Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
ANDRÉ BARROS
Assustei-me ontem pela manhã. A morte do radialista André Barros, 61 anos de forma surpreendente e sem sinais anteriores, me tirou do sério e fiquei sem razão de caçar outras notícias que mexesse apenas com a política. Sinceramente me abalou o sentimento de que os vivos sentem mais profundamente a morte de parentes e amigos, que se vão sem sequer manifestar seu último desejo.
Tudo muito triste, imprevisível e sem o adeus e o carinho. André era uma figura que a gente ouvia há anos e, de repente, o silêncio fica acima dos nossos desejos. Apenas para relatar: André foi acometido de uma tosse intermitente, internou-se em um hospital de Aracaju, mas não houve solução, transferido para Salvador e descobriu um câncer linfático. Um detalhe: era transplantado renal e fez um transplante de medula, cuja doação para curá-lo foi cedida pelo irmão.
Não houve jeito e sua vida partiu para outro plano.
“Nossa última conversa foi na semana passada. Um telefonema rápido, que me deixou a impressão de um André Barros (voz rouca) que, mesmo ferido pela doença, lutava como o guerreiro que sempre foi… altivo! Hoje, a caminho do velório de Mônica Dantas, com o coração já apertado, recebi a notícia de que meu amigo também havia ido. Uma dor sobre a outra…”
Faço minhas as palavras de David Leite sobre André Barros: “Acompanhei sua ascensão, que o levou até a TV Globo em Brasília. Dividimos microfones, câmeras e as páginas do saudoso Jornal da Manhã”. André era assim mesmo David, pronto para entrar em qualquer desafio da comunicação, com a visão rica dos fatos, o que atraia os milhares de ouvintes que conservava na hora do seu programa.
MÔNICA PINTO
Também morreu ontem, aos 61 anos, a escritora Mônica Pinto. Uma profissional ímpar, que trabalhou em vários órgãos de comunicação e dirigiu outros, como a revista Sergipe S/A, nos anos 80. Também integrou a equipe do Jornal de Sergipe, o “Cinform” e escreveu alguns livros importantes para a literatura nacional. De uma inteligência que provocava arrepios, Mônica deixou um legado de bom jornalismo em Sergipe, já que o seu trabalho era muito sério e extremamente avaliado para evitar fake.
O ex-prefeito Edvaldo Nogueira escreveu sobre Mônica: “Nossa relação começou ainda nos tempos do movimento estudantil, quando ela já atuava como jornalista no Jornal de Sergipe. Mais recentemente, pude reencontrá-la na inauguração da reforma da praça Mariana Moura, no bairro 17 de Março, em dezembro de 2024, quando ela me presenteou com o livro “Viva Mari”, que retrata a vida da homenageada que dá nome ao espaço de lazer”.
A vida realmente é um sopro.