No momento em que sua liderança política é mais do que necessária, o governador Jackson Barreto (PMDB) se deu o direito de desfrutar de 15 dias de férias nas praias do Panamá, vivendo o que há de melhor nas ilhas Caribenhas. 2016 tem sido um ano de muitos questionamentos políticos envolvendo o chefe do Executivo estadual. Uma das maiores especulações dão conta sobre o seu futuro político. Tem muita gente apostando que o governador, lá na frente, em 2018, disputará o Senado Federal e abdicará do projeto momentâneo de aposentadoria da vida pública.

Esta indefinição de Jackson Barreto divide seus aliados políticos. Enquanto uns seguem com o governador, com ele “pendurando as chuteiras” ou não, outros já vislumbram o cenário sem sua presença. Afinal de contas, quem não quer ser senador da República? São muitas as questões em jogo e talvez o próprio governador esteja apenas “testando” o grau de confiança que pode ter sobre seus liderados. Com projetos políticos bem definidos para 2018, partidos como o PDT, PSD e o próprio PRB estão fazendo os “cálculos” e analisando com cuidado a conjuntura. Cada passo é devidamente calculado em 2016 para não colocar em risco um projeto futuro.

Mas além da questão da aposentadoria, o governador teve muito que explicar esse ano, sobretudo, no processo que tramita no Congresso Nacional do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Tirando o petista João Daniel, Jackson conseguiu manter apenas o voto do deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) contra o afastamento de Dilma. Nem Jony Marcos (PRB) e muito menos Fábio Reis (PMDB) deram ouvidos ao governador que chegou a embarcar para Brasília (DF), na véspera da votação, talvez apenas para justificar algum empenho. Como ninguém acredita que um chefe do Executivo perdeu a liderança com mais da metade do mandato para cumprir, a leitura que se faz é que JB realmente abandonou a presidente petista.

Feito isso, Jackson permitiu que um dos seus mais fiéis correligionários, um aliado de primeira hora como Zezinho Sobral (PMDB), lançasse sua pré-candidatura para prefeito de Aracaju. JB se fez presente ao ato, convidou uma série de amigos e lideranças para apostarem no projeto e o peemedebista foi para as ruas, percorrendo bairros, fazendo reuniões, tentando viabilizar um sonho que, na cabeça de JB, já parecia ser impossível. Quando mais Zezinho esperava e precisava do apoio do governador, Jackson friamente fez valer os números das pesquisas internas que possuía e optou por Edvaldo Nogueira (PCdoB), acreditando que este seria mais competitivo que Zezinho na disputa e este último não foi apenas abandonado, mas desprezado pelo governador.

Agora quem começa a sentir o afastamento do governador é seu pré-candidato Edvaldo Nogueira. Logo ele que tanto trabalhou, que tanto pressionou para ter o apoio de Jackson Barreto. Anunciado como pré-candidato do chefe do Executivo, o comunista logo encontrou fortes reações dentro do PT e do próprio PMDB do governador. O PDT, do prefeito Fábio Henrique de Nossa Senhora do Socorro, recebeu o “cartão verde” de JB para fazer uma aliança com Valadares Filho e fez o anúncio nessa quinta-feira (7). O mesmo pode acontecer com o PRB, de Heleno Silva e Jony Marcos, e com o PRP do deputado estadual Gustinho Ribeiro. Sem contar outros partidos menores que também não aprovam o candidato do PCdoB.

Enquanto Edvaldo Nogueira vai se isolando em Aracaju, perdendo apoios importante para seu projeto de retornar à PMA, Jackson vai curtindo os passeios por praias paradisíacas, um relaxante banho de piscina, um interessante centro de compras ou até arriscando um pouco a sorte no cassino e desfrutando de uma saborosa lagosta. Talvez, lá na frente, o comunista mais capitalista da história fique a lamentar: ou por ter se esforçado tanto pelo apoio do governador ou por não ter adquirido o mesmo pacote de férias. Despois de Dilma e Zezinho, agora Edvaldo saboreia o esquecimento. Pelo menos ele deverá ganhar um “chapéu” panamenho muito em breve…

Veja essa!

Falando em Edvaldo Nogueira, quem anda meio contrariado com ele é o deputado estadual Gustinho Ribeiro. Uma indicação do parlamentar comandava o Diretório do PCdoB em Lagarto e, recentemente, Edvaldo promoveu uma intervenção, deixando o comando da legenda com a família Reis.

E essa!

Gustinho não gostou nada do que aconteceu e chegou a recorrer ao governador que, se mover muita preocupação com o cenário, apenas o teria orientado a procurar Edvaldo. Dito e feito: Gustinho e o PRP estão praticamente fechados com a pré-candidatura de Valadares Filho em Aracaju.

Não fica

Apesar de muitas especulações sobre o destino do PSD, o deputado federal Fábio Mitidieri vai manter o compromisso firmado com o governador Jackson Barreto, ou seja: se Valadares Filho fechar uma composição com o Grupo do senador Eduardo Amorim (PSC), ele e o PSD abandonam o projeto do PSB.

Socorro

A rivalidade política no município de Nossa Senhora do Socorro está nas alturas. O prefeito Fábio Henrique acaba de anunciar Zé Franco como seu candidato, mas algumas legendas não digeriram bem a indicação ainda. No PSDC, por exemplo, tem pré-candidato a vereador contrariado.

Bomba!

A informação ainda é mantida sob muito sigilo, mas se José Carlos Machado (PSDB) não for o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo prefeito João Alves (DEM), ele indicará a filha para vereadora na capital pelo PSDB e vai focar em um projeto pessoal para 2018.

Exclusiva!

Outra informação bombástica: se Machado não for o indicado, a vaga de vice será uma indicação dos vereadores que compõem a bancada do prefeito na Câmara Municipal. E, por enquanto, o nome mais cotado para ser vice de João Alves é o presidente da CMA, vereador Vinícius Porto (DEM).

Anderson Góes

O pré-candidato a vereador em Aracaju, Anderson Góes, tem se reunido com frequência com os líderes de seu partido, Heleno Silva e Jony Marcos, e como “soldado” não quer polêmicas. Vai acompanhar a orientação do partido sobre a majoritária e tem circulado bem pela periferia de Aracaju, sobretudo na Zona Norte. Muito amigo de Zezinho Sobral, ele também conta com o apoio do peemedebista para alavancar seu projeto político.

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