14 trabalhadores dos Correios foram mortos pelo Coronavírus e número de infectados cresce descontroladamente
Já são 14 os trabalhadores dos Correios que, até o momento, chegaram a óbito, vitimados pelo Coronavírus (Covid-19). O número de trabalhadores infectados é impreciso, mas cresce a cada dia, principalmente nos Estados do Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Em todo o Brasil, fazendo entregas nas ruas e trabalhando na triagem e demais setores da empresa são aproximadamente 56 mil trabalhadores expostos ao contágio do Coronavírus.
Para que os trabalhadores dos Correios tenham direito ao adicional de insalubridade, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) e o SINTECT/SE (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios) encaminharam ofícios para todos os deputados federais de Sergipe, na tarde da terça-feira (dia 5/5), solicitando apoio para a aprovação do PL 2.116 do deputado Frei Anastácio (PT) da Paraíba. O citado PL assegura o direito ao adicional de insalubridade a todos os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos enquanto durar a pandemia do Coronavírus.
Em trecho do ofício enviado aos deputados, a central sindical pede prioridade na votação e afirma que o Projeto tem apoio da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos, bem como da CUT pela extrema relevância. O documento enviado aos parlamentares enfatizou os itens abaixo:
Os serviços dos Correios são considerados como essenciais e as agências estão abertas recebendo e atendendo as demandas da população;
Os profissionais dos Correios e Telégrafos estão expostos à contaminação pelo Coronavírus tanto nas agências e centros de distribuição, quanto nas ruas na entrega de cartas e encomendas nas residências, inclusive de pessoas infectadas;
Os trabalhadores estão em contato direto com outros colegas, bem como manuseando cartas e encomendas, colocando-os em risco constantes de contaminação;
O número atual de trabalhadores dos Correios e Telégrafos infectados é elevado em todo país, inclusive com óbitos já registrados.
A CUT também ressaltou que 90% da população brasileira utiliza os serviços dos Correios e cobra que a Empresa dos Correios e Telégrafos assegure equipamentos de proteção individual a todos os trabalhadores para minimizar os riscos de contaminação. “Inclusive agora que o STF reconhece a contaminação por Coronavírus como doença ocupacional, o risco permanente que esses profissionais enfrentam em sua jornada de trabalho deve assegurar urgentemente o adicional por insalubridade”, avaliou o presidente da CUT/SE, Roberto Silva, em acordo com o texto enviado pela CUT aos deputados federais de Sergipe.
LUTA INCESSANTE
Filiado à CUT/SE, o SINTECT/SE tem atuado de forma incessante pela proteção dos trabalhadores dos Correios. O sindicato já ingressou com ações judiciais e denúncias junto ao Ministério Público para assegurar o direito à proteção dos trabalhadores dos Correios.
“Nossa luta é para que a empresa mantenha apenas a entrega de itens essenciais como remédios, vacinas e encomendas deste gênero. Lutamos por equipamentos de proteção aos trabalhadores dos Correios, álcool gel, luvas, máscaras… A empresa precisa fazer a assepsia de toda e qualquer correspondência. Já se sabe que o plástico e o papelão são capazes de carregar e difundir o vírus por muitas horas. As correspondências circulam pelo Brasil e já temos 14 trabalhadores mortos, vítimas desta irresponsabilidade. É um crime o que o governo federal está fazendo com os trabalhadores dos Correios”, denunciou o secretário geral do SINTECT, Jean Marcel.
Dirigente do SINTECT/SE e secretário de Cultura da CUT/SE, Jean Marcel explica que neste período de pandemia as encomendas pelos Correios só aumentaram gerando sobrecarga para os trabalhadores, além de exposição à doença.
“Muitas empresas fechadas não recebem as encomendas que são retiradas nas agências dos Correios, gerando filas, amontoado de pessoas, um cenário perigoso e desnecessário neste período de pandemia. Aproveitamos para pedir à população que fique em casa e só utilize o serviço dos Correios em caso de real necessidade, pois o Coronavírus já matou 14 trabalhadores dos Correios e a difusão da doença através de encomendas de plástico e papelão não está sendo controlada. Os trabalhadores estão expostos e a população que utiliza o serviço dos Correios também”, alertou Jean Marcel.
Por Iracema Corso