Nesta quarta-feira (12), é celebrado o Dia das Crianças. Para a senadora por Sergipe Maria do Carmo Alves (PP), a data deve ser comemorada, mas acompanhada de reflexões. Ela chamou a atenção para o acesso à saúde das crianças, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que incumbe ao poder público, à comunidade, à sociedade em geral e à família o dever de assegurar a elas, com prioridade, o direito à vida e à saúde. Contudo, a parlamentar afirmou que o Brasil não tem conseguido seguir integralmente o que define o ECA, citando a queda em índices de vacinação infantil como reflexo disso, fato que, segundo ela, tem como um dos principais fatores a omissão de pais e responsáveis.
Maria ressaltou que, conforme dados do Ministério da Saúde, os níveis de vacinação de crianças se encontram no menor patamar dos últimos 30 anos. No ano passado, apenas 68% das crianças receberam a vacina BCG, quando também só 69% foram imunizadas contra a poliomielite, vírus que causa paralisia infantil. “Ou seja, é um cenário muito preocupante. O Brasil sempre foi referência mundial em imunização, através do Sistema Único de Saúde. Temos vacinas, mas não temos crianças recebendo vacinas. Por isso, é crucial que pais e responsáveis compreendam sua função de provedores de saúde e vida às crianças, e garantam que estejam com a carteira de vacinação atualizada”, frisou ela.
A senadora da República destacou que negligenciar esse pode causar danos graves ao Brasil, como a volta de doenças erradicadas. Para haver imunidade coletiva na população, é recomendável que as taxas de vacinação infantil estejam entre 90% e 95%, o que, como lembrou a parlamentar, está longe da realidade em que o País se encontra. Maria citou como exemplo o índice da primeira dose da tríplice viral, que chegou a 73% em 2021, percentual próximo da imunização no mesmo período contra o rotavírus (70%) – causador de diarreia grave. “É essencial que os gestores das esferas municipal, estadual e federal trabalhem em conjunto, a fim de promover, de forma estratégica e eficiente, políticas de incentivo à vacinação infantil. Sem isso, não há perspectiva de melhora”, enfatizou.
INFORMAÇÕES FALSAS
Além disso, Maria do Carmo Alves afirmou que a difusão de informações falsas sobre as vacinas têm prejudicado de modo evidente a imunização infantil. Ela pediu que pais e responsáveis sempre chequem as fontes de notícias que recebem em aplicativos de mensagem e em redes sociais, e que gestores públicos atuem no sentido de oferecer informações verdadeiras, didáticas e de qualidade, uma vez que a desinformação pode custar a saúde e até a vida de crianças. “É necessário cumprirmos o que manda o ECA e a Constituição Federal, e as informações falsas são um obstáculo a isso. As vacinas disponibilizadas nos postos de saúde são seguras e eficazes. A desinformação vem causando prejuízo ferrenho à saúde pública brasileira. Não podemos ficar de braços cruzados”, salientou.
Fonte e foto assessoria