Diógenes Brayner – diogenesbrayner@g.mail.com
A vacinação, naturalmente, tirou o foco político de um pleito que se antecipa e preocupa a lideranças que não tiram a cabeça de 2022. Falar em candidatura agora pega mal em momento que a população está na expectativa de se livrar do vírus mortal. Belivaldo Chagas está preocupado e atento para cumprir protocolos da vacinação, embora, como todos os demais governadores do Brasil, também foi prejudicado pela absoluta desorganização revelada pelo Ministério da Saúde.
É lamentável tudo que se está vendo… E acontecendo. O Brasil passa vexame com o posicionamento do Governo Federal no relacionamento internacional, que seixa a população a mercê de diálogos com a China e a Índia, que exporta insumos para a vacina, por atos inconvenientes praticados por familiares do presidente Bolsonaro, que estrilaram o bom relacionamento do Brasil com os dois países. A situação não é boa em termos políticos, porque o estilo Bolsonaro, que tentou seguir o de Trump, conduz o País ao caos, principalmente numa área de extrema vulnerabilidade como a saúde.
Não precisa ir muito longe: No Amazonas o povo está morrendo por asfixia nos hospitais. Falta oxigênio!
Entretanto, nos bastidores alguns políticos continuam projetando 2022. O que mais pega, nesse instante, é o pleito parlamentar e a dificuldade dos partidos é manter estrutura no Congresso e na Assembleia Legislativa. A fotografia do que aconteceu na Câmara Municipal de Aracaju tem servido para desalento de deputados que tentarão a reeleição e seus partidos não têm estrutura para sair fortalecido nas urnas. Pode ocorrer uma renovação exagerada e a eleição de novos parlamentares sem liderança estadual sólida, mas que estão próximas aos seus povoados e diretamente vinculados ao povo.
A mesma coisa – e até com maior dificuldade – sente prováveis candidatos a Federal. Os eleitos fazem contas em relação ao poder que seus partidos têm junto às comunidades, porque a clausula de barreira favorece a quem tiver maior número de votos, através de uma estrutura partidária que não perca com o fim da proporcionalidade. Tudo ainda sem perspectivas, a não ser aqueles que estão em siglas que demonstrem absoluta solidez para eleger um parlamentar entre apenas oito. Um detalhe que sempre é bom repetir: nenhuma legenda fará mais que um federal e, não se pode deixar de lembrar, a maioria que hoje circula nos corredores da Câmara, muito provavelmente não estará mais por lá em 2022.
Houve mais abuso
Circulam informações chegadas do interior, que o prefeito de Itaby, Júnior de Aminthas (DEM), cometeu o erro de se expor sendo vacinado e pode responder por isso.
*** Mas não foi apenas ele que pecou. Pelo menos mais dois prefeitos foram além: vacinaram-se, junto com a secretária da Saúde e imunizaram a família.
Ajudaram familiares
Esses outros dois prefeitos ainda não foram denunciados, mas isso pode ocorrer a qualquer momento. O outro vacinou a mulher e seus pais que eram de risco.
*** Há vigilância do Ministério Público Estadual para denunciar autoridades que usam a vacina, passando por cima dos protocolos definidos.
Serviu como exemplo
Em um terceiro município o prefeito não atendeu a aliados importantes que viajaram à cidade para”furar a fila” e até ficaram irritados e bateram boca.
*** O que ocorreu em Itabi amedrontou a maioria dos prefeitos – e outras autoridades – que brigou pelo privilégio de se vacinar primeiro.
Sobre as medidas
Procurador da República em Sergipe, junto a colegas de outros Estados, encaminhou ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o Ministério da Saúde e o Ministério das Relações Exteriores passem informações.
*** Quer saber sobre as medidas que estão sendo adotadas para assegurar que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) receba a matéria-prima necessária à produção de vacina contra a Covid-19.
Ficará no PSB
O ex-deputado federal Valadares Filho (PSB) diz que não deixará a legenda para disputar um retorno a Brasília por outro partido.
*** Acha que as composições majoritárias também devem ajudar os partidos que a integram, com a indicação de nomes para a formação da chapa parlamentar.
Cria-se federação
As eleições de 2022 para deputados estadual e federal serão no mesmo estilo de 2020, dentro da cláusula de barreira. Mas hà um movimento no Congresso para formação de uma federação que acomode partidos pequenos e atue na proporcionalidade.
