Pequenos agricultores, comerciantes e famílias de baixa renda de Lagarto estão mais perto de terem acesso gratuito ou mais barato à energia elétrica. A iniciativa será assegurada através do programa municipal “Energia 0800”, cujo objetivo é construir uma usina de energia solar fotovoltaica na cidade para viabilizar essa grande transformação. Para que esse projeto se concretize, um passo fundamental foi dado nesta terça-feira, 10, com a aprovação histórica pela Câmara Municipal de Lagarto (CML), do Projeto de Lei nº 37/2025. De autoria do Executivo, o texto permite a contratação de uma operação de crédito de até R$ 92,6 milhões, para investimentos em energia renovável, junto a instituições financeiras devidamente credenciadas no Banco Central do Brasil.
Avaliada e aprovada por 16 dos 17 parlamentares, a matéria aponta um consenso em torno da necessidade de modernizar o município e promover acesso à energia renovável. A proposta não apenas contribuirá para a sustentabilidade, mas também permitirá a redução dos custos de produção no campo, o fortalecimento dos pequenos negócios, o estímulo ao desenvolvimento econômico local e a promoção da justiça social, por meio da isenção tarifária para famílias de baixa renda.
“O resultado da votação demonstra que está dando certo a nova forma de governar, construindo pontes, dialogando com a oposição para que os projetos que beneficiam a população lagartense possam avançar. Nosso objetivo é, conforme prometido em campanha, viabilizar o programa ‘Energia 0800’, que inclui a construção de uma usina de energia solar fotovoltaica, de forma a reduzir as taxas de pagamento de luz para pequenos comerciantes e para o setor agrícola, reduzindo custos de produção e induzindo o desenvolvimento, além de isentar famílias de baixa renda e dar acesso a fogões elétricos, substituindo o uso de fogões a lenha”, celebra o prefeito Sérgio Reis, que mesmo licenciado acompanhou o andamento da discussão.
A autorização não diz respeito à própria contratação do crédito, nem o valor específico a ser utilizado, uma vez que, a administração municipal ainda estuda quais serão os custos para implantação e execução. Além disso, o PL 37/2025 veda qualquer destinação do recurso que não seja investimentos nas áreas de energia renovável, eficiência energética e iluminação pública.
Para o presidente da CML, Washington da Mariquita, a união da maioria dos vereadores em torno do tema passa pela compreensão da necessidade de utilizar energias renováveis e também pela economia que esse tipo iniciativa pode gerar aos cofres públicos a médio e longo prazos.
“Há a questão da energia renovável, o que é bom para o meio ambiente, mas também é positivo economicamente. Esses 16 vereadores estão preocupados com o desenvolvimento da nossa cidade, dos nossos povoados. Estamos pensando no futuro de Lagarto. A gente respeita quem vota contra, mas acredito que vai melhorar a cidade, que vai melhorar a vida do nosso povo”, afirma.
O líder da situação na Casa, Josivaldo da Equoterapia, acredita que a medida colocará a principal cidade da região Centro Sul na vanguarda, servindo de exemplo para as demais.
“Esse foi um passo muito importante em um momento em que se discute tanto energia renovável. O nosso prefeito pediu a autorização para que possamos implantar a energia solar no nosso município. Nós vereadores fizemos a nossa parte. Acho que Lagarto sai na frente e espero que a iniciativa possa alavancar ainda mais o nosso município”, aponta.
Para o vereador Eduardo de João Maratá, que faz parte da oposição, a convergência dos 16 parlamentares para a aprovação do texto demonstra que o desenvolvimento de Lagarto é a prioridade.
“Na verdade, não deixa de ser uma união. Pelo que eu pude perceber, o que pessoas sempre comentam, é que quem tem investido na energia solar está tendo sucesso. Então, para além da questão do meio ambiente, é bom economicamente. Não tem como a gente se colocar contrário a um projeto desta natureza. É só a autorização e no dia a dia nós vamos cobrar”, ressalta.
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