disputar o Senado, mas não sabe ainda “com quem faremos composição”.
*** Quanto ao seu primeiro suplente diz que o “nome do Pastor Itamar é excelente e tem todo meu apoio, mas é uma decisão que cabe ao bloco político!”
*** Apenas uma observação: pastor Itamar é o marido da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa.
Emília dita normas como líder
A prefeita Emília Corrêa (PL) não dispensa: “a liderança em Aracaju parte da prefeita. Tudo que for conversado com a prefeita, a gente vai avançar”.
*** Acrescenta que “Valmir de Francisquinho, Thiago de Joaldo e Georgeo Passos têm conversado comigo. Eu vejo com naturalidade tudo que passa pela líder”.
*** E deixa claro: “o que não passa pela líder, fica desconectado. Não tem sentido”, diz Emília.
Chuva de especulações alaga a política
Uma “chuva intermitente de especulações” tomou conta dos bastidores políticos sergipanos, neste período de Pré-Caju e estendeu-se até ontem.
*** Há conjecturas tanto na base governista, liderada por Fábio Mitidieri (PSD), quanto na oposição, que inclui nomes como Valmir de Francisquinho (PL), prefeito de Itabaiana, e Emília Corrêa (PL), prefeita de Aracaju.
*** Algumas dessas especulações têm base sólida e podem se concretizar, enquanto outras parecem servir a interesses específicos de grupos políticos.
Podemos filia online e Valmir é dúvida
O bloco liderado pelo prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL) já está se filiando ao Podemos. Segundo uma fonte bem avisada, a “filiação é online, mas vamos ter outro partido no bloco”.
*** Um dos que já se filiou ao Podemos foi o ex-prefeito Adailton Sousa, entretanto não é certeza que o prefeito Valmir de Francisquinho vai se filiar ao partido. Ele ainda
está indeciso.
Edvan tende a presidir o Podemos
O empresário Edvan Amorim disse ontem que dentro em breve “estaremos definindo quem presidirá o Podemos”. E acrescenta: “há uma tendência de que seja eu”.
*** Quanto a retornar ao PL e presidi-lo em Sergipe, Amorim foi rápido: “isso para mim é passado”.
João Daniel fala sobre Macalé
O deputado João Daniel (PT) homenageou o compositor Jards Macalé e disse que ele “se despediu aos 82 anos, deixando um legado de coragem”.
*** Segundo João, o “artista que desafiou a ditadura, afrontou o autoritarismo e nunca abriu mão da irreverência, Macalé lembrava que amar também é fazer política especialmente quando o ódio tenta ditar o ritmo do país”.
Lula proíbe uso de linguagem neutra
O presidente Lula (PT) sancionou uma lei que proíbe a utilização da linguagem neutra por órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal.
*** Com a lei, fica proibido o uso de palavras que consistem no uso da letra “e” em substantivos, em vez de “a” ou “o”, e dos pronomes “elu”, “delu”, “ile” e “dile”.
