Parlamentar destacou que baixa representatividade na política invisibiliza pautas importantes.
No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, comemorado hoje (25), a deputada estadual Maria Mendonça (PSD) defendeu a participação delas nos espaços de poder e decisão, a exemplo da política. “Apesar de comporem cerca de 28% da população, mulheres negras constituem apenas 2% do Congresso Nacional, e representam apenas 1% na Câmara dos Deputados. Isso é lamentável”, destacou, acrescentando que a data, instituída em 1992, celebra a trajetória e luta histórica de mulheres negras, o combate às desigualdades, que, no Brasil, mostra uma de suas faces no campo da política, além de conscientizar a respeito do racismo, violência e opressão de gênero.
A parlamentar citou dados nacionais, compilados pela organização Mulheres Negras Decidem, relacionados aos pleitos municipais de 2020, que revelam disparidades de raça e gênero. “Naquele ano, para o cargo de vereador, o número de candidatas negras foi de 84 mil e o de brancas, 85 mil. O percentual de eleitas foi de 6,3% para as negras, e de 9,5% para as brancas. A disparidade se confirma com os homens. Para se ter uma ideia, dos 150 mil homens brancos que se candidataram no mesmo pleito, 44% foram eleitos. Já os negros, foram 169 mil candidatos e, somente, 38% eleitos”, apontou a deputada, que traz em seus mandatos a defesa da mulher nos mais variados âmbitos sociais.
Para Maria, a baixa representação de mulheres negras na política enfraquece o Estado Democrático de Direito, uma vez que parcela considerável da população não é contemplada de forma suficiente em espaços que exercem influência e podem ter impacto direto em suas vidas. A parlamentar disse, ainda, que, “mais do que ninguém, elas conhecem as dores, anseios e necessidades dessa camada da população feminina”.
“Precisamos de mais mulheres negras na política, a fim de que o que se decide nas Casas Legislativas, nas Prefeituras e nos Palácios de Governo, não só as contemplem e lhes garantam todos os direitos constitucionais, mas sejam decisões, também, tomadas ou propostas por elas. Não podemos nos esquecer que essas mulheres foram escravizadas por mais de 300 anos, e sofrem violência dupla: racismo e machismo, infelizmente ainda muito presentes no Brasil. Para além de tudo, trata-se de reparação histórica”, enfatizou a parlamentar.
A deputada estadual destacou, ainda, que as mulheres brancas devem lutar junto às mulheres negras na busca por mais representação, visto que a presença feminina geral na política também é baixa no País. “Nós temos diferenças, afinal, não sofro racismo, mas sei bem o que é opressão de gênero na política, e esse sofrimento é compartilhado. Só através da atuação conjunta que conseguiremos frear, não só o machismo e a misoginia política, mas a violência racial, que se reflete nesse campo tão essencial das nossas vidas”, afirmou Maria Mendonça.
Fonte e foto assessoria