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Autoridades de São Cristóvão e do estado inauguram Fasc 2025 com homenagens a artistas sergipanas

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Após uma tarde recheada com o melhor da cultura em apresentações de teatro, literatura, cinema e outras vertentes, a primeira noite do 40º Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc) foi oficialmente aberta com um rito de homenagens a artistas que marcaram a trajetória cultural de Sergipe.

A cerimônia, realizada no Palco João Bebe Água, na Praça São Francisco, reuniu autoridades municipais e estaduais para celebrar a arte, a diversidade e a ancestralidade que moldam a história da quarta cidade mais antiga do Brasil.

Antes dos shows que tornaram a noite ainda mais inesquecível, o Fasc prestou tributo a duas mulheres cuja trajetória se entrelaça com a própria construção do festival e da cultura sergipana. Tetê Nahas, artista inquieta e apaixonada pela cultura popular, mantém uma relação de mais de quatro décadas com o Fasc, ora no palco, ora nos bastidores, sempre presente nos cortejos e na banda de pífanos, rituais que ela reconhecia como fundamentais para acordar a cidade e dar vida ao evento. Sua dedicação e sensibilidade transformaram experiências pessoais em parte essencial do patrimônio imaterial e afetivo do festival.

Já Rosângela Rocha, que conheceu o Fasc em 1985 como estagiária, construiu uma trajetória decisiva para o audiovisual no estado. Atuou em diferentes funções no festival, colaborou na elaboração de projetos, fortaleceu a programação de cinema e ampliou o diálogo entre as tradições culturais de São Cristóvão e iniciativas como o Curta-SE, o Cinema Vitória e o Cine Walmir Almeida. Juntas, as homenageadas simbolizam a força criativa, o compromisso e a visão artística que sustentam a relevância do Fasc e inspiram novas gerações.

Representando as homenageadas, Tetê Nahas relembrou toda sua ligação com o festival e a cultura popular, dedicando a homenagem recebida à memória de seus pais. “Agradeço também a todos os grupos de teatro dos quais participei e dedico essa homenagem ao meu filho, que está aqui presente e que me presenteia todos os dias com a sua existência”, concluiu.

Este ano, o Fasc teve início em um dia de forte significado simbólico: 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ao escolher esta data para abrir oficialmente o evento, a Prefeitura de São Cristóvão reforçou seu compromisso com a valorização da identidade e da ancestralidade afro-brasileira, dedicando toda a programação inaugural a artistas pretos e às expressões culturais que compõem a base da cultura nacional.

O simbolismo da data permeou o discurso de abertura do prefeito Júlio Nascimento, que evidenciou a importância da consciência de raça aliada à esperança de um futuro de honra, sonho e reconhecimento. “A arte sempre foi uma das nossas trincheiras de sobrevivência. Quando tentaram nos calar, nós cantamos. Quando tentaram nos apagar, nós dançamos. E o Fasc é isso: um festival que nasceu em tempos difíceis, tempos de ditadura militar, que poderia ter se curvado, mas se fez resistência, memória e futuro em voz alta. Mas nenhuma voz resiste sozinha. É preciso parceria, compromisso e reconhecimento do valor da arte como política de futuro”, declarou.

Gustavo Paixão, presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), compreende a importância do festival como um encontro plural: “O Fasc é um evento onde prevalece a diversidade, promove a história, a cultura e a resistência, e, entendendo a força do festival, o Governo uniu forças para torná-lo uma potência ainda maior”.

Também estiveram presentes a vice-prefeita Gedalva Umbaubá; o senador Rogério Carvalho; o deputado estadual Paulo Júnior; o ex-governador Jackson Barreto; além dos vereadores do município, como Thiago Corrêa (presidente da Câmara), Marcus Lázaro, Marcão da Pastoral. Participaram também o secretário municipal de Governo e Gestão, Marcos Santana, o presidente da Funcap, Gustavo Paixão, representando os órgãos estaduais, acompanhado de outras autoridades.

Sobre o Fasc

Com o tema “Na cultura a gente se encontra”, a 40ª edição do Fasc continua nos dias 21, 22 e 23 de novembro, contando com 11 espaços multiculturais que proporcionam uma experiência completa e imersiva em diversas linguagens artísticas, como música, teatro, dança, literatura, artes visuais, cinema e outras, em uma grande celebração da riqueza cultural de São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil.

O Festival de Artes de São Cristóvão é apresentado pelo Ministério da Cultura, com realização da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio e da Cultura João Bebe Água (Fumpac) e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (ESCOA);  Governo do Estado de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e Governo do Brasil.  O Festival conta ainda com patrocínio da CELI, Banco do Nordeste, Iguá Sergipe, Ecoparque Sergipe e CAIXA. O apoio fica por conta da SE – Sistema Engenharia, Colortex Tintas, Unir Locações e Serviços e Vitória Transportes.

Por Clara Dias – Foto Dani Santos

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