Bastou o governador Jackson Barreto (PMDB) definir Edvaldo Nogueira (PCdoB) como seu pré-candidato de Aracaju, para o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Rogério Carvalho, começar a atuar politicamente. Mais cedo, em entrevista no rádio, o petista emendou que existem famílias na política sergipana criando “feudos”, querendo ocupar vários espaços no Estado. Como é do conhecimento de todos, Rogério era defensor da pré-candidatura de Zezinho Sobral (PMDB), mas mudou de posição em relação a Edvaldo depois que JB optou pelo ex-prefeito de Aracaju.
As críticas contra as famílias que atuam politicamente no Estado têm endereços certos: os deputados federais Fábio Mitidieri (PSD) e Valadares Filho (PSB) e contra o prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique (PDT). Coincidências à parte, os três podem perfeitamente disputar o Senado Federal em 2018, cargo que é uma espécie de “objeto de desejo” de Rogério desde 2014, quando foi derrotado nas urnas pela senadora Maria do Carmo (DEM). Sem contar outro detalhe importante: os três respeitam o posicionamento do governador, mas decidiram que, em Aracaju este ano, vão atuar com independência.
Para este colunista, está claro que Rogério Carvalho quer agradar o governador Jackson Barreto e, em tempo, também atua para desgastar possíveis adversários no amanhã. Não existe problema algum de uma família apresentar opções de continuidade para projetos políticos, mesmo porque, quem decide se elege ou não é a população. A crítica de Rogério foi feita, por coincidência, um dia após Fábio Henrique ter uma audiência com o governador Jackson Barreto e não ter aceitado apoiar Edvaldo Nogueira em Aracaju. Vale lembrar que a esposa dele, Silvia Fontes (PDT), é deputada estadual e seus irmãos, Adilson Júnior e Jason Neto (ambos PDT), são pré-candidatos a prefeito de São Cristóvão e a vereador de Aracaju, respectivamente.
Quanto ao deputado federal Fábio Mitidieri, o pai dele é o deputado estadual Luiz Mitidieri (PSD). Já o deputado Valadares Filho tem o pai, Antônio Carlos Valadares (PSB), senador da República. A família Mitidieri permanece aliada do governador, mas desde janeiro aderiu à pré-candidatura de Valadares para prefeito de Aracaju. O problema é avaliar o tamanho do “estrago” que pode ser causado com essa postura de Rogério Carvalho. Se agiu por conta própria, o fez esquecendo que a eleição em Aracaju pode ir para o 2º turno; se falou em nome do governo é sinal que JB não está satisfeito com a pré-candidatura do PSB na capital.
Em síntese, seja lá por quais razões ele se manifestou, Rogério Carvalho contribuiu para dividir ainda mais o bloco político liderado pelo governador Jackson Barreto. Pelo visto ele trabalha abertamente, dentro do seu agrupamento, para ser o principal candidato a senador em 2018 e garantir uma das duas vagas. E a melhor forma para isso seria afastado do governo os seus principais concorrentes. Não se sabe até onde essa estratégia é positiva para o petista, mas ele está trabalhando, claramente, para tirar as “pedras” do seu caminho.
Veja essa!
A informação que chega para este colunista é que, após a negativa sobre a pré-candidatura de Edvaldo Nogueira, Fábio Henrique terá uma audiência com o prefeito João Alves Filho para tratar de uma possível aliança política em Aracaju.
E essa!
Fábio Henrique, até então, não havia tratado de política com João Alves. O nome de sua esposa, a deputada Silvia Fontes, inclusive, já tem a aprovação do governador Jackson Barreto caso queira concorrer a PMA como vice-prefeita na chapa encabeçada por Valadares Filho.
Alô Valadares
O deputado federal Valadares Filho precisa explicar isso: o governador Jackson Barreto está apoiando a pré-candidatura de Edvaldo Nogueira e “permite” que Fábio Henrique faça uma aliança com o pré-candidato do PSB? Ou o governador “blefou” e não acredita no sucesso de Valadares ou insinuou que o deputado federal seria um “plano B” do governo?
Venâncio Fonseca
Nos bastidores da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem (28), alguns deputados estaduais comentavam a indicação de Edvaldo Nogueira como pré-candidato a prefeito do governador Jackson Barreto. Venâncio Fonseca (PP), que apenas observava a conversa em silêncio, resolveu “quebrar o silêncio” para encerrar o assunto.
Zabumba
Provocado sobre a indicação, Venâncio não titubeou: “rapaz, nem Valadares e nem Dr. João! Quem vai tremer com essa pré-candidatura de Edvaldo não é a classe política, mas a coitada da zabumba! A coitada estava tão quieta”. Sob muitos risos, a reunião chegou ao fim…
2018
Fontes palacianas especulam que o governador Jackson Barreto tem três opções para o governo em 2018: Belivaldo Chagas, João Augusto Gama e Zezinho Sobral. Os dois últimos estão filiados no PMDB. O primeiro, em breve, deverá deixar o PSB de Valadares para se filiar ao partido de JB.
TCE I
As 20 principais obras realizadas hoje em Sergipe, avaliadas pelos critérios do impacto social e pelo volume de recursos estadual e municipal envolvido, serão auditadas pela Diretoria de Controle Externo de Obras e Serviços (DCEOS) do Tribunal de Contas do Estado, através da sua Coordenadoria de Engenharia. A auditoria, que está prestes a começar, foi autorizada pelo Pleno do TCE/SE.
TCE II
“Essa é uma obrigação que consta no Regimento Interno do TCE/SE e faz parte do nosso planejamento estratégico”, explica o diretor Adir Machado, adiantando que algumas dessas obras apresentam indícios de irregularidades e atraso na execução. As 20 obras representam um investimento total de quase R$ 156 milhões. Algumas obras têm financiamento federal, mas com a contrapartida do Estado ou de municípios.
Almeida Lima
Ex-deputado estadual, ex-senador da República e ex-deputado federal, Almeida Lima, escreveu um artigo criticando Valadares e João Alves. Até aí tudo não há nenhum fato novo. Chama a atenção no artigo quando ele exalta a escolha de Edvaldo Nogueira (PCdoB), por JB, para prefeito de Aracaju.
Pérola I
Este artigo é digno do capítulo de “pérolas” da política sergipana. Ele chega a afirmar que “Aracaju experimentou avanços consideráveis ao longo de mais de duas décadas com prefeitos progressistas” e que esse “progresso” esbarrou em João Alves.
Pérola II
O que chama a atenção é que foram esses “governos progressistas” que Almeida usou a tribuna do Senado para condenar por “capinagem”, pela famosa “Micareta Picareta” e outros casos. Ao que parece, a reaproximação com Jackson Barreto e com o governo de Sergipe fez Almeida Lima mudar…de opinião!
CRÍTICAS E SUGESTÕES
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