Aracaju, 7 de junho de 2025
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Linda Brasil expõe violências sofridas por professores em Arauá e Tomar do Geru

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Nesta quarta-feira, 4, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) demonstrou indignação, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), com os casos de violência e desrespeito aos profissionais do magistério nos municípios de Arauá e Tomar do Geru. A parlamentar destaca as situações enfrentadas pelos professores dentro e fora da sala de aula, com a precarização das condições de trabalho e o desrespeito aos seus direitos garantidos.

A agressão sofrida pelo professor Valfrido da Silva, durante uma aula na Escola Municipal Joaldo Costa Carvalho, no município de Arauá, foi apontada pela deputada Linda Brasil como resultado da omissão da administração pública. Nesse caso, a falta de estrutura e de profissionais para auxiliar na atenção aos alunos com deficiência submeteu o professor à situação de vulnerabilidade extrema.

Linda Brasil destacou que a violência sofrida pelo professor, que possui mais de três décadas de dedicação à docência, é resultado da falta de políticas públicas efetivas. “Esse episódio, ainda que isolado em sua forma, ecoa uma realidade mais ampla e dolorosa: a precarização do magistério, a omissão do poder público e a falta de políticas efetivas de cuidado dentro das escolas”, salientou.

A parlamentar alerta que não há como garantir uma educação de qualidade sem garantir condições dignas para o exercício da docência e o acompanhamento adequado de estudantes, principalmente aqueles com necessidades específicas. “A ausência da cuidadora, a falta de articulação entre a educação, a saúde e a assistência social, além do silêncio da gestão municipal, não são detalhes, são expressões de um sistema que falha com as professoras e professores e com toda a comunidade escolar”, avaliou.

Durante o pronunciamento na Tribuna, Linda também chamou atenção para o caso da professora Efigênia Lima, do município de Tomar do Geru, que sofreu intimidação ao cobrar do prefeito o pagamento da aposentadoria. Foi durante um evento público, onde o gestor do município sorteava cestas básicas, que a professora recebeu uma resposta truculenta.

A parlamentar considerou a reação do prefeito uma tentativa de zombar e deslegitimar a professora. “Ele chamou a professora de militante fracassada, dentre outras palavras, com a intenção de desmerecer a cobrança que ela estava fazendo. Isso representa uma desconsideração profunda aos direitos humanos, à dignidade dos servidores e um desrespeito aos direitos dos professores e professoras”, declarou a parlamentar.

Solidariedade às deputadas de SP

Ainda durante a Sessão Plenária, Linda repudiou as ameaças de morte e de violência sexual direcionadas às 25 parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A mensagem encaminhada no último sábado (31), através do e-mail, possuía teor violento, ofensivo e citou nominalmente algumas parlamentares. O caso foi considerado pela deputada como reflexo da violência política de gênero.

“Esse é mais um episódio da violência política de gênero em que a misoginia e o machismo ficam escancarados, demonstrando que não há preferência por viés político. Esse ódio contra as mulheres nos espaços de poder precisa de respostas institucionais urgentes, com investigação e acolhimento. Esse é um ataque frontal à democracia e à participação das mulheres na política”, destacou Linda Brasil.

A parlamentar reflete que as manifestações de misoginia e machismo são potencializadas quando as mulheres ocupam espaços de poder. “Independentemente do nosso viés político, seja da esquerda ou da direita, para o machismo e o patriarcado todas nós, mulheres, de certa forma, ameaçamos o sistema patriarcal que está aí no poder”, considerou a deputada do Psol por Sergipe, que também preside a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alese.

Ameaças em Sergipe

Na oportunidade, Linda lembrou que na Alese também já foram registrados casos de ameaças e violência, sem as respostas institucionais esperadas. “Já faz quase dois anos que recebemos um e-mail com ameaças e, até agora, não há resposta. Fui à Polícia Federal e à Polícia Civil, no entanto, até hoje, os autores não foram encontrados. Isso é muito grave. É preciso que as investigações se aprofundem para que não haja essa sensação de impunidade. Para que os agressores não pensem que a internet é uma terra sem lei”, afirmou.

Apesar das situações adversas mencionadas pela parlamentar, ela alerta que não irá recuar. “Nós, mulheres, não recuaremos de nossas lutas. Essa é uma tentativa de dizer que esse não é o nosso lugar, que o nosso lugar é em casa, cuidando dos fazeres domésticos. Essas ameaças não vão nos intimidar”, declarou Linda Brasil.

Foto: Jadilson Simões

Assessoria de Imprensa

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