Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com

Na reta final para a realização do pleito, aproximadamente dez dias antes da eleição, os organizadores das campanhas, principalmente os próprios candidatos, deve ter todo o cuidado possível. É um período de risco, digamos assim, porque o menor deslize que mexa com a questão de hábitos e costumes, em relação à fidelidade partidária e alteração ideológica que mude todo o projeto pregado no decorrer da campanha, pode ser fatal e até provocar uma alteração prejudicial nas urnas. Pequenos atos e ações que fujam da avaliação anterior que o eleitor tinha do candidato, durante o período em que expôs seus projetos e demonstrou correção de caráter, corre o risco de modificar todos os resultados que se previam.

Dá para se sentir agora, com a ação do ex-deputado Roberto Jefferson, ao receber agentes da Polícia Federal a tiros de fuzil e uso de granadas. Uma agente saiu ferida. Roberto tem problemas com a Justiça Federal e usa tornozeleira eletrônica, mas não aceitou uma ação investigativa. Jefferson é aliado e eleitor do presidente Bolsonaro e o que fez, nesse momento de chegada ao pleito, está refletindo no presidente e já mostrou resultados negativos nas pesquisas. Claro, uma insanidade…

Um observador da história política de Sergipe, pediu para evitar a publicação do seu nome, revelou fatos que ocorreram em Sergipe, aparentemente simples, mas que fizeram bons candidatos perderem mandatos nessa reta decisiva, tanto para prefeito quanto para governador e até para o Senado, por deslizes cometidos na questão moral e, principalmente política, quando por instantes nega seus princípios éticos, ideológicos e morais. E foram fatos simples que chamou à atenção apenas dos mais experientes e que só foram avaliados com o resultado final da urnas, com análises das falhas que provocaram a mudança de pensamento do eleitor.

Muitas das vezes as pessoas, vítimas de seus próprios equívocos, custam a acreditar, mas terminam se convencendo dessa realidade com o decorrer do tempo. O historiador deu um exemplo de fato que está acontecendo no momento e deve surpreender na reta final, inclusive como já demonstram algumas pesquisas e a própria avaliação de quem vai às urnas. A adesão aberta do líder político deste pleito, Valmir de Francisquinho, do PL e bolsonarista declarado, ao candidato a governador Rogério Carvalho, do PT e nome citado por Lula como seu candidato a governador, teria sido realmente “um tiro no pé”. A princípio isso ocorria apenas na teoria, mas a partir da carreata pelo agreste, no sábado passado, se transformou em verdade absoluta.

E por quê? Simples: Rogério Carvalho (PT) e Valmir de Francisquinho (PL) fizeram o percurso em cima de uma camionete. Até aí tudo bem! Mas o grupo do PT não vestir o tradicional vermelho e aderir ao azul claro de Valmir de Francisquinho, não era o que a população dos municípios percorridos esperavam. Não ouvir Rogério gritar o “13” e nem fazer o ‘L’ para gritar Lula presidente, sinceramente foi o fim. O inverso era verdadeiro, porque os eleitores de Francisquinho queriam vê-lo exaltando Bolsonaro e mostrando-o como seu candidato à reeleição. Mas o lado e outro saíram frustrados ao sentir que interesses individuais pisaram posições políticas e ideológicas. A carreata não teve a repercussão que merecia e pode mostrar o resultado desse novo “tiro no pé”, nas urnas do pleito de domingo.

Sem baixar a guarda

A coordenação da campanha do candidato Fábio Mitidieri (PSD) reuniu-se ontem para avaliação e foi unânime a decisão de ninguém baixar a guarda e continuar em ritmo de que estivesse começando agora.

*** Todos os membros da coordenação devem manter telefonemas a prefeitos e lideranças do interior para cobrar ação e não vacilar nesta reta final.

*** A maioria deixou a reunião consciente de que esses próximos cinco dias são decisivos e que deve manter o ritmo exigido por uma reta final.

Cuidado com debate

Também foi avaliado como será o debate que ocorre quinta-feira na TV-Sergipe entre Fábio e Rogério. Será essencial para manter a posição política e “amarrar” o eleitor.

*** Como se trata de um dos últimos atos, é de muita importância porque uma falha que denote mentira, esperteza ou ação de corrupção pode ser fatal na decisão final de quem vai às urnas.