*** A Federação está para ser discutida e aprovada e vai acomodar legendas cujos candidatos podem se eleger dentro da proporcionalidade das siglas inscritas.
Sobre o cidadania
A delegada Danielle Garcia (Cidadania) não tentará mandato majoritário em 2022. Vai tentar vaga na Câmara Federal ou Assembleia Legislativa e já se movimenta para isso.
*** Dentro do Cidadania alguns filiados acham que o senador Alessandro Vieira não vai arriscar disputar algum mandato em 2022, apesar do seu nome ser citado para o Governo do Estado.
Sobre chapa com Rogério
Militantes do PT admitem que o partido não terá apoio da base aliada para lançar o senador Rogério Carvalho ao Governo do Estado em 2022.
*** Entre eles, boa parte vê dificuldade em integrar uma chapa com PL e PSC em razão dos vínculos com Bolsonaro. Defende uma chapa de esquerda pura.
*** Também tem voz petista que considera indiferente a formação de uma chapa com qualquer partido, porque hoje todas as alianças acomodam várias tendências.
Sobre Eliane Aquino
Em uma conversa entre filiados ao PT se levantou a posição da vice-governadora Eliane Aquino ser candidata a deputada federal, ao lado de Márcio Macedo e João Daniel.
*** A maioria acha que Eliane cometeu equívoco ao isolar-se junto a um pequeno grupo e avaliou que se ela perder em 2022 ficará sem mandato… E fora do bloco.
Rogério e a chapa
Em entrevista, ontem pela manhã, o senador Rogério Carvalho (PT) falou sobre a chapa que o lança a governador, ao lado de Valmir de Francisquinho e André Moura.
*** Rogério admitiu que é cedo para falar sobre sucessão estadual, mas admitiu que para discutir chapa baseia-se na somação de força para a vitória.
*** Admitiu que a questão ideológica faz sentido na estrutura do partido, mas dentro de uma disputa eleitoral o importante é se eleger.
*** Acha que não está descartada uma candidatura com apoio do bloco que integra e isso será visto mais adiante.
A questão da vacina
A vacina ainda é uma questão de bom diálogo com a Índia e China. Segundo Andréa o ministro da Saúde diz que está tudo bem na relação Brasil, China, Índia. Mesmo assim, não informa prazo para insumos chegarem.
*** – Em relação ao prazo para entrega das vacinas que estamos importando da Índia, não posso mencionar agora um prazo, mas queria reiterar que está bem encaminhado, disse Pazuello.
Heleno e Jony Marcos
Está bem definido dentro do Republicanos: Heleno Silva e Jony Marcos vão disputar a Câmara Federal e o partido deve eleger um dos dois.
*** Caso os dois não entrem na chapa – ou fique apenas um – o partido não elege parlamentar para Brasília.
Bloco à direita
Lúcio Flávio, que disputou a Prefeitura de Aracaju pelo Avante, diz que começou a fazer a organização de dissidentes das eleições de 2020, para formação de um novo “grupo à direita”.
*** Haverá um encontro para consolidação do novo grupo no início de março. Com a presença de um integrante nacional.
*** Lúcio disse que alguns integrantes do PSL que não pretende seguir com André Moura e estão abalados com Rodrigo Valadares ficaram no grupo atual.
Uma boa conversa
Revista Fórum – Oposição se une por impeachment de Bolsonaro, vacina contra Covid e renda emergencial.
Ivan Valente – Estamos sem datas para as fases do plano de vacinação e sem vacinas para toda a população.
Revista Fórum – Margareth Dalcomo, da Fiocruz, se emociona ao falar do atraso das vacinas: “Absoluta incompetência”.
Agência Brasil – Ministros e embaixador chinês discutem envio de insumos para fabricação de vacina contra Covid-19.
O Antagonista – Augusto Aras prorrogou até agosto a duração da força-tarefa de Brasília que investiga desvios no Postalis, o fundo de pensão dos Correios.
Uol Política – Com tornozeleira, deputada Flordelis reaparece em ato em apoio a Arthur Lira no Rio de Janeiro.
Notícia triste – Dra. Margareth, presidente da Fiocruz chora ao receber a notícia de que o Brasil não receberá vacinas. “É inaceitável, nada justifica”.
Francisco Castro – Vacinação de duas irmãs, de família rica em Manaus, causa revolta na área da Saúde.