Aracaju, 9 de maio de 2024
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SUGESTÃO DE ALESSANDRO GARANTE TRANSPARÊNCIA NOS PROCEDIMENTOS DE CONFIRMAÇÃO DA AUTODECLARAÇÃO

Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA) realiza reunião de trabalho para apresentação do relatório preliminar sobre os projetos de lei que dispõem sobre o tema “uso da Inteligência Artificial no Brasil”, com o objetivo de dar conhecimento aos senadores membros da comissão.

Em pronunciamento, à bancada, senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou na quarta-feira (24), o projeto de lei que prorroga por 10 anos a cota para a população negra de 20% das vagas em concursos públicos da União. A vigência da lei, que abrange concursos para cargos efetivos e empregos públicos, acaba em junho deste ano.

A proposta foi aprovada com emenda do senador Alessandro Vieira (MDB/SE) que aperfeiçoa o procedimento de confirmação complementar à autodeclaração, para averiguar se determinado indivíduo possui os atributos necessários para ser beneficiado pela ação.

“A política de cotas raciais para ingresso no serviço público é importante ação afirmativa para garantia da igualdade racial no Brasil, mas há muitas controvérsias sobre o procedimento de heteroidentificação”, alega o senador. Para o parlamentar, entre os problemas estão a falta de regulamentação adequada para as comissões, desafios operacionais enfrentados, excessiva judicialização, questões relacionadas à categorização da pessoa parda e diferentes metodologias adotadas pela comissão.

O senador destaca a importância da emenda para assegurar que a política de cotas raciais para ingresso no serviço público cumpra seu papel de garantir a igualdade racial no Brasil. “Os procedimentos de confirmação são importantes porque verificam se o candidato se enquadra na ação afirmativa. Não se trata de alterar a raça autodeclarada, mas averiguar se determinado indivíduo possui os atributos necessários para ser beneficiado pela ação”, explica Vieira.

O texto da emenda estabelece como parâmetros mínimos a serem observados a padronização das normas em nível nacional, a fim de que o procedimento seja minimamente equânime; a participação de especialistas com formação relacionada às relações étnicas e raciais e compreensão da política de cotas brasileiras; a adoção de critérios mistos de avaliação, que observem o contexto sociocultural e regional, uma vez que determinado candidato pode sofrer racismo ou não em diferentes estados e regiões, bem como em diferentes contextos sociais; decisão colegiada fundamentada tomada por unanimidade caso se conclua por atribuição identitária diversa daquela autodeclarada pelo candidato, uma vez que deve prevalecer a autodeclaração; e a garantia de recurso da decisão em prazo razoável.

Para Vieira, com a participação de especialistas e a adoção de critérios mistos de avaliação, a emenda busca minimizar os desafios operacionais enfrentados e reduzir a judicialização excessiva nesse processo. Ele defende ainda que o procedimento deve ser reavaliado constantemente pela sociedade civil e pelas esferas de governo, a fim de se garantir que permaneça condizente com os objetivos da política pública.

Foto Roque Sá

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