Aracaju, 29 de abril de 2024
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Mais ordem que progresso

Diógenes Brayner diogenesbrayner@gmail.com

Não se tem dúvida que o País vive dois problemas muito graves: a pandemia do Covid-19 e a grave situação política, promovida pela ação da direita radical, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nunca vi nada igual: nem uma ameaça tão forte provocada por um vírus que invadiu o mundo e, muito menos, pela ação de um chefe de Nação que diz os mais baixos palavrões, anda a cavalo em meio a aliados e incentiva o fechamento do Congresso, do Judiciários e incentiva que se clame por um golpe militar.

O brasileiro não sabe o que é mais difícil combater. O vírus passa a impressão que é bem mais resistente. Continua matando de forma indiscriminada, mesmo que já se perceba alguma redução na sua contaminação, apesar de ainda muito perigosa, a ponto de merecer pressão mais rígida dos governantes para evitar o caos no sistema de saúde, já com visível asfixia. O presidente Bolsonaro vem oferecendo certa resistência, porque passa a impressão que conta com o apoio das Forças Armadas, quando incita os seus seguidores contra o STF e o Congresso e a clamar por um golpe militar.

Têm-se sérias dúvidas quanto às eleições deste ano: se serão adiadas, prorrogadas ou impedidas. Não há clima para golpe, mas há tanto tumulto institucional, que o medo, a incerteza e insegurança tomam conta de uma gente que está absolutamente perdida, em um País que não tem certeza de que tudo que “está agora, será do jeito que foi em apenas um segundo”, plagiando o genial Lulu Santos. O vírus impõe uma quarentena que poucos cumprem, mas muitos se contaminam e morrem. O presidente Bolsonaro, e nem as lideranças políticas que já foram um dia, sinalizam para que o Brasil ofereça sintomas mínimos de organização, compreensão, entendimento, desenvolvimento e paz. Não há a menor previsão do que possa acontecer a qualquer momento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) passa a cumprir o seu papel com o rigor que jamais demonstrou. E está certo. Há tempo que vem sendo xingado. O ex-presidente Lula o classificou de “acovardado” e ficou por isso mesmo. Bolsonaro tenta desqualificar os ministros e até seus auxiliares os chamam de “vagabundos”. Os filhos se envolvem com a autoridade que não têm e fica a dúvida quanto à licitude de atos praticado em uma roda de personalidades cínicas. E o povo nadando nesse lago sujo, sem que tenha segurança de que poderão sair dali vivos de um vírus ou livres de uma ditadura.

Não se sabe quem, mas há necessidade de se chamar o feito à ordem, através de uma ação firme, de um amplo entendimento, para que se chegue à unidade na condição de levar o barco a um porto seguro, sem olha para os horrores do retrovisor. O Brasil precisa hoje de mais ordem do que progresso e de uma população desalienada, que não sirva de massa de manobra.

Decreto é mantido

Era prevista prorrogação do decreto mantendo o fechamento do comércio em razão do crescimento de casos em Sergipe. Talvez não seja tanto pelas lojas, mas pela aglomeração que cria em área para compras.

*** O governador Belivaldo Chagas tem ouvido técnicos da Saúde e cientistas da UFS, para manter o decreto baseado na ascensão ou queda da epidemia.

Sistema em sufoco

Apesar de ter aumentado o número de leitos para UTIs, no setor público e privado, não que dizer que o sistema de saúde esteja em condições de suportar o aumento da Covid-19, que acontece na Capital e Interior.

*** Em Sergipe ainda não se iniciou a curva para descida, o que está previsto para o final do mês. É provável que nos primeiros sinais de baixa haja uma flexibilização.

Há um descontrole

Uma verdade: a maioria da população não acredita que ficar em casa resolve e sai às ruas inclusive para festas à noite e barzinhos, assim como circula sem problema em todos os bairros.

*** Não há uma consciência popular em relação ao uso da máscaras e ao distanciamento físico. Quem circula nos bairros do cento, ou nas periferias e cidades do interior percebe que “ninguém está preocupado com pandemia”.

*** Enquanto toda a população não for bem conscientizada de que a única forma de se voltar à normalidade é manter o isolamento social, a flexibilização ficará mais difícil.

Formação de comitês

O presidente da Fecomércio em Sergipe, deputado federal Laércio Oliveira (PP), disse que o governador Belivaldo Chagas renovou o decreto nas mesmas condições, mas criou o comitê para discussão da recuperação da economia.

*** Para Laércio, a formação do comitê é para avaliar a retomada da economia, “o que é muito bom para o Estado”, também em razão do aumento de leitos de UTIs.

Recebe respiradores

O Hospital Cirurgia recebeu, ontem, cinco respiradores dos 20 adquiridos por entidades empresariais lideradas pelo deputado Laércio Oliveira.

*** Na próxima segunda-feira o Cirurgia vai receber mais cinco respiradores e os dez restantes serão entregues dentro de 30 dias.

Festejo em Capela

Na madrugada de ontem, a prefeita de Capela, a prefeita Silvany Mamlak, promoveu a abertura dos festejos juninos, erguendo o Standard da Sarandaia, folguedo tradicional da cidade.

*** Apoiadores da prefeita participaram com música, fogos e bacamarteiros. A oposição considerou que foi um desrespeito às normas para evitar a expansão do Covid-19. E se deu a confusão.

