A Prefeitura de Aracaju e o Governo do Estado de Sergipe entregaram nesta quinta-feira, 15, os cartões do programa CMais a 61 acolhidas pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cram), vinculado à Secretaria Municipal da Família e Assistência Social (Semfas).
A solenidade contou com a participação da prefeita Emília Corrêa, da secretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Danielle Garcia, além da coordenadora do Cram Aracaju, Luciana Ribeiro, da coordenadora da Patrulha Maria da Penha da GMA, subinspetora Sabrina Smith, e da futura secretária Municipal do Respeito às Políticas para as Mulheres, Elaine Oliveira.
“Esse trabalho aqui é maravilhoso, é um braço que se estende às mulheres vítimas de violência, é um braço que vem do Governo do Estado, que vem também da Prefeitura. Agora, a gente vai ter a nossa Secretaria da Mulher, que é o outro braço de apoio e proteção. Quando estive na Câmara Municipal de Aracaju, a gente pôde criar a Procuradoria da Mulher, que é o outro braço. E assim vamos fazendo e construindo esse trabalho de dar as mãos para poder combater a violência contra a mulher”, destacou a prefeita Emília Corrêa, reforçando a importância da união entre as mulheres. “Independente do que a gente seja ou esteja, passamos pelas mesmas dores, mesmos sentimentos, mesmas inseguranças. E se uma não der a mão à outra de verdade, não vai funcionar. É isso que a gente precisa”, acrescentou.
A secretária de Políticas para as Mulheres de Sergipe, Danielle Garcia, destacou a importância da integração da rede de proteção às mulheres. “Neste dia, são 61 mulheres beneficiadas com o programa CMais, que é um cartão de transferência de renda para mulheres vítimas de violência, que estejam com medida protetiva, cadastradas no CadÚnico e que terão a oportunidade de receber durante seis meses a parcela de R$ 500. Então é uma forma de fazê-las sair do ciclo da violência e ter um mínimo de dignidade. E, obviamente, que com essa parceria, a Prefeitura, que está mais próxima do cidadão, vai ajudar essa mulher de outras formas também”, salientou.
Rompendo o ciclo da violência
Maria José dos Santos, 49 anos, é uma das assistidas pelo Cram de Aracaju e está entre as beneficiadas do programa CMais. Dona de casa, ela viveu por anos em situação de violência e, ao falar sobre o novo momento, não conteve a emoção. Disse estar livre e grata pelo apoio recebido. “Só eu e meus filhos sabemos o que passamos. E essa ajuda será importante, uma ajuda a mais para nos mantermos”. Maria segue em acompanhamento e recebe todo o acolhimento oferecido pelo serviço mantido pela Prefeitura, que tem sido fundamental em sua trajetória de reconstrução e proteção.
Segundo a coordenadora do Cram de Aracaju, Luciana Ribeiro, o programa atende às mulheres em situação de vulnerabilidade, pobreza ou extrema pobreza, e que muitas vezes estão com medidas protetivas. “É uma forma de assegurar com que essa mulher venha a vencer todo o ciclo da violência e venha a prosseguir a sua vida. O Cram é um centro de referência de atendimento a esta mulher, a qual muitas vezes passa por situações de violência, não só violência física, mas violência psicológica, violência patrimonial, todo tipo de violência”, disse.
Ainda conforme explicou a coordenadora, o Centro de Referência atua de forma integrada, recebendo casos encaminhados por órgãos como os Cras, Creas, Ministério Público e Defensoria Pública. Somente em abril deste ano, 371 mulheres foram acolhidas pelo Cram de Aracaju, reflexo do fortalecimento da rede de apoio e da ampliação dos atendimentos. “Todos os casos referentes à questão da violência contra a mulher, vem ao Cram. Temos uma equipe técnica preparada de assistentes sociais, psicólogas, advogadas, para trazer todo esse amparo. Também nós temos um serviço proporcionado pelo Cram, que são os grupos para que essas mulheres possam participar juntas e vencer juntas o ciclo da violência”, concluiu.
Foto: Ronald Almeida/PMA