Com a chegada do período junino e a realização de diversos festejos por todo estado, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) reforça a importância de cuidados com o uso de fogos de artifício, fogueiras e preparação de alimentos e manuseio de líquidos quentes, principais causadores de acidentes nesta época do ano. A corporação orienta a população a respeitar a classificação dos fogos, evitar o uso de líquidos inflamáveis nas fogueiras e redobrar a atenção com crianças, idosos, pessoas com deficiência e animais.
De acordo com o subchefe de Comunicação do Corpo de Bombeiros, tenente Acrux, os fogos de artifício são classificados em diversas categorias, de acordo com o nível de risco, quantidade de pólvora e finalidade. Essa definição marca os limites de uso, venda e queima e indica restrições para menores de idade e necessidade de licença para determinadas variedades. Ele observa que mesmo os artefatos que não têm idade mínima de uso, em caso de utilização, a criança deve estar acompanhada sempre de um responsável. “Podem parecer inofensivos, mas machucam”, frisa o militar, referindo-se a bombas como foguetes e cobrinhas.
Fogos de maior classe explosiva, mesmo utilizados por adultos, exigem cuidados específicos, como utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), a exemplo de luva de proteção e óculos, e evitar queimá-los em locais fechados, além de proteger animais, crianças, autistas e idosos. “Em alguns municípios é tradição as guerras de fogos de artifício. Então é oportuno recordar a todos para não mirar nas pessoas ou colocar latinha em cima das bombinhas, porque ela pode se tornar um projétil com a explosão. E, não menos importante, não jogar bombas na fogueira”, alerta Acrux.
As tradicionais fogueiras juninas são uma das principais atrações dos festejos, mas precisam ser instaladas de forma adequada. O subchefe de Comunicação do CBMSE observa que nenhum líquido inflamável deve ser derramado na fogueira para acendê-la, a fim de evitar que o vapor provoque explosões. Em vez disso, deve-se priorizar acendedores industrializados ou gravetos com papelão para atear fogo. Deve-se observar também a altura da fogueira, para que a labareda não atinja fios de alta tensão ou que a estrutura não desabe depois da queima. “E de forma alguma brincar de pular a fogueira. Casualidades acontecem. Alguém pode se desequilibrar e cair nas chamas”, orienta Acrux.
O militar acrescenta que uma das ocorrências mais registradas pelo Corpo de Bombeiros nesta época do ano é a de atendimento a pessoas vítimas de acidentes com fogueira. “Nessa época, o consumo de bebida alcoólica costuma aumentar e alguns acidentes são por imprudência”, registra.
Os mesmos cuidados de manipulação com fogo devem ser dispensados na preparação de líquidos quentes, como os caldeirões de sopa, canjica e mungunzá. As panelas com esses alimentos e bebidas devem estar bem-apoiados, fora do alcance de crianças e preferencialmente em áreas isoladas. Recomenda-se o uso de protetores ou cercas improvisadas para evitar que alguém tropece ou derrube os recipientes.
Durante o São João, o CBMSE atua com projetos de conscientização de primeiros socorros e acidentes, por meio da Diretoria de Atividades Técnicas e Vistoria, levando palestras para escolas. Além disso, são dadas orientações aos autônomos que comercializam em barracas de vendas de fogos, instruindo sobre quais documentos providenciar e que normas seguir. A parte operacional é encarregada de atendimentos de ocorrências, seja de incêndio por armazenamento indevido ou pré-hospitalar.
Cuidados
Em caso de queimaduras, é importante que a primeira medida seja resfriar o local com água corrente (não gelada) por, no mínimo, 10 minutos, e procurar atendimento médico o quanto antes. Deve-se evitar a colocação de substâncias caseiras como manteiga, pasta de dente ou pó de café, que podem agravar o quadro. Em situações mais graves, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193.
Foto: Arthuro Paganini