Liberdade de expressão

Há uma reação política em torno do projeto de lei 2630/2020, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania), que será votada hoje. Ela tenta controlar posts nas redes sociais. É chamado de PL contra a Liberdade de Expressão.

*** À coluna, Alessandro disse ontem que o projeto não traz absolutamente nenhum risco para a liberdade de expressão. Estamos trabalhando para aprimorar o texto.
*** Explicou que “hoje algumas pessoas acham que ofensas e ameaças geram espaço político e alguma vantagem eleitoral. Prefiro continuar acreditando no trabalho sério e transparente”, disse.

Padre critica PL 2630

O conhecido padre Paulo Ricardo, paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande (Mato Grosso), fez homilia criticando o Projeto de Lei de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania). Diz que o PL vai enfraquecer a democracia.

*** O padre diz que se o senador pensa que o PL fortalece a democracia: “ou ele tem dificuldade de compreensão da realidade, que a gente chama de desinteligência, ou é um agente da desinformação”. Em seguida convocou os brasileiros: “vamos fazer algo”.

Não há ambiente

Sobre o atual momento político do País, na aparente disputa entre grupos considerados “fascistas” enfrentando “comunistas”, que pode ser uma chamada ao golpe, Alessandre Vieira responde:

*** – Muita agitação de redes sociais, que acaba transbordando para a vida real. É lamentável, mas creio que não existe ambiente para golpe, considerou.

Não faz sentido

Alessandro Vieira acha que “não faz sentido criticar manifestações ou aglomerações pró-Bolsonaro e aplaudir as que são contra”.

*** – O momento, ainda na curva crescente da Covid, desaconselha qualquer reunião de massa.

*** E mais: “Também é incoerente condenar falas violentas e ignorar ações violentas. Ambas merecem repúdio”.

Fábio e ajuda

O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) diz que não tem tratado de política partidária ou eleições em Aracaju ou interior nos últimos dois meses.

*** – Na hora e momento certos, eu e o PSD estaremos prontos. O momento é de ajudar no combate à pandemia.

Dinheiro público

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, diz que o presidente Jair Bolsonaro nega o auxílio emergencial para milhões de brasileiros protegerem suas vidas.

*** Entretanto, “ele está tirando dinheiro público de nossas Estatais para financiar esquemas criminosos de fake news”.

Segundo turno

O presidente regional do DEM, José Carlos Machado, acha que os partidos de centro e de direita “deveriam ter juízo ou não dará em nada nas próximas eleições”.

*** Para Machado, esses partidos precisam mostrar disposição para conversar e encontrar um nome forte: “isso para chegar ao segundo turno”.

Definir critério

Com sua experiência e capacidade de articulação, Machado diz que essas siglas precisam definir critérios, através de pesquisas, para chegar ao mais forte do grupo junto ao eleitorado.

*** Um dos nomes que aparece é da vereadora Emília Corrêa (Patriota), que não quer ser vice. Quanto a dizer que não pretende disputar a Prefeitura, há uma máxima na política: “quem quer, sempre diz que não quer”.

Que mais desagradou

As demissões ocorridas no Governo do Rio de Janeiro, semana passada, a que mais desagradou aos parlamentares, foi a do chefe da Casa Civil, André Moura (PSC).

*** Ex-líder de o ex-presidente Michel Temer na Câmara Federal, “o que o tornou um político experiente,” André Moura era o responsável pela articulação política do governador Witzel.

Jantar e almoço

André está no Rio de Janeiro, aonde chegou ontem, e foi recebido com jantar por grupo de deputados. Hoje almoça com outros e à noite estará se despedindo de amigos.

*** Amanhã viaja a Brasília, onde terá contatos e na sexta-feira retorna a Sergipe, onde descansa por alguns dias.

Sem ter nomes

O ex-governador Jackson Barreto (MDB) continua em casa já há mais de 60 dias, com receio do Covid-19. Mas não tem deixado de fazer contatos políticos.

*** Jackson não conseguiu formar uma chapa de candidatos a vereador em Aracaju, mas, segundo pessoas ligadas a ele, “o MDB não tinha nomes a oferecer”.

Apenas um bate papo

São João – Este ano não terá festa de São João em Aracaju, mas isso ao impede que o santo seja comemorado de forma pessoal pelos seus devotos.

E os namorados – O Dia dos Namorados também terá sua curtição entre os casais, com tudo que acontecia antes de se enfrentar a pandemia.

Para atrair casais – Os motéis estão funcionando não a tanto vapor. Mas já se faz publicidade para atrair casais. Nisso há expectativa.

Por Sergipe – O ex-deputado federal André Mora (PSC) deixa o Rio, mas tem trânsito livre entre os amigos que deixou por lá. Disputará mandato em 2022 por Sergipe.

Rebelião Armada – Segundo a Veja Online, o ex-ministro Sergio Moro diz que “Jair Bolsonaro ‘quer promover rebelião armada”.

Roberto Requião – O novo manifesto pela democracia é a refundação do PSDB, provavelmente sob o patrocínio da CIA.

Tem recalcado – O cantor Lobão participou ontem do Roda Viva, na TV-Cultura e disse: “A direita não tem intelectual, a direita tem recalcados.”

Massa de manobra – O povo não pode se tornar em massa de manobra. Tem que se organizar e lutar pela democracia. Esse clima tenso – político e institucional – interessa a quem estar no poder.

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