Aracaju, 2 de agosto de 2025
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SPM ENALTECE A FORÇA DAS MULHERES NEGRAS COM O EVENTO ‘ORGULHO NEGRO FEMININO: MULHERES QUE INSPIRAM’

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Em alusão ao Julho das Mulheres Negras, a Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SPM) promoveu, nesta sexta-feira, 25, o evento ‘Orgulho Negro Feminino: Mulheres que inspiram’. O ato, realizado na data em que são celebrados o Dia Estadual da Mulher Negra – Maria Beatriz Nascimento, instituído pela Lei Estadual nº 9427/2024, e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, ocorreu no auditório da Secretaria de Estado da Administração (Sead).

A iniciativa teve como objetivos promover a proteção integral às meninas e mulheres negras; sensibilizar a sociedade sobre a importância do apoio às mulheres negras diante das múltiplas violências a que estão expostas; atuar na desconstrução da misoginia preta; estimular a aceitação, identificação e o orgulho em ser menina e mulher negra; e mobilizar a rede estadual de proteção às mulheres para ampliar o alcance da campanha em todo o estado de Sergipe.

Segundo a secretária da SPM, Danielle Garcia, a secretaria busca celebrar a data e ser um vetor de mudanças e de participação na sociedade. “As mulheres negras, que são as mais atingidas pela violência, pela vulnerabilidade social. Enquanto secretária de Políticas para as Mulheres, embora eu seja uma mulher branca, não posso me furtar de estar nas trincheiras nessa luta antirracista que tem que ser de todas nós. É importante ver a mulher negra ocupando os espaços em todas as áreas, sendo protagonistas. E essas datas e eventos como este servem para a gente lembrar toda uma história de luta e sofrimento e buscar reescrever essa história daqui para frente”, declarou.

“A SPM faz esse evento para trazer o reconhecimento e a valorização das mulheres negras, que são o nosso orgulho negro feminino e que ajudam a construir a história e a identidade do nosso estado de Sergipe. Elas precisam ter vez e voz, serem visibilizadas e também com direito ao pertencimento livre de qualquer tipo de violência. Toda a sociedade precisa se engajar, porque enquanto uma mulher, principalmente as negras, forem vítimas de violência doméstica ou violência de gênero, todas nós estaremos acorrentadas a essas mesmas correntes da violência”, ressaltou a diretora de Proteção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SPM, Ana Carolina Machado.

Além do evento, a SPM realizou nas redes sociais uma campanha também intitulada ‘Orgulho Negro Feminino: Mulheres que inspiram’, exaltando a força, a criatividade e a resistência de mulheres negras sergipanas que estão ressignificando espaços, abrindo caminhos e se destacando em diversas áreas. “Com essa ação, a gente também pretende mostrar que as pessoas que não são negras precisam adotar uma postura antirracista, lendo, estudando, ouvindo músicas e trabalhos de pessoas negras”, frisou a diretora Ana Carolina Machado.

Homenagens

Durante o evento, a SPM homenageou mulheres negras sergipanas com histórias de vida inspiradoras e que representam o orgulho negro feminino. Entre elas, a educadora e ativista social, Flor Martins. “Um espaço com essa homenagem é muito importante para dar visibilidade às mulheres que lutam e no dia a dia para ter um reconhecimento e direitos iguais e que fazem a diferença em suas comunidades. Agradeço à SPM pela oportunidade de dar visibilidade a nós mulheres, especialmente as que atuam ativamente em suas comunidades”, afirmou.

Para a delegada Josefa Valéria, a iniciativa da SPM pode inspirar outras mulheres e meninas. “Um dia muito importante porque, além de mulher, ser negra. São dois desafios que a gente enfrenta, o do machismo e do racismo. As meninas podem olhar e podem ver que podem alcançar o que elas quiserem. É esse nosso papel aqui relembrar a luta que passamos para chegar, a luta dos nossos ancestrais, que conseguiram desbravar e alcançar esses direitos. E é nosso papel estar sempre relembrando, dizendo que é possível, que chegamos e que, até hoje, mesmo em cargos de poder, estamos sempre passando por essas situações de racismo”, enfatizou.

Na avaliação da comandante da Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Aracaju, Villeane Brito, o evento foi um momento para somar forças, acolher e falar das vulnerabilidades. “Colocando as minhas dores e os meus medos, porque eu também sou vítima do racismo estrutural e como é que a gente faz para mudar essa realidade. É importante a gente fazer também esse movimento da inspiração para as gerações futuras de que nós, mulheres pretas, podemos sim ocupar espaços importantes, porque somos inteligentes, temos capacidade técnica de assumir e de acabar inspirando outras mulheres. Se eu estou aqui é porque me inspirei e me inspiro em algumas mulheres pretas e quem sabe também eu consiga inspirar outras e essa cadeia da continuidade que ia acabar um dia com as coisas que eu falo”, salientou.

Também foram homenageadas a comunicadora e criadora do projeto Favela Fashion SE, Rafaela Mutamba; a comandante da Ronda Maria da Penha, Fabíola Goes; a ativista Silvânia Santos; a Tenente-Coronel Anne Bastos; a professora Cleciane Santos Alves; a agente cultural e educadora antirracista, Nilzete da Conceição Mendes; a advogada Nicoly Mangueira; a fundadora da Mulheres de Obras, Rafaela Viana; a jornalista Aline Braga; a procuradora da República Gicelma Santos do Nascimento (in memorian).

Foto: Iran Souza

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