Aracaju, 2 de abril de 2025
Search

DESPRENDIMENTO, LIDERANÇA E ALTA CAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO MARCAM ATUAÇÃO DE EDUARDO AMORIM

42b00709-755c-4acb-beb6-a64a51af4d38-e1719510756406

*Por Paulo Márcio

Tenho dito e reafirmado, sem que isso constitua nenhum favor, que a pré-candidata Emília Corrêa (PL) é senhora de si. Esse predicado, associado às demais qualidades que todos nós conhecemos, seria suficiente para que qualquer partido político decente e minimamente comprometido com os interesses coletivos lhe abrisse as portas e oferecesse as condições necessárias para que ela disputasse a prefeitura de Aracaju em igualdade de condições com as demais forças políticas, sobretudo as governistas.

Mas não foi exatamente isso o que vimos a partir do segundo semestre de 2023, quando os principais atores políticos deram início às conversas e negociações em torno da sucessão municipal de 2024.

A bem da verdade, como que coordenados por mãos invisíveis, os partidos políticos se fechavam como fortalezas medievais diante de um simples aceno de Emília – inclusive aqueles teoricamente situados no campo da oposição. Como peças baratas de um leilão, pouco a pouco os menores foram-se convertendo em vassalos dos maiores. Não demorou muito, estavam quase todos lá, perfilados, curvados, jurando total lealdade à Casa Real.

Assim, a despeito do enorme potencial de Emília, o projeto que, posteriormente, viria a ganhar as ruas e cair nas graças do povo estava fadado a morrer no nascedouro não fosse o gesto de boa vontade e disposição do ex-senador Eduardo Amorim em abraçar sua pré-candidatura e usar do seu prestígio pessoal e político para ajudá-la a abrir portas, construir pontes e recuperar espaços tomados pelos adversários.

O primeiro e mais importante ato do ex-senador em defesa do projeto foi a retomada do controle do Diretório Regional do PSDB e, a partir daí, em comum acordo com o deputado Georgeo Passos, presidente estadual do Cidadania, assegurar a presença dos dois partidos no palanque de Emília, segundo os termos do Estatuto da Federação PSDB-Cidadania, vigente até abril de 2026.

É importante ressaltar que, nas conversas com Eduardo Amorim, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, externou que desejaria ver Emília Corrêa disputando a prefeitura de Aracaju pela sigla tucana. Coube ao líder tucano, num paciente e exaustivo processo diplomático, convencê-lo de que, estrategicamente, uma filiação de Emília ao PL traria maior robustez para o agrupamento e, por conseguinte, para o projeto em si, aumentando significativamente as chances de sucesso. Marconi Perillo acabou se rendendo aos argumentos do colega de agremiação, mas com uma condição: na condição de novo presidente municipal da federação PSDB-Cidadania, teria que indicar um vice tucano para a chapa de Emília.

Focado no projeto, Eduardo Amorim preparou cuidadosamente o terreno que conduziria Emília Corrêa ao PL, presidido pelo seu irmão e empresário Edvan Amorim. Na esteira dos compromissos firmados, a candidatura de Emília à prefeitura de Aracaju pelo Partido Liberal será enfim homologada nas convenções do próximo dia 22 de julho.

Nada mais legítimo e natural, portanto, que a indicação do vice de Emília, partindo do presidente municipal da federação, recaísse sobre um tucano. E havia muitos nomes no PSDB, a começar por ele próprio, em plenas condições de compor a chapa.

Mas não seria o presidente estadual do PSDB, que durante toda a condução do processo deixou-se guiar pela sensatez e sabedoria próprias das verdadeiras lideranças, a permitir que, na reta final, uma decisão de caráter pessoal passível de toda sorte de questionamentos, ainda que desarrazoados, comprometesse toda uma construção com potencial de alterar os rumos da história política sergipana.

Assim, sem qualquer sinal de hesitação ou apego, na condição de presidente da Federação PSDB-Cidadania, Eduardo decidiu indicar o vereador Ricardo Marques (Cidadania) como vice de Emília. Além disso, não mediu esforços para construir um consenso em torno do seu nome não só no ninho tucano como em todo o agrupamento político. Um gol de placa!

É paradoxal, portanto, que um gesto dessa magnitude não seja devidamente exaltado por quem enxerga a política além da podridão que insiste em esconder comportamentos éticos cada vez mais raros. Seria, portanto, muito mais honesto reconhecer que a escolha de Ricardo Marques como vice de Emília Corrêa não se deu em detrimento de Eduardo Amorim, mas foi, antes, fruto de sua indicação direta, lastreada em seu elevado espírito público e conhecido desprendimento – atributos que fazem dele um dos principais personagens desse momento de profundas mudanças históricas.

E para que não reste qualquer dúvida quanto à dignidade e intenções desse amigo de quase duas décadas, que, quanto mais questionado, mais exibe provas de sua lealdade e preocupação com o sucesso do projeto capitaneado por Emília Corrêa, serei obrigado a cometer uma pequena inconfidência a título de encerramento.

Embora quase ninguém saiba, partiu do ex-senador, para variar, a ideia de antecipar não só o anúncio do nome de Ricardo Marques como vice de Emília Corrêa como a realização das convenções partidárias que homologarão as candidaturas. É que, longe das vistas dos apoiadores do projeto, forças poderosíssimas do submundo da política estão operando a todo vapor, vinte e quatro horas por dia, para tentar derrotar no tapetão a chapa Emília-Ricardo – uma espécie de versão 2.0 do que foi feito com a candidatura de Valmir de Francisquinho nas eleições estaduais de 2022.

Dito isto, vou ficando por aqui, porque, para bom entendedor, um pingo é letra.

*Paulo Márcio é delegado de polícia e pré-candidato a vereador de Aracaju no grupo de Emília Corrêa

Leia também