Valmir e Rogério

A carreata do Rogério Carvalho (PT) ao lado de Valmir Francisquinho (PL) não rendeu em termos de votos. Os dois são como água e óleo: não conseguem se misturar.

*** Além disso, a ausência de cores partidárias mostra o conflito ideológico e o mal estar em razão de ambos defenderem candidatos a presidente “inimigos”.

*** Rogério sentiu que Francisquinho tem mais voto que ele e isso impacta o objetivo eleitoral. Não parece que vão repetir.

Uma detalhes no ar

Os dois lados – Mitidieri e Rogério – já estão falando da fala de recursos financeiros para a campanha, diante dos gastos excessivos.

*** Mesmo com recursos dos Fundos Partidário e Eleitoral, os candidatos também investem alto na campanha, para manter toda uma estrutura que os fortalece.

Patriotas divididos e neutro

O Patriotas está liberado para votar a governador de Sergipe em quem quiser. A tendência maior do partido é ficar com Fábio Mitidieri, mas há votos também para Rogério Carvalho.

*** A vereadora Emília Correa, que seria a vice de Francisquinho, ficou neutra. Ela não bate bem com o PT, de Rogério Carvalho.

Trampi com Bolsonaro

O deputado estadual eleito Luizão Dona Trampi (UB) disse ontem que é o único que faz campanha para reeleição do presidente Bolsonaro (PL) neste segundo turno.

*** Diz que não foge desse objetivo e continua com o seu grupo pela ruas e cidades do interior em campanha para Bolsonaro ganhar as eleições.

*** Não demonstra interesse pelo pleito estadual e diz que não pede votos para o candidato petista Rogério Carvalho.

Estratégia de campanha

Rogério Carvalho (PT), candidato a governador, reuniu-se ontem com representantes de sindicatos e da militância para dialogar sobre as estratégias dos próximos dias de campanha.

*** – Vamos juntos mostrar a força e a vontade do povo de Sergipe àqueles que acham que mandam no Estado!

Ódio e desrespeito

A vice-governadora Eliane Aquino diz que “o ódio, o desrespeito às leis e o desprezo pela vida não podem ser naturalizados”.

*** – Em um único dia, Roberto Jefferson, um dos maiores aliados do atual desgoverno, atirou contra policiais federais no Rio de Janeiro, diz.

*** Segundo Eliane, No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra e apoiadores de Lula foram alvos de disparos de arma de fogo. Graças a Deus, não foram atingidos.

Pelo lado certo

Eliane Aquino diz ainda que “esse clima de medo e essa escalada da violência precisam acabar! Dia 30 será só você e a urna então vote pelo restabelecimento da democracia e não pelo ódio e violência”.

*** – Cada vez mais tenho a certeza de estar ao lado certo da história, disse.

Ayres e constituição

Ex-ministro do STF, Carlos Ayres Britto: à democracia é o princípio dos princípios da nossa Constituição.

*** – Que seja a preservação desse princípio dos princípios constitucionais o critério dos critérios para o nosso voto no próximo dia 30.

Giro pelas redes sociais

Frota-77 – Se liga no que foi encontrado na casa do Bob amigo e Parceiro Político do presidente Jair Bolsonaro.

Teatualizei – Eu realmente sinto pena do Roberto Jefferson, mas a posição do presidente aqui é óbvia, o que aconteceu foi muito grave.

Vanderley Luxemburgo – Nós estamos na última semana para o jogo mais importante do ano. Vamos pra cima! Temos um país inteiro pra tirar do rebaixamento.

Gleisy Hoffmann – Mais uma censura ao André Jamones. Ele não pode mais associar Bolsonaro ao Roberto Jefferson e dizer que ele era um dos coordenadores de campanha.

Metrópole – Tite descarta ida a Brasília após Copa: “Nem ganhando, nem perdendo”. A poucos dias das eleições, técnico e CBF tentam blindar a Seleção da polarização política.

Paulo Cappelli – Ex-aliada celebra “maldição” sobre Roberto Jefferson e PTB. “Deus promete, Deus cumpre”, escreveu Graciela Nienov, dirigente que deixou o partido rompida com Jefferson.

Agência Sebrae – São os empreendedores dos pequenos negócios que movem o nosso país. Eles são o Brasil. Eles são a almas do Brasil.

Revista Fórum – Bispos católicos se posicionam contra Bolsonaro: “Virou as costas à população carente”