Aracaju, 6 de maio de 2024
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CUT – CONTRA O CORTE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E POR MAIS INVESTIMENTOS NO SUS

Trabalhadores sem reajuste há 7 anos estão enfrentando a pandemia e necessitam de proteção e um plano de ação para que não sejam contaminados

A importância de mais investimento para o Sistema Único de Saúde (SUS) foi motivo de protesto em todo o Brasil nas últimas semanas desde a chegada e o alastramento do Coronavírus (Covid-19) em território nacional.

A população que está em isolamento social em suas residências fez questão de se manifestar para exigir mais investimento na saúde, assim como houve protesto pela valorização dos profissionais da saúde
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Trabalhador do HUSE e dirigente sindical do Sindasse (Assistente Social), Anselmo Menezes alertou que a pandemia do Coronavírus no Brasil aconteceu em meio a um acúmulo de ações políticas para o desmonte da saúde pública.

“Estes servidores do Estado que estão enfrentando a pandemia do Coronavírus nos hospitais públicos, postos de saúde e toda a rede de assistência estão há 7 anos com os salários congelados. Os servidores da Prefeitura de Aracaju estão há 4 anos com salários congelados. Nacionalmente o trabalhador vem sendo constantemente massacrado, desvalorizado nas questões trabalhistas e sofrendo perda de direitos”, explicou o dirigente sindical.

Anselmo também contou que os empregados da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) não conseguem celebrar o acordo coletivo de trabalho, pois o último ACT foi em 2012. Anselmo acrescentou que, em abril de 2019, os trabalhadores da FHS foram pegos de surpresa com a mudança do critério de aplicação da insalubridade sobre o salário mínimo, pois antes o adicional de insalubridade era aplicado sobre o salário base.
Desmonte da Saúde Pública

Segundo o dirigente do SINDASSE Anselmo Menezes, o governo Temer contribuiu com o desmonte da saúde pública de forma decisiva com a Emenda Constitucional EC95 que congelou os investimentos em saúde por 20 anos. “De lá pra cá, o desmonte se aprofundou com o governo Bolsonaro que, para efeitos do financiamento da atenção básica em saúde, passou a considerar os usuários cadastrados, ao invés de considerar a população registrada pelo IBGE, isso reduziu em muito os recursos”, acrescentou.
Anselmo ainda destacou a terceirização da rede de urgência e emergência, do Hospital Nestor Piva e a própria terceirização dos CAPS. “Com protestos, lutamos recentemente contra a terceirização do SAMU e do Hospital e Maternidade Regional de N. Sra da Glória. Assim que a pandemia do Coronavírus passou a ameaçar os sistemas públicos e privados de saúde de entrar em colapso, o Governo Belivaldo decidiu recuar e cancelar os editais abertos para a terceirização”, relatou.

Segundo Anselmo Menezes, o movimento sindical defende uma mudança de postura definitiva no que se refere à saúde pública. “Está mais do que comprovada a importância da saúde para as futuras gerações, então não é momento de precarizar, terceirizar nem privatizar, muito menos cortar recursos e políticas públicas de saúde. É tempo de valorizar os profissionais da saúde, qualificar e fortalecer o nosso SUS”, observou.

Apesar de toda a sociedade estar mobilizada no combate ao Coronavírus, Anselmo Menezes denunciou que muitos trabalhadores do HUSE ainda carecem de proteção especial para trabalhar e de um plano de enfrentamento ao Coronavírus no HUSE. O assunto foi tema de reunião há duas semanas com o poder público junto aos representantes sindicais dos enfermeiros, assistentes sociais, médicos e fisioterapeutas.

“O HUSE estava com um refeitório em condição de calamidade pública, sem água, sem sabão, sem álcool gel, as pessoas em filas umas coladas nas outras, falando junto aos alimentos, sem proteção para se servir, algo muito perigoso. Os trabalhadores do setor administrativo têm feito muita hora-extra e precisam fazer a leitura biométrica o que facilita o contágio através do dedo. Além de valorizar, é muito importante proteger os profissionais da saúde para que não sejam contagiados, pois a doença se espalha a cada dia e não estamos livres de um colapso no sistema de saúde. Precisamos tomar cuidado redobrado com esses profissionais”, defendeu o dirigente sindical.

No último domingo (29/3), os dirigentes sindicais da área da saúde se reuniram com representantes do MPF e MPT para viabilizar a aquisição de mais EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), curso de treinamento, plano de enfrentamento ao Coronavírus, entre outras demandas que apresentadas pelos trabalhadores da saúde às suas respectivas organizações sindicais.
Por: Iracema Corso

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