Aracaju, 29 de abril de 2024
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Eleitor acha que não dá para acreditar na política: só o povo leva dentro

Por Diógenes Brayner

O eleitor da grande Aracaju ainda se revela distante da escolha dos seus candidatos a presidente da República e ao Governo do Estado. A equipe do Faxaju Online aproveitou o feriadão para saber como segmentos da sociedade que trabalham diretamente com a população, ouvem dos seus clientes em relação às eleições deste ano. Teve início na sexta-feira (07) e concluiu no final da tarde do domingo (09). Não foi pesquisa e nem avaliação de candidaturas, apenas com o objetivo de ouvir e apurar o que as pessoas falavam sobre as eleições e os candidatos.

A experiência não foi agradável para quem disputa mandatos majoritários, porque as opiniões colhidas mostraram a indiferença – e ‘até nojo’ dos políticos, como disse uma vendedora de artesanato no Mercado Albano Franco. O Faxaju queria saber se os clientes falavam em nomes de candidatos que nos quais poderiam votar para presidente o Governo do Estado. Todos negaram qualquer tipo de opinião política em relação a qualquer nome.

Um fato chamou a atenção: nenhum dos ouvidos sabia o nome dos candidatos a presidente – um ou outro citou Lula – e poucos disseram não terem conhecimento de quem estava disputado o Governo. Um senhor que trabalha numa churrascaria na região norte do Estado, foi ríspido: “não quero saber disso não [de eleição]. Se o povo tivesse vergonha não iria votar. Todos são iguais e deveriam estar presos”.

O garçom disse que tinha tinha 57 anos e não iria às urnas: “vou preferir pagar multa”, decidiu. Segundo ele, “estou rezando para que chegue os 65 anos e eu só vote de quiser”, brincou.  Disse que nunca ganhou nada de um político, jamais algum deles foi em sua casa (no Santos Dumont) e todos prometem a mesma coisa a cada eleição”. Deixou claro também que a prática de corrupção quase o fez rasgar o título de eleitor.

Povo leva dentro – Em um barzinho bem frequentado na praia de Atalaia, os garçons também evitaram tratar sobre política e um deles até desconfiou que a conversa vinha de algum assessor de candidato: “sabe como é, né, a gente diz uma coisa e a pessoa às vezes é candidata ou ligada a um deles e pode até nos prejudicar”. Um casal ao lado se manifestou: “não dá para acreditar mais nesses políticos, porque no final só o povo leva dentro”.

Em um cafezinho do shopping Riomar um garçom jovem também não sabe os nomes dos candidatos a presidente e ao Governo do Estado: “Deus me livre dessa gente. Não voto em ninguém”. Contou que mora no conjunto Albano Franco II, em Socorro, disse que sua casa fica numa rua escura e esburacada, “enquanto asfaltaram uma rua ao lado e colocaram boa iluminação, só porque mora um cara envolvido em política (não disse o nome).

No mesmo cafezinho, um cabeleireiro conhecido também disse que seus clientes falam pouco sobre política: “lembrou que umas quatro ou cinco pessoas citaram o nomes do deputado federal Valadares Filho”. Depois confidenciou: “eu mesmo voto em Valadares”. Neste domingo (09), em um cafezinho no shopping Jardins, uma vendedora disse que o seu candidato é Lula, “mas como ele não não pode disputar, vou votar em Haddad ou em Ciro Gomes”.

Programa de TV – Sobre o programa político na TV, ninguém vê. Alguns porque estão trabalhando ou estudando, outros porque vão para a TV fechada e poucos alegaram que “os candidatos repetem as mentiras de sempre”, principalmente em relação à Saúde, Educação, Segurança, Tecnologia e Mobilidade Urbana. “Dentro de mais quatro anos repetem tudo que prometeram, exatamente porque deixaram de cumprir”.

Além disso, como informou um publicitário neste domingo (09) à tarde, o marketing de todos eles não encontra a melhor forma de exibir o seu produto ao eleitor e não provoca entusiasmo para que o povo se interesse pelo que é exposto. Não há nada que atraia a um população declaradamente enfastiada do que assiste. “Nenhum eleitor se mostrar interessado em acompanhar programas, pela ineficiência deles e por falta de entusiasmo no que os candidatos falam”.

Acha que os marqueteiros precisam repensar o projeto desses programas, inclusive para atrair eleitores e não perdê-los: por novidades que eles possam oferecer e pela desenvoltura dos candidatos. Se isso não acontecer, “assistir programas eleitorais será um sacrifício, porque o modelo é o mesmo há anos”. Segundo ainda o publicitário, os “marqueteiros se imaginam gênios, não conversam com o povo, não vão às ruas e ficam trancados em gabinetes escrevendo inutilidades e se mantendo repetitivos”.

Um detalhe que se pode perceber nas ruas: poucos carros plotados e nenhum carro circulando com adesivos que expõem nomes, números e fotos dos candidatos.

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