Aracaju, 7 de maio de 2024
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Pesquisa da Unit estuda processos para controle de herbicidas

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Estudo do pesquisador Rafael Valois aponta o possível uso de bactérias e de processo fotoeletroquímico para degradação de substância usada em controle de pragas

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Tiradentes (Unit) estuda o uso de bactérias existentes em manguezais, associadas a um processo fotoeletroquímico, em técnicas de controle do Diuron, um herbicida utilizado no controle de pragas e ervas daninhas em produções agrícolas, como as de abacaxi, alfafa, algodão, banana, cacau, café, cana-de-açúcar, citros, borracha e uva. O assunto foi tema de uma dissertação de mestrado que foi defendida em abril deste ano, no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI), e que terá uma versão em artigo científico, em fase de correção final, para ser publicado em revistas especializadas.

De acordo com o pesquisador Rafael Barreto Vieira Valois, autor da dissertação e que hoje faz o Doutorado em Engenharia de Processos também na Unit, ela investiga se é possível aperfeiçoar o processo de degradação de Diuron, através de dois processos de tratamento. “O tratamento biológico é a utilização de microrganismos para a degradação do composto, ou seja, recursos da própria natureza. Já o fotoeletroquímico é um método industrial. O objetivo foi avaliar o potencial de degradação do herbicida diuron por bactérias isoladas de sedimentos de manguezal, associado a processos fotoeletroquímicos”, explica.

Ainda segundo ele, a pesquisa segue a linha da prospecção e conversão de produtos vegetais e animais presentes no Nordeste brasileiro. Para o doutorando, o estudo terá um impacto positivo, pois, a partir de suas conclusões, a indústria química poderá desenvolver e lançar novas fórmulas no controle do Diuron, o que pode ajudar na recuperação de solos degradados e na redução de danos causados à natureza pelos herbicidas.

A pesquisa foi realizada com orientação dos professores Maria Lucila Hernández-Macedo e Marcelo da Costa Mendonça, do PBI/Unit, com bolsa de estudos da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE) e apoio do Laboratório de Eletroquímica e Nanotecnologia (LEN), ligado ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP)

Experiência

Rafael Valois já tem uma experiência no ramo da pesquisa, que foi adquirida ainda na época de estudante da graduação, entre 2013 e 2020. Após um tempo estudando Odontologia, ele passou para o curso de Nutrição e atuou como monitor das disciplinas Dietoterapia e Fisiopatologia I, além de participar de projetos de extensão na área, como a Liga Acadêmica de Nutrição Clínica (Lanuclin) e o Projeto Masterfits, programa de condicionamento físico para idosos atendidos em Unidades Básicas de Saúde da zona sul de Aracaju.

Durante seis anos, entre 2013 e 2019, Rafael atuou durante no Laboratório de Morfologia e Patologia Experimental (LMPE), do ITP, realizando pesquisas sobre temas como produtos naturais, extratos vegetais, obesidade e cicatrização. Uma delas, que foi premiada na 21ª Semana de Pesquisa da Unit (Sempesq) e no IV Simpósio Interdisciplinar em Saúde e Ambiente (IV Sirsa), em 2019,  estudou a possibilidade de que uma substância extraída da planta Himatanthus bracteatus, também conhecida como “banana-de-papagaio”, seja utilizada no combate a células de tumores cancerígenos. Desde o início deste semestre, Rafael faz doutorado no Programa de Engenharia de Processos (PEP/Unit). “Esse ramo da ciência me atraiu pela chance de poder descobrir coisas novas e compartilhar a saúde com todos. Foram belas experiências, que me abriram oportunidades de novos conhecimentos, novas experiências, técnicas e, claro, responsabilidades”, diz ele.

Ascom Unit

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