Aracaju, 27 de abril de 2024
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LULA E BOLSONARO TIRAM SARRO DE VOCÊ QUE NÃO FAZ NADA, DIZ DELEGADO DE POLÍCIA

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Por Paulo Márcio Ramos Cruz*

A decisão monocrática do ministro Edson Fachin, do STF, anulando todas as condenações da 13a Vara Federal de Curitiba em desfavor de Lula, no caso petrolão, e a decisão colegiada do STJ, anulando a quebra do sigilo fiscal e bancário de Flávio Bolsonaro, no caso das rachadinhas da Alerj, são fruto do acordo espúrio entre governo e oposição, firmado à revelia da imensa parcela de imbecis que se digladia inutilmente nas redes sociais e aplicativos de mensageria – cada uma reivindicando para si o monopólio da ética e da virtude, que não existem senão nos desvãos do fanatismo e do desvario coletivo dignos de pena.

Eleitores reiteradamente traídos, instituições permanentemente prostituídas e um país inteiro prostrado diante de uma cadeia de eventos que insistem em reafirmar nossa eterna condição de república de bananas.

Malgrado herdeiros de Jeca Tatu, vez em quando nos arriscanos a emitir uma opinião sobre os fatos que nos enrodilham, acreditando, com isso, espantar nossa indigência política, nosso impaludismo cultural, vincos profundos de invencíveis evos de alheamento e alienação.

É preciso ter a inteligência de um protozoário para não perceber que tanto o STF quanto o STJ não têm força suficiente para ditar os rumos da República. Quando muito, esses dois órgãos vêm à baila para emprestar legalidade a decisões tomadas no submundo da política. Daí a profusão de esquipáticos julgados beneficiando ora gregos, ora troianos, que brindam cínica e silenciosamente à nossa desgraça e cumplicidade.

É por isso que intuo que nesta terra cabralina não há nada mais parecido com a alternância de poder do que a troca de uma droga por outra. Mais dia menos dia a euforia vai embora. No final, você estará tão oco e sem vida quanto um santo barroco.

*É delegado de polícia civil

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