Na avaliação do deputado estadual por Sergipe Manuel Marcos (PSD), o Brasil possui uma dívida histórica com a população negra, que, para ele, deve ser paga através da redução das desigualdades raciais. Foi isso que ele destacou no podcast Casa de Sopapo, à jornalista Katia Santana, ressaltando o papel fundamental dos negros escravizados para o desenvolvimento econômico e territorial do País.
“Trouxeram os negros [ao Brasil] nos porões das embarcações portuguesas. Depois, foram colocados nos porões dos grandes engenhos. Mas, o trabalho foi tocado pelos negros”, lembrou Manuel. “Foi através dos negros que o Brasil adquiriu essa extensão continental. Os portugueses se utilizavam dos escravos para combater as invasões holandesas e espanholas.”
No entanto, segundo o deputado, essas contribuições não foram devidamente reconhecidas pelo Brasil. E isso se reflete em números: segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no País, negros têm mais dificuldade de encontrar um emprego formal do que brancos – mesmo quando possuem a mesma qualificação –, e recebem até 31% menos quando são contratados.
“O País deveria ter gratidão à contribuição da população negra, oferecendo a todos os afrodescendentes a mesma oportunidade, através da boa escola, através de uma boa assistência médica, e oportunizando, também, galgar os níveis superiores de poder”, defendeu Manuel Marcos na Casa de Sopapo.
Cotas
No podcast, o parlamentar frisou, ainda, que embora pretos e pardos representem 56% da população brasileira – conforme o IBGE –, ainda são poucos os que estão presentes nos espaços de poder e de decisão. É daí que, para ele, surge a necessidade das cotas raciais. “Cota é dar uma condição igual para todos, e a gente olhar o outro como irmão, como semelhante”, afirmou o deputado estadual.
Podcast Casa de Sopapo
Casa de Sopapo é um podcast de política realizado pela Set Comunicação Estratégica, gravado ao vivo pelo Instagram (instagram.com/casadesopapo), toda quinta-feira, às 20h. Todo o conteúdo é editado e disponibilizado no Spotify e no YouTube às sextas-feiras, a partir do meio-dia.
Foto Joel Luiz
Por Kátia Santana